Cap. 21

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Ganhei o direito de saber o que eu quisesse. Eu queria saber tudo! 

- Você se mudou há pouco tempo? - Perguntei por conta das caixas pelo apartamento.

- Pouco mais de oito meses. 

- E aonde você morava antes? 

- Na Califórnia, com os meus páis. 

- Por quê resolveu vir pra Nova York? 

- Foi depois de terminar a faculdade.

- E você se formou em quê? 

- Designe gráfico. 

- E veio pra cá tentar seguir a carreira?

- Não! Eu herdei esse apartamento do meu avô e resolvi morar nele. 

- Chegou em NY e viu que não seria facil achar um emprego no ramo e resolveu virar garçonete por um tempo? 

- Errou de novo, Alfonso! 

- Então me conta a versão certa... 

Ela se deitou de costas na cama, olhando fixamente para o teto. Eu deitei também, mas de lado, olhando fixamente para ela. Eu não queria perder nada. Nem uma expressão, nem uma palavra: 

- Meu avô morreu há mais de um ano, e ele já morava aqui há doze. Eu sempre fui muito apegada a ele, sempre vinha visita-lo. Conheci o Chris ainda criança, eles já moravam aqui quando meu avô veio pra cá. Quando ele morreu e deixou o apartamento para mim eu entendi o que ele queria. Minha mãe e meu pai insistiram para que eu vendesse ou alugasse o apartamento, mas eu não podia. Meu avô queria que eu viesse pra cá. Que eu morasse aqui. Ele se mudou pra cá quando a minha avó morreu. Meu pai tentou levar ele para morar com a gente, e depois de muita insistencia ele aceitou, mas não ficou nem dois meses. Ele disse para o meu pai que um velho precisava de sua independencia. Com uma parte do dinheiro que ele ganhou vendendo a casa em que morava com a minha avó ele comprou esse apartamento. A outra parte ele gastou com "coisas de gente velha" como diria ele. Esse lugar foi importante na vida dele, e ele sabia que seria na minha, e que apesar de sempre visita-lo, eu teria que morar aqui para saber. Ele não estava errado, sabe? Muitos aqui tem a si mesmos e só. A familia do Chris é excessão. Eles tem uns aos outros e apesar de tudo são felizes. Quando eu sai da casa dos meus pais, que também são ótimos, não pense que sai porque não aguentava eles, porque na verdade sinto falta deles todos os dias, mas quando eu sai da casa deles, uma das minhas intenções foi sim arrumar um emprego de designer em NY também, afinal eu tinha acabado de me formar. Mas um dia o Chris estava precisando de uma ajuda no café, eu me ofereci pra ajudar e não quis sair mais dali. Eu me senti bem ali, como eu nunca me sentiria trabalhando em nenhum outro lugar. Eu poderia ter arrumado um emprego de designer, mas eu não quis... Eu não quero!

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora