Prólogo

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Os ventos rugiam e com a força dele as folhas que antes estavam no chão agora triscavam em meu rosto junto à poeira que se erguia. Punha a cabeça entre as mãos na esperança de amenizar a situação. Péssima idéia. Encarei minhas mãos ensangüentadas que empreguinaram meu cabelo com o sangue, respirei fundo e achei forças para me desculpar com a a única árvore de tamanho substancial que ladeava aquela estrutura a beira do despencanento.
Eu havia escolhido o caminho da covardia, causando minha morte, ou pelo menos a farça dela.

- Agora quem é a idiota? - murmurei comigo mesma, esperando que ninguém estivesse olhando ou ouvindo.

É tarde para que eu me arrependa de meu ato impensável, não há nada a fazer e lamento não poder mudar as coisas, contudo, ainda estou viva, e isto é o principal. Sim, estou viva, mas não queiras saber de que maneira.
O que eu vou fazer? Eles não sabem que estou viva, quando souberem provavelmente morrerei pelas mãos dos acusadores de meu pai.

Meu pai...

Céus, essa informação trouxe caos, o mundo está em guerra, por um momento eu tive tudo, e agora voltei a não ter nada. Queria que ele estivesse aqui, sentir o calor do seu abraço e o conforto de suas estranhas palavras me traria forças para me levantar.

Às vezes a memória pode ser uma companheira enganosa.

-Uma fada não deveria estar na parte mais escura do bosque.

-Quem é você?!

God's Lie ❖ BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora