Capítulo 25: O que isso significa?

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Raven me levou de volta para o Chalé Azul depois de alguns minutos. Não queria que aquele momento acabasse, porque ver tudo lá de cima enquanto o vento batia contra o meu rosto era absolutamente incrível. Mas eu sabia que não podia abusar da gentileza de Raven também. Se quisesse voar, precisaria fazer isso com Misty.

Deslizei para o chão quando o dragão pousou naquele gramado, me virando para ver Raven descendo dele também. Seus cabelos completamente bagunçados pelo vento, enquanto suas bochechas estavam vermelhas. Não podia deixar de notar que Raven era muito bonito, assim como a maioria dos falesianos que eu havia conhecido. Uma beleza que soava diferente do povo de Arcádia.

—Obrigada por isso. Não pensei que pudesse ser tão incrível assim. —Falei, abrindo um sorriso hesitante, que o fez me encarar no mesmo momento. —É literalmente algo de outro mundo.

—Disponha. Só queria que você visse e sentisse como é ter um dragão. —Raven piscou pra mim, abrindo um sorriso que fez meu estômago dar um nó, enquanto o calor se espalhava pelo meu rosto. —Quando quiser voar de novo, me avisa. Griffin vai estar sempre a sua disposição.

—Até eu resolver dar o braço a torcer com Misty? —Soltei, erguendo as sobrancelhas. Mas Raven apenas riu, balançando a cabeça antes de montar no dragão de novo. Os olhos procurando pelos meus quando ele ficou subitamente serio.

—Não acho que você deva ser obrigada a permanecer aqui, Zaia. Mas seria bom que você quisesse isso. Não só pro nosso mundo. —Afirmou, me arrancando um suspiro pesado. O observei assobiar, cambaleando para trás quando Griffin abriu as asas e saltou para o céu junto com Raven, me deixando completamente perdida.

—Zaia? —Olhei para trás, me surpreendendo ao encontrar Margo descendo as escadarias da entrada do chalé, correndo na minha direção. —Amélia precisa falar com você imediatamente. David voltou a algumas horas. Eles estavam em reunião, por isso você não a encontrou antes.

—Ele descobriu alguma coisa? —Indaguei, caminhando apressadamente para alcançar Margo no meio do caminho, vendo-a ofegante e vermelha.

—Eu não faço ideia. Ela só pediu para que eu a encontrasse.

[...]

—Um nome? —Me virei para David, erguendo as sobrancelhas enquanto cruzava os braços na frente do peito. —Tudo que você conseguiu encontrar foi um único nome?

—Tenha um pouco de paciência, Zaia. As coisas não são tão fáceis assim. —Amélia pediu, me fazendo comprimir os lábios e engolir o suspiro de frustração que estava entalado na minha garganta. —Um nome já é alguma coisa, já que antes não tínhamos nada.

—Já faz muito tempo. Encontrar qualquer informação ou alguém vivo que chegou a conhecer o Adam é muito difícil. —David afirmou, antes de fazer uma careta de leve, como se tivesse pensado em algo, mas logo a deixado de lado. —Agora preciso focar em descobrir quem era Daphne Brown.

—Acham que ela poderia ser alguma coisa pra ele? Uma namorada? —Indaguei, vendo David hesitar por um segundo e então dar de ombros. —É possível que eles tenham tido filhos e vocês não saibam?

—Se ele tivesse, então o poder seria desse filho, assim como Misty. —Amélia retrucou com cautela, me fazendo exibir uma careta. —Além do mais, os elementais não ficam por ai explanando a sua vida para todo mundo. Todos eles costumam ser reservados, por conta do risco que é ser um elemental.

Eu bufei, irritada com aquela situação. Já tinha contado para os dois sobre o acontecimento na Cidade do Lago. David me lançou um olhar cauteloso ao me ouvir, enquanto Amélia se limitou a jogar um "eu te avisei" na minha cara. Não sabia mais o que pensar sobre tudo aquilo, além do fato de que eu estava me afundando cada vez mais naquela história.

As Crônicas de Scott: A Profecia / Vol. 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora