capítulo 48

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The narrator's point of view.

Depois do fim de dia carinhoso memorável as duas morenas embarcaram em um cumplicidade única em seu relacionamento, Camila tornou-se mais aberta para conversar com sua namorada sobre tudo o que lhe incomodava e lhe agradava, a menina também descobriu que Ariana nunca dera em cima de Lise e que a menina ruiva tinha um namorado pelo qual era completamente apaixonada, Camila também havia se aberto mais para receber a amizade de Normani e Dinah, ambas as mulheres amavam a mimar e cuidá-la como se fosse um bebê e a Cabello se aproveitava muitas das vezes, principalmente quando queria comer o bolo de chocolate de Normani. Foram quatro meses de mimos para a adorável Cabello e ela não tinha do que reclamar.

Camila caminhava pelas ruas de Fresno sozinha, Lise ficaria na escola até mais tarde por culpa de uma reunião, Ally não estava indo a escola por culpa de alguns problemas pessoais e a menina tivera que retornar para casa sozinha, o calor do verão já se aproximava assim como suas férias e suas férias para Miami junto com Lauren, Normani e Dinah, iriam todas passar três meses na ensolarada Miami. A mais nova decidira parar em um comércio, adentrou o estabelecimento e comprou uma limonada rosa -sempre foi a sua favorita-, ao sair Camila retomou o seu caminho tranquilamente para casa, mas um barulho em um dos becos das ruas calorosas de Fargo lhe chamara a atenção, com um frio no estômago provocado pelo medo Camila adentrou o beco e caminho até o local de onde vinha o barulho, encontrando uma adorável menina de fios castanhos medianos, olhos castanhos avelãs e lábios finos. Seus olhos prenderam-se na adorável menina que estava revestida de sujeiras, com a roupa suja e rasgada.

— Oi... — Camila pronunciou em um tom baixo para não assustar a mais nova. — Como você se chama? — A morena notou o olhar da menina em seu copo de limonada. — Você quer um pouco? — Após receber um aceno positivo de cabeça, Camila entregou o copo para menina que tomou um bom gole da bebida gelada. — Você está perdida? — Mais um aceno positivo. — Bom, eu estou indo para casa. Vou ligar para Mani e pedir para ela vir aqui, ela saberá o que fazer.

A morena pegou seu celular no bolso da mochila, discou o número da negra e ligou para mesma que estava em seu trabalho, após contar a Normani o ocorrido e pedir para mesma ir buscá-las, Camila levou a pequena menina até uma barraca, comprou um sanduíche natural para menina e a deu para comer enquanto esperava por Normani. Algo em seu interior se aqueceu ao ver o olhar de gratidão nos olhos avelãs da menininha a sua frente, seu estômago fervilhou em nervosismo, parecia que milhares de borboletinhas queriam fugir de dentro do mesmo, suas mãos começaram a suar frio assim como todo restante de seu corpo, a ideia de largar a menininha ali sozinha lhe trazia um gosto amargo aos lábios.

— Mila! — Normani chamou pela morena e se aproximou da mesma. — É ela?

— Sim Mani... Olha, essa é a Mani e ela vai saber o que fazer com você.

— Não vou não porque eu não faço a menor ideia de que porra fazer! — Normani resmungou fazendo a mais nova das três rirem, Camila desferiu um tapa no ombro da menina.

— Xingar na frente de criança é feio Mani! — Falou repreendendo a atitude da mais velha. — Vamos levar ela para casa? Ela é tão bonita!

— Casa? Que casa? Eu moro de favor na casa da sua namorada. — Falou fazendo as duas soltarem baixas risadas. — Já sei, nós vamos levar você para casa e quando o furacão Lauren chegar as duas fazem carinha de cão sem dono para convencer ela de deixar você ficar. — Normani compartilhou a ideia fazendo Camila sorrir empolgada. — Não vamos nem te dar banho porque aí ela vai se comover mais.

— Vamos para casa! — Camila falou enlaçando a própria mão a mão pequena da menina, as três mulheres entraram no carro.

— Pensando melhor, vou te dar um banho sim porque puta que me pariu você está fedendo para trezentos mil mendigos. — Normani resmungou fazendo a menina rir mais uma vez.

As três foram para casa em silêncio ao chegarem Camila subiu com a menina para o quarto em que dividia com Lauren, Normani despediu-se das duas e retornou para o trabalho, a pequena autista deu um banho de banheira bem demorado na menina até então muda, a vestiu com uma de suas blusas grandes, fez mais um lanche para menina que comeu e juntas foram ver desenhos. Camila passou sua tarde admirando a pequena menina que encontrou no beco, quando percebeu que a menina dormia torta no sofá, pegou a mesma no colo e subiu para seu quarto, deitou a pequena na cama, foi para o banheiro, tomou seu banho e se vestiu. Ao retornar para o andar inferior, organizou a pequena bagunça que havia feito, deitou-se no sofá e esperou sua Lise chegar do trabalho.

— Oi meu amor.

— Lise! — A menor sorriu, nem havia notado as horas passarem.

— Estou muito apertada, já volto para falar com você. — Lauren comentou subindo os degraus correndo, Camila ajeitou-se no sofá. — Camila! — A mais nova arregalou os olhos ao ouvir o grito de sua namorada, por um momento havia se esquecido da menina que dormia em sua cama. — Vou ter que perguntar ou você vai me explicar, uh? — Questionou ao retornar para sala.

— Lise eu a achei em um beco na rua, ela estava toda suja, as roupas rasgadas e com fome, eu não queria abandoná-la ali, não seria o certo, então a trouxe.

— Certo, vou ligar para polícia e avisar.

— Não Lise, por favor.

— Amor... — Lauren se aproximou da mais nova. — Ela deve ter família e eles devem estar atrás dela, nós precisamos notificar a alguém que a encontramos, esse é o certo a fazer.

— Tudo bem... Mas enquanto não acham, ela pode ficar com a gente por favor? — Jauregui encarou as orbes achocolatadas que possuíam um brilho pidão, os lábios carnudos totalmente curvados em um bico pidão, um suspiro derrotado fora liberado pela mais velha que acabou por ceder ao pedido de sua namorado.

— Tudo bem. — Camila sorriu e pulou no colo da mais velha.

— Obrigada Lise.

— Certo, agora me deixe ir ao banheiro ou vou fazer xixi no sofá. — Camila retirou-se do colo da mais velha rindo da mesma que correu para o lavabo do andar inferior.

AUTISM (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora