A manhã de sábado está incrivelmente belo e agradável e Siena aproveita para tomar um sol no jardim, ela está sentada sobre uma manta, com uma cesta de frutas ao seu lado. Está lindamente dentro de um vestido branco solto, que se move a medida que o vento lhe toca e está usando um chapéu de camponesa protegendo-lhe a face, enquanto aproveita sua leitura bíblica de Isaías 43:6-7.
Direi ao Norte: entrega! E ao Sul: não retenhas! Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, a todos o que são chamados pelo meu nome, e os criei para minha glória, e que formei, e fiz!
Ao terminar de ler aqueles versículos Siena olha para o céu, pois acredita firmemente naquelas palavras, que todos são criados para a glória de Deus. Ela acredita que como filhos devemos magnificar, exibir e manifestar a grandeza do nosso Senhor em tudo que fizermos, seja ao comer ou beber, que tudo seja para a manifestação da glória de Deus, é como diz em 1Corintios 10:31, um texto que seus pais sempre citavam quando ela ainda era criança. Ela tenta aplicar esse versículo em toda a sua vida, seja no trabalho, nas suas tarefas e nos seus relacionamentos, em tudo deseja expressar a glória de Deus. Ela não é perfeita, mas está sempre em busca de se tornar melhor do que era ontem, sendo ela como uma criança pequenininha diante de Deus, enquanto Ele é o Todo-poderoso, em quem ela pode confiar sem medo, pois tudo que Ele fizer será para o bem dela, porque ela ama e confia Nele.
Siena é arrancada daquele momento de extrema paz ao ouvir seu nome pelo vento, limpando os vestígios de lágrimas do rosto e colocando sua bíblia ao lado da pequena cesta com frutas, levanta-se e caminha até a entrada da sua casa, aonde avista Lucy.
— Lucy, que bom ver você — Afirma Siena ao abrir o pequeno portão, abraçando a nova amiga.
— Desculpe vir sem avisar, mas estávamos na casa da sra. Evans e pedi Camile que me trouxesse até aqui.
— Não há problema algum, é um prazer te receber aqui. Porque Camile não esperou? — As duas caminham lado a lado.
— Ela me deixou no início da trilha e me explicou como chegar até aqui, disse que voltaria para ajudar Marilla com o almoço.
— Compreendo e o que te trouxe até aqui?
— Não consegui dormir esta noite, estive pensando em muitas coisas e queria conversar com você, podemos?
— Certamente. Estava aproveitando que o dia está lindo para passar a manhã no jardim. Mas vamos entrar para dentro da casa, irei preparar um chá para nós.
— Não há com o que se preocupar, já tomei o meu desjejum, podemos ficar no jardim se não tiver problema.
— Não há problema algum, vamos para o jardim.
As duas sentam sobre a manta lado a lado, Lucy a princípio não profere uma palavra sequer e aproveita o sol fraco entrando pela copa da árvore de magnólia. Siena permanece da mesma forma, dando tempo para ela começar a conversa. Logo os olhos de Lucy se fixam nos livros sobre a manta — uma bíblia espesso com uma pequena cruz na capa, e ao lado um livro intitulado A linguagem das flores — propositalmente ela pega o livro das flores e sorri.
— Você gosta de flores, pude perceber pela entrada da sua casa — Afirma ela com o livro na mão.
Siena sorri de volta.
— Sou encantada por elas desde criança. Meus pais me chamavam de florzinha, na verdade, até hoje ainda me chamam assim, ás vezes.
Lucy fita o lago logo à frente em toda a sua calmaria, pensando em como seria ter pais que lhe chamavam daquela forma tão carinhosamente. Então folheia as páginas amareladas e pergunta:
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Além do arco-íris
RomanceSiena encontrara seu verdadeiro amor ainda na juventude, mas por consequência das escolhas eles não viveram os felizes para sempre. Ela casou-se e reconstruiu sua vida. Após dez anos, Siena encontra-se viúva, sem sair do lugar onde nascera e dedican...