Heart and Soul

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'Cause she's heart and soul
pois ela é coração e alma

She's hot and cold
ela é quente e fria

She's got it all, hot loving every night
ela é isso tudo, bastante carinhosa a noite toda

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Ao longo da semana seguinte, Lexa  foi aprendendo o ritmo de Clarke.

Na cama, reagia melhor quando Lexa ia devagar e murmurava safadezas no ouvido dela. Se quisesse algo mais intenso — fosse o que fosse —, ela se mostrava disposta e ansiosa para agradar. Lexa não podia querer uma amante melhor. A ironia da situação não passava despercebida.

Fora da cama, ela se dava bem com a rotina. Acordava todos os dias no mesmo horário, tomava um banho para se livrar dos resíduos do sexo matinal — Lexa adorava começar o dia com o pé direito —, tomava um iogurte e ficava no trabalho até as seis da tarde. As noites eram de Lexa . Mas não ficavam se pegando como duas adolescentes cheias de hormônios — elas preenchiam o tempo com jantares, conversas e silêncios cúmplices que Lexa  nunca havia experimentado.

No sábado à noite, depois de passar o dia em um museu em San Francisco se revezando em comentários absurdos sobre arte, viram mais um episódio de Laughing in the Wind. Na verdade, ela viu. Lexa  ficou olhando para ela, penteando seus longos cabelos com os dedos.

Clarke apoiou a cabeça em seu ombro , com os olhos voltados para a TV de tela grande pendurada na parede do quarto. De tempos em tempos, suspirava ou ficava tensa, reagindo à história, e suas pernas descobertas se mexiam sob a bainha da mesma camiseta comprida que usava na primeira noite que haviam passado juntas.

Lexa  não sabia descrever como se sentia ao vê-la com suas roupa, ou ao tomar conhecimento de que ela guardara a camiseta e sempre a usava para dormir, mas era uma sensação boa.  vinha se sentindo bem nos últimos tempos — toda vez que Clarke sorria, pedia um beijo ou chegava perto, mas também quando nem estavam juntas. Lexa passara a semana inteira num estado de euforia, sorrindo ao pensar nela.

Não havia dúvida.

Estava perdidamente apaixonada.

Alexandra sabia que era só uma coisa temporária, que não era de verdade, que não havia como terminar bem, mas tinha feito algo proibido para uma acompanhante profissional: ficara caidinha por uma cliente.

— Então ela salvou a vida dele, mas agora está escondida atrás da cortina fingindo ser uma velhinha. Ele vai ver a cara dela em algum momento?,
Clarke perguntou, atraindo sua atenção. — Ele vai se apaixonar por ela?

— Quer mesmo que eu conte?

Clarke ficou pensativa por alguns instantes, então fez que sim com a cabeça. — Quero. Me conta.

Lexa deu risada e a puxou para mais perto, beijando sua testa. Ela era séria e pensativa, mas também cheia de caprichos. Lexa  adorava aquilo. — Não. Você vai ter que ver para descobrir.—  Sem conseguir se segurar, beijou seu queixo e mordeu sua orelha. Era muito bom tê-la tão perto. Lexa tinha sido feita para amá-la.

Clarke cruzou os braços. — Por que ela não se deixa ver? Está na cara que gosta dele.

— Porque ela sabe que os dois  nunca vão poder ficar juntos.

  — Por que não?

— O pai dela é um vilão.—  Aquilo fez Lexa  pensar em si mesma e em seu pai, o que a destroçou por dentro.

Love NumbersOnde histórias criam vida. Descubra agora