O deus da guerra encontra a luz

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Hoje é um capítulo especial para quem finalmente está esperando um certo casal se acertar, e para quem é bom de adivinhação.

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- Que conversa é essa agora, Amparo?

- Acho que você não gostaria que alguém soltasse na mídia, assim, como quem não quer nada, que você e sua esposa exótica estão com uma criança que foi roubada e não querem devolver aos pais verdadeiros.

Gustavo cruzou os braços, observando a mãe deliciar-se com as palavras que havia acabado de dizer.

O que Amparo não imaginava era o fato dele já estar desconfiado da idoneidade dos supostos pais de Tininha; e para piorar, a informação passada por sua mãe de maneira tão venenosa ampliou ainda mais sua desconfiança. Aquela fala de Amparo era parecida demais com a da dupla que aparecera em seu escritório.

Por isso, Gustavo ponderou, em rápida velocidade de pensamento, de que maneira Cássia e Rogério teriam entrado em contato com Amparo, informado sobre o que havia acontecido, e feito ameaças? Ele já imaginava que o casal não era honesto; mas agora com a aparição de Amparo, ele entendeu que os dois, na verdade, estavam com a credibilidade ameaçada por estarem relacionados com seus piores inimigos.

Contudo, passavam várias coisas pela cabeça de Gustavo: como Amparo descobriu sobre a verdadeira conexão de Valentina com eles? Quem realmente eram aquelas pessoas que aparecerem seu escritório?

De repente, um único nome surgiu na sua cabeça. Mas não revelaria todas as suas cartas ao inimigo.

- Você anda bem informada sobre meus assuntos pessoais... – retrucou, elusivo.

- Mas é claro, meu filho... Você é meu herdeiro, é natural que eu me preocupe, especialmente você, que está sempre se metendo em encrencas com essas mulheres estranhas. Viviana era puta, mas de alguma forma era mais adequada, com um bom banho de loja e um ajuste em seu currículo.

- Ah, então você engoliria um casamento com Vivi, mesmo com sua moral ridícula a respeito do que ela fazia para sobreviver apenas porque ela era branca...

- Eu não estou falando isso, vocês veem racismo em tudo!

- Sério, mãe? A carapuça serviu? Nós dois sabemos bem por que não me casei com Viviana, e nós dois sabemos bem por que você está bem informada sobre esses supostos pais biológicos de minha filha.

Amparo abriu um sorriso vencedor.

- Então você admite que a menina não é sua filha biológica, é apenas um peso que sua esposa trouxe-

Foi interrompida por um barulho na mesa. O tapa de Gustavo fez os papeis contidos no cômodo estremecerem.

- Não ouse falar de minha filha.

- Sua filha, Gustavo? Por favor, aquela menina é uma piveta, sem educação, você já se casou com aquela mulher e ainda vai assumir a pirralha? Vai colocar no testamento também?

- Como adivinhou, mamãe? – o tom irônico do vocativo não passou despercebido a Amparo.

- Você vai... Colocar essa menina... No nosso-

- Sim, Amparo, minha filha fará parte de meu testamento. Engula em seco... Quer dizer, por que eu me preocuparia com sua opinião?

Levantou-se da poltrona e seguiu em passos largos até a porta do escritório, abrindo-a para que Amparo saísse dali.

- Você está me expulsando-

- Fale baixo, velha podre. Estamos em ambiente de trabalho e em breve resolverei o problema envolvendo esses candidatos a pai. Obrigado pelo aviso.

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