Runas da devastação

Prólogo

"Mesmo que tudo acabe, basta que o amor sobreviva e eu sobreviverei também."
                                            -Emily Brönte

   Voltando para a casa após uma missão,Aedel, mestre de assassinos de elite,resolve passar por uma vila antes bela e calorosa,mas que agora não passava de cinzas e ruínas
   A Vila Gotral havia sido massacrada por assassinos do povo de Anhangá há três dias atrás,e apenas algumas pessoas haviam conseguido sobreviver
   Enquanto andava pela rua abandonada com o vento gelado batendo em seu rosto,Aedel ouviu o choro de um bebê desesperado vindo de dentro de um casarão estilo vitoriano caindo aos pedaços,que o fez lembrar de quando o seu pai,um ser horrível, matou a sua mãe na frente dele e de sua irmã,a qual era apenas uma criança de 5 anos na época.
   Com pesar no coração,ele decide adentrar o casarão,o qual era escuro e frio por dentro,e ao avistar uma escada,ele sobe para o segundo andar,se deparando com um corredor extenso com vidros estilhaçados no chão dando um ar sombrio para o lugar
   Enquanto seguia o choro da criança,ele avista um porta retrato caído no chão,e curioso,se agacha para pegá-lo.Nele havia uma mulher encantadora,de pele negra escura, cabelo negro crespo e olhos flamejantes,e ao seu lado havia um homem elegante de pele negra clara,cabelo liso dourado e olhos dourados que lembravam o sol, juntos eles pareciam como o dia e a noite,um completava o outro
   Aedel sentiu como se os conhecesse,e então caçou por alguma memória deles em sua mente. Repentinamente,ele começa a correr até o fim do corredor ao se lembrar deles,de seus amigos de infância,das pessoas que ficaram com ele nos piores momentos de sua vida.Como ele pudera se esquecer deles?
   Ao chegar no fim do corredor,ele avista uma porta e a abre com urgência, pavor e culpa preenchendo a sua mente ao ver seus amigos mortos no chão,com pessoas mortas totalmente estranhas ao seu lado,pessoas que Aedel nunca tinha visto na vida,mas que os conseguiu distinguir como os desgraçados do povo de Anhangá,e ao avistar o berço vintage branco,Aedel compreendeu.Seus amigos haviam lutado para proteger a filha deles.Eles morreram e Aedel não havia feito nada para Ajudá-los.
   Uma onda de culpa percorreu o corpo de Aedel,mas foi logo substituída por esperança ao ver a criança com os olhos flamejantes herdados de sua mãe e a pele negra clara herdada de seu pai dentro do berço.Ele não havia conseguido salvar os seus amigos,mas salvaria aquela criança,a herança deles para o mundo,aquela pequena esperança,e cuidaria dela como se fosse a sua própria filha