STORM BRINGER - tradução pt-br.

capítulo 2 - parte 1.

Lembranças sem sentido percorrem sua visão.

A primeira vez que ele encontrou Pianoman e os outros no bar. O tempo em que se agarraram à mesa de bilhar até de manhã, disputando pontos. A vez em que eles discutiram sobre algo sem sentido e acabaram jogando garrafas de champanhe um no outro.

Memórias que ele mesmo havia esquecido. Sons de suas risadas, que ele não tinha certeza se eram reais.

E em camadas finas sobre ele, estava a sombra de uma figura carregando-o, jogando-o em um beco em algum lugar e indo embora.

A figura negra de Dazai.

Forçando a garganta para gritar, o despertou da inconsciência. O local onde Chuuya foi despejado, era em frente àquele bar. A barra de bilhar.

"Mundo antigo".

O cheiro inegável de sangue emanando dele.

Chuuya fica inseguro. Ele tropeça tentando se mover para frente, as pernas ainda fracas e impotentes. Ele avança, quase engatinhando. Para a parte de trás do prédio.

Pianoman, Iceman, Albatross, Doc.
Todos eles estavam mortos.

O interior da loja estava esfarrapado e destruído, como se uma tempestade tivesse passado por ele.

As janelas foram quebradas, a mesa de bilhar foi atingida na parede e todas as garrafas foram estilhaçadas, colorindo o chão. Evidência de destruição devido à capacidade da gravidade.

No centro, os quatro desabaram.

Em um relance, ele viu que eles não poderiam ser salvos. Era mais correto não dizer que eles foram "assassinados", mas "quebrados". A ponto de ser mais difícil encontrar uma parte do corpo que não foi destruída.

"Chuuya..."

Chuuya engasga com o som de uma voz, tão fraca e fina que parecia estar suspensa por uma corda. Ele corre em direção ao som.

"Ei, você está bem?!" Aquele para quem Chuuya correu foi o Albatross, cujo sangue escorria de sua boca. "Eu vou te salvar agora!"

Ele nem mesmo precisou se aproximar para descobrir que era tarde demais. Seu abdômen estava partido, o osso interno exposto.

"Que pena, Chuuya... ele me pegou. Não consigo ver mais... e não consigo sentir minhas pernas." A voz baixa de Albatross era quase um sussurro, seus olhos não viam mais este mundo. Suas pernas estão completamente esmagadas do joelho para baixo. "Mas eu salvei Doc. Eu puxei seu colarinho e o salvei do ataque... todos morreram, eu vou morrer. Mas Doc, por favor, trate-o..."

A mão direita de Albatross agarra o colarinho de Doc. Com força, como um tesouro precioso.

Doc, poupado do ataque, fechou os olhos silenciosamente. Ele parece estar dormindo. E não há um arranhão. Na parte superior do corpo.

Mas – aquele corpo de Doc não tinha nada do quadril para baixo.

"..."

Chuuya geme por trás dos dentes cerrados. Por pura vontade, ele consegue desesperadamente impedir que seu grito saia de sua garganta.

"Sim." Chuuya diz em uma voz forçada e uniforme. "Deixe Doc comigo. Ele está salvo, graças a você. Você fez isso. Você pode se orgulhar de si mesmo."

"Bom." Albatross suspira profundamente de alívio. A tensão em seu rosto desaparece. "Chuuya... Na minha garagem, há uma bicicleta. É especial, apenas para o trabalho... Você pode  ter..."

A mão do albatroz perde a força e cai no chão.

Albatross, Doc, Pianoman, Iceman e Lippmann. Todos eles estão mortos.