Five

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Seonghwa observava o conteúdo daquela folha à horas, não conseguia absorver o que estava ali escrito.

Era uma simulação de contrato, pelo cheiro qualquer jornalista saberia que se tratava de uma tinta facilmente apagavel, assim deduzindo que após Hongjoong assinar, eles apagariam toda aquela farsa, escrevendo o verdadeiro propósito.

Aguardou ansiosamente até que um de seus colegas chegou em sua casa com as informações que havia lhe pedido.

Já fazia dois dias desde que roubou o papel da casa dos Kang, imaginando que eles teriam dado conta do sumiço, nem se deu ao trabalho de pisar lá nesse tempo.

Quando o homem bateu na porta, correu para abri-la, mandando que entrasse. Sem muita cerimônia, sentaram no sofá enquanto abria uma maleta.

— Descobriu algo, Juyeon? — o de fios acinzentados questionou.

— Esse golpe é antigo, muita gente foi pega com ele, é o principal segredo para a riqueza deles. — contou, lhe entregando umas anotações. — Acho bom que isso ajude, porque tive que largar a pesquisa que estava a fazer, somente para arrancar as informações que me pediu.

— Obrigado. — disse sincero, sorrindo para o moreno. — Depois de publicar isso, vou ser reconhecido mundialmente como o único jornalista que foi capaz de descobrir o verdadeiro segredo da fortuna Kang. — seu tom de superioridade arrancou risos de Juyeon, que negou com a cabeça.

— Não esqueça dos humildes detetives que fizeram isso ser possível! — entrou na brincadeira.

Um longo suspiro saiu de sua boca, pensando na tamanha malandragem daqueles babacas, mas ele não iria atrás de Hongjoong agora, primeiramente precisava ouvir Yeosang mentindo mais uma vez e já sabia onde iriam para uma inocente conversa.

O local estava lotado como sempre, inúmeras cadeiras distribuídas, um palco enorme se fazia presente junto de garotas que cantavam e dançavam. Homens casados e solteiros sentados apreciando o show e o Park entrando lado a lado com o filho de Sungmin.

— Quanto tempo, Seongie, nunca mais voltou aqui, sentimos sua falta. — uma das moças o recebeu, sorrindo. — Vai querer algum especial? Pode escolher, fique a vontade.

— Ah, obrigado, princesa, mas hoje estou acompanhado, vamos apenas sentar e conversar. — informou com um sorriso nos lábios, adentrando mais o local.

— Que lugar meio vulgar para uma conversa. — o loiro analisou a estrutura bonita e bem feita, em tons de vermelho e marrom.

— Vulgar é a forma provocante com a qual você fica de óculos. — devolveu assim que notou Yeosang arrumando o objeto de lentes redondas sobre seu nariz.

Sorriu ladino ao ver que o outro ficou sem reação diante de sua provocação, apenas se calando.

Ocuparam uma mesa um pouco mais distante do palco, pedindo bebidas para iniciarem.

— Esse é o último encontro, certo? Já te dei tanta informação, não é possível que ainda tenha perguntas a fazer. — bebericou o líquido forte, iniciando a conversa.

— Será que você está sendo sincero comigo, ou está me passando informação nada verídica? — seu tom desconfiado se fez presente.

— Está insinuando algo, senhor Park? — nada contente, o loiro fechou ainda mais a cara, o encarando.

— Só insinuo quando tenho a certeza do que estou a dizer. — alfinetou, o encarando nos olhos até que o próprio desviasse, inseguro, como havia pensado.

— A moça parecia bem receptiva, uh? — disse sugestivo, mudando o rumo da conversa.

— É, meu pai é dono daqui e digamos que já fui um frequentador desse cabaré. — Yeosang pegou o que ele quis dizer com a frase, obviamente já tinha dormido com algumas mulheres dali.

— Uau, você veio mesmo — a atenção de ambos foi para o garoto vestido de garçom que parou na mesa. — e trouxe o senhor Kang consigo, bem vindo. — se curvou, sorrindo simpático.

— Oh, este é Changmin, meu irmão de criação. — apresentou. — Papai está por aqui?

— Ainda não chegou. — o Ji ouviu ser chamado em uma mesa e logo se despediu, para atender.

Seonghwa realmente não queria dar de cara com o dono dali, fazia alguns anos que não o via e preferia que ficasse daquele modo.

O silêncio havia reinado entre eles, Yeosang não se arriscava a dizer nada, pois sabia que aquilo poderia apenas o encurralar ainda mais. O Park não era burro, assim como ele próprio sabia, logo faria algo contra si.

A todo momento alguma garota passava pela mesa oferecendo uma "conversa privada" — em suas palavras —, todas que eram negadas de forma gentil pelo mais velho, aquilo por algum motivo incomodava o Kang, mas apenas fingia ignorar.

— Você faz muito sucesso por aqui. — iniciou, como quem não queria nada.

— Sou irresistível. — sorriu, dando o último gole em seu copo de whisky.

— Se vamos apenas ficar aqui parados olhando garotas dançar, eu já vou indo. — o loiro bufou, sem paciência.

— Você pode me esperar um minuto? — pediu, olhando além do palco, parecendo ver algo que chamou sua atenção. — Eu te levo em casa depois, essa região não é segura para se andar sozinho durante a noite.

Sem esperar pela confirmação, se retirou, acenando na direção para qual olhara outrora, apontando com a cabeça para a porta do corredor dos quartos.

"Ah, que ótimo!" — pensou, pedindo mais um copo de bebida para um dos garçons.

Àquela altura, Yeosang cantarolava alguma música aleatória que surgiu em sua cabeça, estava a tanto tempo esperando pelo de madeixas cinzas, que pensou na possibilidade de ir mesmo sozinho, porém o medo falava mais alto.

Avistou quem aguardava, surgir novamente a sua vista, arrumando alguns fios do cabelo.

— Vamos? — proferiu, assim que chegou mais perto.

— Tem batom na sua boca. — avisou, o deixando para trás limpando o próprio lábio, ao abandonar a mesa com o dinheiro em cima.

Tiveram uma longa caminhada até estarem em frente a casa fechada e sem iluminação da família Kang, estava tarde, naquela hora todos dormiam.

— Bom, você nunca mais vai precisar olhar em minha cara, foi um prazer trabalhar com você, tenha uma boa noite. — curvou-se em despedida, logo lhe dando as costas.

— Amanhã. — disse apenas, o que atraiu o olhar confuso do que já estava indo embora. — Quero que venha aqui, na parte da tarde, logo após o almoço.

Não lhe deu brechas para uma negação, adentrando pelo portão, sentindo o próprio coração pular em seu peito, sem um motivo aparente.

Hmm... os sentimentos do Yeosang já estão vindo à tona, não é?

Me desculpem pela demora, acredito que o próximo não leve tanto tempo pra eu postar.

É isso, espero que estejam gostando, até o próximo cap!

Industry of Secrets (SeongSang)Onde histórias criam vida. Descubra agora