The Date~Volsher Adaptation~

ᴄᴀʀᴀ ᴀᴛʀᴀᴇɴᴛᴇ

( na foto acima podemos ver uma das maravilhas do mundo moderno )

A primeira coisa que eu penso quando o vejo é "quem dera fosse dois anos atrás"

Penso muito nisso quando encontro garotos que posso considerar atraentes. Esse cara, sem dúvida nenhuma, é uma graça. Não do jeito típico de Hollywood, como a maioria dos caras que moram nesta cidade. Esses são todos iguais, como se houvesse um molde perfeito para um bom ator bem-sucedido e eles estivessem tentando se encaixar.

Esse cara é o completo oposto, Sua "barba" por não fazer não é uma obra de arte simétrica e intencional. Em vez disso, é suja e irregular, como se ele tivesse trabalhado até a tarde noite, sem tempo para barbear. O cabelo dele não está penteado com gel para dar uma aparência zoneada de quem acabou de sair da cama. O cabelo desse cara é mesmo bagunçado. Mechas de cabelo da cor de um chocolate escuro, algumas mechas erráticas e rebeldes. É como se ele tivesse acordado tarde para um compromisso e tivesse presa demais para se dar o trabalho de se olhar no espelho.

Uma aparência tão desleixada devia ser brochante, mas é isso que acho tão estranho. Apesar de ele dar a impressão de não ter um pingo de narcisismo, é um dos caras mais atraentes eu já vi!

Este pode ser um efeito colateral da minha obsessão por limpeza. Talvez eu deseje desesperadamente o tipo de descuido que esse cara exibe e esteja confundido inveja com fascínio.

Também posso achar que ele é um graça apenas por ele ser uma das poucas pessoas nos últimos dois anos que não virou o rosto imediatamente ao olhar nos meus olhos.

Ainda preciso passar pela mesa dele para chegar a minha, atrás dele, e não consigo decidir se me apresso para ficar livre do olhar dele, ou se devo passar em câmera lenta para aproveitar a atenção.

Ele se mexe quando começo a passar a sua frente e, de repente, seu olhar se torna excessivo. Invasivo demais. Sinto minhas bochechas corarem e a pele formigar, então olho para meus pés e deixo o cabelo cair no rosto. Até puxo uma mecha para a boca, com a intenção de bloquear mais ainda sua visão, não sei porque o olhar dele me deixa desconfortável, mas é o que acontece. Apenas alguns segundos atrás eu estava pensando em como eu sentia falta de ser olhada, mas agora está acontecendo, só quero que ele vire o rosto para o outro lado.

Pouco antes de ele sair da minha visão periférica olho na direção dele e pego o resto da um sorriso, ele não deve ter notado minhas cicatrizes. É o único motivo para um cara como ele ter sorrido para mim.

Aí é irritante até pensar desse jeito, eu não era essa garota. Era confiante mas o incêndio derreteu cada pingo de autoestima que eu tinha. Tentei recupera-la mas é difícil acreditar que alguém possa me achar atraente quando nem eu consigo me olhar no espelho.

— isso nunca me cansa — diz meu pai enquanto me sento de volta a mesa.

Olho para ele, quase esqueci que estava ali.

— o que nunca cansa?

Ele indica o garçom com o garfo, que está perto da caixa registradora

— isso — diz ele — ter fãs — dá uma garfada na comida e fala com a boca cheia — então, o que você queria falar comigo?

— O que te faz pensar que eu queria falar alguma coisa com você?

Ele gesticula pela mesa.

— Estamos almoçando juntos. É óbvio que você precisa me dizer alguma coisa.

É triste que nossa relação tenha chegado a isto. Saber que um simples encontro para almoçar tem que ser mais do que uma filha querendo ver o pai.

— Vou me mudar para Nova York. Bom na verdade, está noite. Mas meu avião sai tarde e oficialmente só vou pousar em Nota York no dia 10.

Ele pega um guardanapo e disfarça uma tossem. Pelo menos acho que é uma tosse, com certeza a notícia que o fez engasgar com a comida.

— Nova York? — dispara ele.

E então...ele ri, ri como de eu morando em NY fosse uma piada, Calma Carol seu pai é um babaca, isso não é nenhuma novidade.

— Justo lá? por que? o que tem em Nova York? — as perguntas dele vão surgindo a medida que ele processa a informação — E, por favor, não me diga que conheceu alguém na internet.

Meus batimentos cardíacos estão enfurecidos. Ele não pode pelo menos fingir que apoia uma das minhas divisões?

— Quero uma mudança de ritmo. Estava pensando em fazer teste para a Broadway.

Quando eu tinha sete anos, meu pai me levou para ver Cats na Broadway. Foi minha primeira vez em Nova York e foi uma das melhores viagens da minha vida. Até esse momento, ele sempre tinha me empurrado para a carreira de atriz. Mas foi só quando vi aquele espetáculo ao vivo que soube que precisava ser atriz. Nunca tive a oportunidade de fazer teatro porque meu pai ditou cada passo da minha carreira, e ele gosta mais do cinema. Mas já são dois anos desde que fiz alguma coisa. Não sei se realmente tenho coragem para fazer um teste por agora,contudo decidir mudar para NY foi uma das maiores iniciativas que tomei desde o incêndio.

Meu pai dá um gole na bebida, baixa o copo e seus ombros relaxam quando ele suspira.

— Carolina me escute — diz ele — Sei que sente falta de atuar, mas não acha que está na hora de procurar mais opções?

Já passei do ponto de me importar com os motivos dele que sequer mesmo presto atenção no monte de asneira que ele acabou de dizer. Durante toda a minha vida, só o que meu pai fez foi me pressionar para seguir os passos dele. Depois do incêndio, seu estímulo acabou de vez não sou nenhuma idiota

Sei que ele acha que não tenho mais o que é necessário para ser atriz, e parte de mim sabe que ele tem razão. Aparência é muito importante em Hollywood.

E é exatamente por isso que quero me mudar para Nova York. Se eu quiser

voltar a atuar, o teatro pode ser minha melhor esperança.

Eu queria que ele não fosse tão transparente. Minha mãe ficou feliz da vida quando contei que queria me mudar. Desde a formatura e da minha mudança para o apartamento de Babi, quase não saio de casa. Minha mãe ficou tão triste ao descobrir que eu iria para longe, mas feliz ao perceber que eu estava disposta a deixar os limites não só da minha casa, mas de todo o estado da Califórnia.

Sim eu entendo quem não gosta do pai da voltan😔🖐️