Quarta-Feira

Capítulo 1: A primeira Quarta

John não é uma pessoa especial. Certo, isso foi triste, John é especial caso você sinta algo especial por ele, caso contrário ele não é. Certo Certo, você está aqui para ouvir uma história de herói, logo, John já enfrentou um dragão, é milionário, achou o amor de sua vida entre outras coisas... mas não, John tem 18 anos, está na universidade, não tem nenhum porte atlético, tem poucos amigos, problemas com relacionamentos, John é igual a você ou a mim, um perdedor.

 E agora é o momento em que eu digo: "Mas nem sempre foi assim", errado, John nunca conseguiu ser o protagonista da própria história, sempre esteve à sombra de alguém, John é como uma Quarta-Feira, ele é casual, um dia qualquer no meio da semana, as pessoas ao redor de John não são como Quartas-Feiras, elas tem um sentido de existir e são especiais, mas só porque John as enxerga dessa forma. John faz medicina, nunca saberá se o faz por sorte com as provas do vestibular ou capacidade própria, afinal a cada 5 minutos nosso herói fracassado duvida da mesma, suas dúvidas surgem do fato de que ele nunca é o melhor em nada, absolutamente nada, John não consegue ao menos jogar uma bolinha de papel na lixeira sem errar, essa característica de zero à esquerda lhe confere a capacidade de ser ignorado por todos os grupos sociais dos quais ele tem conhecimento, o infeliz não consegue nem ser amigo dos nerds para que você tenha uma ideia. 

Mas pensando bem, eu menti para você leitor (Risos maquiavélicos), John é inteligente, ao menos isso, embora duvide disso como dito anteriormente, ele é inegavelmente inteligente, o que piora nossa situação, você não imagina como isso pode piorar nossa situação? Então vou demonstrar com uma alegoria. Imagine que estamos nós dois, eu (o belíssimo narrador) e você ( o avido leitor) em uma mesa com várias pessoas, todas extremamente famosas, enquanto nós dois somos desconhecidos para o mundo, pois bem, imagine que essas pessoas famosas são um bando de idiotas, a corja do intelecto humano basicamente, se nós dois formos totais ignorantes, será uma experiência maravilhosa conversar com essas pessoas onde iremos ser bem recebidos, se nós dois formos inteligentes, bem, será uma bosta e isso é o que John sente ao falar com as pessoas que para o seu entendimento são famosas ou especiais, ele não consegue criar intimidade. Ignorância pode ser uma benção.

Mas hoje é apenas a primeira Quarta-Feira muitas virão e enquanto algumas serão casuais, outras nem tanto, nosso querido John vai passar por muita coisa ainda nessa vida e algo que já te apresentei a ele, mesmo que superficialmente, espero que você leitor acompanhe o que esse zero à esquerda tem para oferecer (já adianto que não é muito coisa).