24 - Sinais Nada Bons

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Quatro semanas ao todo se passaram. Morgan ainda flutuava, e Wise se contorcia em sua bolha da loucura. Nunca imaginou que ficaria tão irritado por colocá-la para flutuar, e a culpava por isso.

Durante os dias da punição de Morgan - os dias que ela ficou presa no quarto -, o palhaço sentia o gosto da solidão. E não é diferente no momento presente.

Chegando no começo da quinta semana, ele finalmente chegou em uma conclusão que iria libertá-la. Claro, não iria conseguir suportar mais tempo sem a humana por perto. O palhaço não precisava de coragem para fazer isso. Não. O palhaço sabia bem onde estava pisando.

Até chegar no terceiro dia da semana; todos os passos para concluir o “plano” foram simples, cautelosos, e silenciosos e ele aparecer no poço, bem próximo das crianças flutuando. Só com o olhar para ela, o corpo da mesma desceu devagar por entre os corpos.

Pennywise ergueu os braços para frente de seu corpo, até Morgan descer e deitar nos braços do palhaço. E então, ele a trouxe de volta.

Morgan abriu os olhos lentamente, e é claro que, a figura do palhaço foi a primeira coisa que ela viu. Figura essa, que a fez encolher-se e chorar como uma criança assustada.

Wise suspirou pesado e desapareceu dali e reapareceu no quarto, caminhou até a cama e a deitou.

- Meu.. Meu bebê..!    - Tocou a barriga pensando no pior. O que seria, de fato, Wise ter matado o bebê.

- Ele ainda tá aí.   - Sua fala foi mais um resmungo, e Morgan não deu o trabalho de perceber isso.

A mesma respirou aliviada, tentando conter as lágrimas. Havia visto muita coisa, e nada foi agradável para sua mente.

- Me perdoe... Por favor... Eu disse um dia que.. Eu não iria tentar mais fugir... E.. Se quiser descontar sua raiva, eu estou aqui. Mas por favor, deixe o nosso filho de fora disso!    - Implorou em lágrimas.

Nosso. Ele pensou sem dar qualquer reação. Pennywise a olhou atento, e se levantou e se afastou.

- Deve está com fome, certo?    - A voz soou seca e fria. Morgan o olhou surpresa, mas anuiu com a cabeça. Em questão de segundos, ele já não estava mais lá.



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Fiquei olhando o teto até sentir um cheiro delicioso...   Me ergui e caminhei até a cozinha. Pennywise estava em pé, me olhando seriamente.

Olho para o lado e vejo um prato cheio de macarrão e panqueca. Sentei sozinha na mesa, e com o garfo, retirei a mistura de dentro da panqueca. Carne humana... Esse episódio eu não iria esquecer.

- RÁ! Não precisa desconfiar.  - Sua voz soou bem atrás de mim.

- Sim. Precisa sim.  - Rebati séria.

Assim que terminei o desjejum de sabe se lá quantos dias, eu percebi que não senti nenhum enjôo no final.

- Que estranho...

- O que?    - O olhei atenta e com as sobrancelhas levemente franzidas. Eu toquei em minha barriga e respirei fundo.

- Acabei de jantar, almoçar.. E não senti nada. Nenhum enjôo.

- Hum. E?

- E então lhe faço uma pergunta, Wise.

- Pode parar por aí. Eu sei o que vai perguntar, e já falei, o bebê ainda está aí, Morgan.    - Disse cruzando os braços e ficando de costas para a pia.

-... Vivo?

- Vivo.     - Respondeu em um resmungo. O olhei estreitando os olhos em sua direção e me levantei e me retirei da cozinha.

𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +18Onde histórias criam vida. Descubra agora