Capítulo 15

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Eu estava prestes a ter a pior manhã da minha vida, Keir tinha finalmente conseguido passar um tempo comigo e as minhas desculpas haviam se esgotado. Pra minha sorte esse seria o último dia dele em Velaris.

– Aonde vai, Feyre? – Mor perguntou.

– Pagar os meus pecados, pelo visto.

Ela riu.

– Cassian não estava atarefado de tornar isso um inferno pessoal pra Keir?

– E está. Aparentemente deu tudo certo.

– E o meu sobrinho?

– Rhys e Azriel estão vigiando ele, como aprendeu a engatinhar...

– Espera, espera. O Nyx aprendeu a engatinhar e vocês sequer avisaram??

Segurei um riso e assim que ia falar algo a loira desapareceu e só ouvi o som da porta batendo. Ao terminar de me arrumar fui ao encontro de Keir contra minha própria vontade, mas como Grã-senhora eu precisava passar por isso.

Fui encontrar Keir próximo ao prédio onde a galeria ficava, ele estava analisando tudo ao redor quando me aproximei.

– Senhora.

– Keir.

Nós começamos a caminhar, ele sequer conseguia se manter um segundo de boca fechada, algo me dizia que aquilo era uma tentativa de me frustrar ou fazer com que eu explodisse. Eu não iria cair nessa.

– E o Grão- senhor?

– Está ocupado com seus afazeres – respondi em um tom seco.

– Cuidar do filho é considerado uma tarefa para um Grão-senhor?

E lá vamos nós.

– Sim, sem dúvida.

– Pensei que isso fosse apenas com a senhora.

– Rhys é capaz o suficiente para cuidar do próprio filho. Aliás, ele insiste.

– Que eu saiba um Grão-senhor deveria se ocupar com coisas mais...importantes para a corte.

– Eu também deveria como Grã-senhora, mas veja onde estou.

– Mas achei que cuidar do filho fosse trabalho para a mãe...

Eu conseguia sentir minhas bochechas ficando vermelhas.

– Nyx é o próximo Grão-senhor da corte noturna – parei e olhei para ele com desgosto. – Meu parceiro está cuidado do futuro da nossa corte. Se isso não é importante, não sei o que pode ser.

– Eu sei, senhora, estou apenas dizendo que...

– Não me interessa a sua opinião, Keir. Caso a sua intenção for ofender meu parceiro ou até mesmo minha família, garanto que não voltará vivo para a corte dos pesadelos.

– Senhora?

– Considere esse passeio encerrado. Para o seu próprio bem.
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Assim que voltei pra casa tomei um banho de água morna a fim de relaxar meus músculos e tudo em mim. Eu estava entrando no escritório quando Cassian apareceu correndo, mas assim que me viu, tentou disfarçar.

– O que houve?

– Hum? Nada.

Rhys apareceu logo atrás junto ao Azriel. Aquilo estava suspeito demais.

– Posso saber o que os três estão...aprontando?

– Nada, querida. – rhys respondeu.

– Não sei por que, mas isso não me convenceu. – entrei no escritório escritório e eles três logo em seguida.

– Feyre, nós...

– Espera. O que é aquilo ali no pé da mesa? – fui na direção da ponta preta.

– Graças a mãe ele está aí. – Cassian exclamou.

Peguei Nyx nos braços e olhei para os três.

– O que você ia falar antes, Cassian?

– Nada, nada não.

Me aproximei aproximei três com o bebê. Olhei para o Rhys e depois para o  general e o encantador de sombras.

– Rhys?

– Nós perdemos ele por uns minutos. – Azriel me respondeu, fazendo os dois olharem pra ele.

– Vocês o quê??? – exclamei. – Eu deixei o general do exército illyriano, o melhor encantador de sombras e o pai dele pra vigiar e...

– Em nossa defesa – rhys começou. – ele engatinha muito rápido.

– Pela mãe! Como vocês perderam ele?

– Nós tínhamos sentado no sofá por alguns segundos e depois quando fomos procurar ele, ele havia sumido.

Olhei para o Nyx.

– Quero ver quando começar a andar, é capaz de eles nunca mais acharem você. – falei para o bebê.

Cassian e Az saíram do escritório e deixaram apenas Rhys e eu, com o bebê.

– Então, como foi?

– Terrível – falei, me sentando na cadeira atrás da mesa. – Keir provavelmente vai embora.

Rhys franziu as sobrancelhas.

– Digamos que eu tenha ameaçado ele.

– E o que, exatamente, disse a ele?

– Que se ele tentasse insultar minha família outra vez, ele não voltaria vivo para a corte dos pesadelos.

Rhys se aproximou e se apoiou na mesa, parando na minha frente.

– É tão bom ouvir isso.

– O quê?

– Vocês nos chamando de família – explicou. – É bom e reconfortante.

Ele quis me dar um beijo, mas eu me afastei.

– Ainda não perdoei você por ter perdido nosso filho dentro de casa.

– Ele é mais esperto do que pensamos – disse. – foi preciso segundos pra que sumisse.

Eu olhei de Nyx para Rhys, se o que eu estivesse pensando fosse verdade, seria muito preocupante.

– E se....não, não é possível. – neguei com a cabeça.

– E se o quê?

– E se o Nyx puder atravessar?

– Nessa idade é impossível, ainda não sabe dos poderes.

– Mas pode acontecer por acidente, não é?

Meu parceiro pareceu completamente surpreso com aquilo, a expressão expressão seu rosto foi uma das mais engraçadas que já vi.

– Sim, pode acontecer. – conseguiu falar.

Eu consegui apenas rir de nervoso do que rhys disse, descobrir que meu bebê de apenas meses conseguia atravessar me deixou preocupada. A nossa esperança é que isso nunca mais acontecesse.

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