capitulo 8 - Casa.

383 39 152
                                    


Casa.



- Mas que porra?

Me afastei um pouco de Gizelly, mas ela me segurou pela cintura, me impedindo de sair e ainda deixando nossos corpos ainda mais colados.

- Gizelly Bicalho - ouviu Bia dizer - foi a garota que Diogo pegou ano passado. K2 me contou - ouvi uma risada falsa de minha amiga, provavelmente revirando os olhos - os boatos que ela adora estragar um relacionamento são verdadeiros. Quem pega o namorado da melhor amiga? Você pode sair daí ou abrir a porta? Não é como nunca tivesse te visto sem roupa mesmo.

Tirei os braços de Gizelly da minha cintura, contra minha vontade, e tirei a roupa sem me importar se Gizelly estava olhando ou não.

- Espera - pedi para Bia.

Peguei o cigarro de maconha que tinha se apagado sozinho e guardei na segunda gaveta do armário. Entrei debaixo do chuveiro para me molhar rapidamente e, antes de desligar o chuveiro, Gizelly se aproximou e sussurrou.

- Eu vou ignorar todos os pensamentos impuros com você e um tesão muito fodido - ela mordeu os lábios e deu um suspiro muito longo seus olhos encaravam qualquer lugar menos meus olhos -, mas quando abrir a porta, sua amiguinha vai saber que estou aqui.

- Eu vou levar ela para fora. Está com seu celular aqui?

Respondi no mesmo tom procurando o aparelho.

- Porquê?

- Coloque uma música alta.

- Porquê?

- Coloque - pedi com impaciência. Aumentei o tom da minha voz e falei para Bia. - Eu vou demorar um pouco. Eu estou terminando de lavar o cabelo.

- Demora o tempo que for - Bia respondeu. - Vou procurar fio de cabelo da Gizelly para fazer simpatia.

Não soube falar se Bia estava zoando ou falando sério, mas assim que a música Bullet Train começou a tocar no banheiro, puxei Gizelly para debaixo do chuveiro e antes que pudesse me xingar, a beijei.

Ela retribuiu da mesma forma.

Sua mão foi para minha nuca no mesmo instante, arranhando de leve, meu corpo pressionava o seu contra a parede do banheiro. Sua outra mão para o meu rosto, a fim de firmar mais o beijo. Ele se tornou lento, e eu rompi o contato. Demorei alguns segundos para abrir os olhos. Gizelly me tirava da terra, seus olhos castanhos quebravam as barreiras da gravidade, meu coração sempre acelerava entre nossos beijos, como se fosse a porra de um trem bala.

Passei a língua pelos meus lábios, tentando me lembrar que minha amiga ainda estava ali do lado odiando a garota que estava me pegando. Foco, Marcela. Dei um segundo beijo rápido e desliguei o chuveiro, deixando uma Gizelly totalmente molhada para trás. Em vários sentidos.

Vingança pelo banheiro da festa concluída com sucesso.

Se ela queria fazer o inferno de tesão para mim e deixar chupando o dedo depois, eu iria fazer o mesmo com ela.

Só que bem pior.

Peguei uma toalha e sai do cômodo. E, antes de sair fechando a porta, vi que Gizelly ainda estava parada.

Sorri com a cena, mas seu sorriso morreu quando vi minha amiga deitada na minha cama. Me troquei na velocidade da luz, eu precisava tirar Bia do quarto o mais rápido o possível.

Quando finalmente me troquei, puxei Bia que, no caminho, ia me contando a história toda, além de me falar do endereço do despacho que iria pôr o cabelo de Satazelly. Pelo que me contou, Diogo era DJ de uma festa que tinha uma banda local e acabou ficando com a vocalista. Essa era a história que eu e Bia sabíamos. E K2 estava falando que a banda era de Gizelly e ela era a cantora. Me pergunto se K2 tem algum tipo de caderninho maléfico que guarda as histórias dos outros para falar em momentos estratégicos. Isso seria uma ótima ideia.

Oitavo B Onde histórias criam vida. Descubra agora