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Ruggero

__ Você acha mesmo que um bom sexo e flores o dia todo vão apagar o que você
aprontou?
— Você fala como se eu tivesse feito a maior canalhice com você. Eu estou aqui, de
coração aberto, tentando me desculpar porque eu te amo. Mas você escolheu
simplesmente não enxergar.
Ela crava os olhos nos meus com desdém, passa por mim e vai pegar o celular em
cima da cômoda.
***
Hoje, depois que acordamos, eu me senti revigorado e muito contente. Foram dias
esperando para ter Karol  de volta na nossa cama, nos meus braços, e, quando
aconteceu, foi uma explosão de prazer. Me senti agraciado novamente e, por um momento,
achei que tudo ficaria bem.

Fiz um maravilhoso café para ela, agradecido pela noite deliciosa, beijei-a enquanto
ainda dormia na cama e fui para a empresa. Chegando lá, liguei para uma floricultura. Não
mandei Mariza, eu mesmo entrei em contado e pedi as flores que eu tinha acabado de
pesquisar na internet. Pedi que um buquê fosse entregue por cada hora para Karol ,
cada um com um cartão diferente com versinhos meio toscos, algo como:
Se amar for pecado, creio que não sou inocente, pois há alguém nesse mundo que
eu amo loucamente. Você, kah.
Ruger.
Foi como mike fez com valu. A ideia foi minha, mas, ao invés de presentes, eu dei
formosos buquês de flores.
Quando cheguei em casa, ela não estava ansiosa me esperando. Me recebeu meio
fria, as flores estavam espalhadas pela sala, e os cartões na mesinha, jogados com pouca
importância. Então ela vem com essa novidade de ir trabalhar. Nada contra, mas ela bem
que podia ter me avisado com antecedência que estava saindo para um encontro com um
cara.
— Tome conte de Beni. Voltarei quando tiver terminado. — Karol  beija Bernardo,
sai desfilando nos saltos, e eu a sigo até a sala.
— Quem é esse tal cara? Onde vai trabalhar? — Sim, pessoal, até agora ela não me
contou maiores detalhes. Está mais evasiva do que prisioneiro em interrogatório.
— E isso importa? Não me intrometo na sua vida. — Dá a resposta rude me fazendo
recuar.
— Talvez porque você sabe onde eu trabalho e com quem.
— O nome dele é Sérgio Cristóvão e é sócio da empresa que Carolina trabalha. —
com uma expressão ilegível e um olhar firme, me fita. — Satisfeito?
— Ela que te arrumou isso?
— E importa?
— Não.
Karol  olha o celular e vem até mim. Aperta as bochechas de Bernardo, se despede
dele e vira-se, como se eu não fosse ninguém.
— Estou indo. Não esqueça da mamadeira dele antes de dormir. — Ela sai, e eu vou
para a janela espionar.
Lá embaixo, em um carro de luxo, está o tal Sérgio. Lógico que eu sei quem é,
Carolina  me falava muito dele. Um desgraçado que se acha dono do mundo. Tem cinquenta  anos e acha que tem vinte. Fico olhando até Karol  sair, e ele a receber com um beijinho
no rosto. Conversam alguma coisa, e ela entra no carro. Minha cara se contorce de raiva.
Volto para a sala, pego meu celular e ligo para Mike .
— Cara, faça um favor para mim.
— Diga.
— Preciso de informação sobre Sérgio Cristóvão.
— O cara da Ciclo Publicidade?
— Esse mesmo.
— O que ele fez?
— Convidou Karol  para jantar, e ela aceitou. Vai trabalhar para ele.
— Sério? Vou ver o que descubro aqui.
— Espero uma resposta sua. Valeu.
Karol  quer me provocar. Eu percebi de imediato. Eu sei que ela sempre foi
independente, sempre trabalhou, mas eu notei ironia e malícia em seu olhar quando me
contou que estava indo jantar com outro cara. Ela sabe que eu fiquei morrendo de ciúmes
e que estou mais apaixonado depois da nossa noite.
Por que mulher tem que foder a vida dos caras? Tudo começou com aquela safada
da Eva, a do paraíso. O pobre homem estava em paz, de boas no jardim do Éden, único
senhor na terra, dono de tudo, sábio, nomeou todos os animais e, do nada, ele acorda com
