A garota do bairro

A garota do bairro - capítulo único

⚠️ AVISOS DE CONTEÚDO ⚠️

Violência, sangue e canibalismo. Se você for sensível a qualquer uma dessas coisas NÃO LEIA!!!

Essa história foi escrita para o 1° Concurso de Escrita da Golden Lotus em parceria com a Moonomic Store.

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Era fim de tarde de uma quinta-feira.

A estrada estava calma, sem muita movimentação. A garota de cabelos pretos mantinha a cabeça encostada no banco do carro enquanto observava pela janela a paisagem alaranjada, sentindo os últimos raios solares do dia iluminarem seu rosto. Sua expressão era vaga e distante, deixando claro para quem a visse que sua cabeça estava lotada de pensamentos.

— Érica? Está acordada? — a mulher no banco do motorista perguntou sem tirar os olhos do volante.

— Estou. — ela respondeu com a voz serena.

— Está tudo bem? Está tranquila? Nervosa?

— Eu estou bem, mãe. Estou me sentindo bem melhor agora que saímos de lá. Não se preocupe.

— Tem certeza? Eu sei que nós tivemos tempos difíceis mas você passou toda a sua infância lá, não é fácil abandonar tantas memórias.

— Eu sei que também não é fácil pra você. Tenho certeza que minha dor nem se compara a sua. — ela abaixou sua cabeça um pouco envergonhada. — A culpa é minha. Me desculpe por tudo que aconteceu e por ter pedido de repente para nós nos mudarmos, eu estou apenas te dando despesas.

— Não diga isso. — a jovem mulher disse em um tom sério. — Você está sofrendo e eu também estou, sua dor não é maior do que a minha e nem a minha é maior do que a sua. E você não tem culpa pelo o que aconteceu. Não fale assim, isso me entristece.

— Me desculpe... — Érica disse em um tom baixo, fazendo o máximo para esconder sua voz trêmula.

— Está tudo bem. — ela sorriu, esticando um dos braços para segurar a mão gelada da filha. — Estamos indo para um lugar novo agora, teremos uma casa nova e amigos novos. Vamos recomeçar juntas, ok?

Érica apenas balançou a cabeça em concordância, ainda mantendo a cabeça abaixada para esconder as lágrimas que caíam de seus olhos e manchavam as lentes de seus óculos. O céu continuava claro, mas o sol já havia ido embora. E junto com ele, se foram todas as dores que Érica decidiu esquecer só por aquele dia.

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No início da noite, Érica e sua mãe finalmente chegaram à sua nova casa. Assim que a garota saiu de dentro do carro, olhou para a aparência agradável do imóvel de paredes pintadas de verde claro com portas e janelas brancas. Ela sorriu, se sentindo muito contente. Estava animada e ansiosa para saber como seria sua vida aqui.

— Você gostou? — sua mãe perguntou de forma amigável, curiosa para ouvir sua resposta.

— É bem maior e mais bonita do que parecia nas fotos. Eu gostei.

— O bairro e os vizinhos são muito agradáveis. Nesses dias em que vim até aqui para limpar a casa, percebi que é um lugar bem tranquilo.