uma mulher do lado.
No início, todo homem acha que é um sonho realizado, mas depois vai percebendo
que se meteu em uma roubada. E o pior é que não tem como fugir dessa roubada. Como
agora eu estou preso a Karol . Não mais por causa do Bernardo, mas porque eu a quero
e não tenho outra alternativa. Um homem não se apaixona fácil, mas quando isso acontece,
se torna o ser mais burro do mundo.
Pedi um hambúrguer por telefone e dei mamadeira a Bernardo. Ele me fez companhia
até às onze. Depois, eu fiquei sozinho remoendo.
Passei a noite aflito, olhando pela janela a todo instante. Queria ligar, mas não sabia
se eu tenho esse direito. Tentei me acalmar na sala zapeando pelos canais. O relógio batia
despreocupado, zombando de mim a cada segundo.
Já era mais de meia-noite, e eu cansei de esperar. Furioso, me sentindo um trapo,
humilhado e com o ciúme explodindo, tomei uma ducha e fui para a cama. Lógico que não
consegui dormir. A imagem de Karol  com outro cara em algum lugar… na casa dele? No
quarto dele? Ela seria capaz? Faria isso só para me ferir? Lógico que não. Tenho  confiança nela. Kah é mil vezes melhor do que Carolina .
E se aconteceu alguma coisa, e ela precisa de ajuda? Me sento aflito na cama. Já
são duas da manhã. Ninguém fica até essa hora em um restaurante. No meio do meu tenso
devaneio, ouço a porta abrir. Respiro aliviado e furioso ao mesmo tempo, torno a deitar.
Ela está bem, mas ainda não sei onde esteve das sete da noite até às duas da manhã.
Imaginem se fosse eu. A casa cairia.
De olhos fechados, fingindo dormir, ouço os passos despreocupados, como se nada
estivesse acontecendo. Como se ela não tivesse marido e não precisasse dar conta da
vida a ninguém. Os passos como os de Carolina , frios e premeditados. Aperto com força
meus dentes, sinto um tremor involuntário. Karol  anda de um lado para outro, acho que
está se trocando. Depois, apaga a luz e deita ao meu lado. Simples assim.
***
Antes do dia amanhecer, eu já me levantei, me arrumei e estou a caminho da
empresa. Não quero olhar para a cara dela, quero xingar Karol , mas é isso o que ela
quer: motivos para briga. Então, vou agir ao contrário. Ela quer que eu rasteje? Então veja
até onde um homem pode ir para impedir que sua mulher vá embora. Alguns homens são
tolos, não todos.
Trabalhei como um condenado até às dez da manhã. Fiz ligações necessárias, acertei
todos as pendências que tinha e saí para começar a cativar minha esposa.
Primeiro, passei em uma gráfica, fiz a encomenda, deixei tudo acertado e fui para o
próximo passo. Fui a um restaurante de um amigo meu e conversei com ele. Ele não pode
fechar o restaurante essa noite, mas me deu uma grande ideia. Depois de tudo acertado,
fui a uma concessionária.
— Bom dia, senhor. Em que podemos ajudar? — Uma mulher vem me receber.
— Bom dia. Preciso de um modelo que combine com uma mulher. É para minha
esposa, e temos um filho.
— Eu sei o que procura — sorridente, ela fala. — Algo prático, bonito e pequeno, não
é?
— Sim — eu confirmo, e ela me pede para segui-la.
Depois de escolher modelo e cor, abro minha carteira pela terceira vez no dia e peço
para entregar o carro no meu endereço. Optei por uma SUV compacta branca.
Assim que saio, pego o celular e ligo para ela.
— Karol , está em casa?
— Sim. Onde mais eu estaria? — me responde grosseiramente. Eu ignoro.

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Olá povo foi difícil postar esse capítulo mas assim como o prometido vou terminar esse livro  e sair do wattpad definitivamente
Sinto que não quero mas isso pra mim por isso a demora nas postagens  talvez quinta feira  teremos mas beijos

Minha perdição   (Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora