O sol parece dar o seu último suspiro do lado de fora da lanchonete enquanto agradeço mentalmente pelo meu expediente estar acabando. Ainda tenho que ouvir a Akemi xingar o homem que a insultou por trocar os pedidos dele, um acontecimento de mais cedo que ela parece ainda não digerir.
— Juro, ele me chamou de puta! Quem ele pensa que é? Eu devia mesmo ter colocado água sanitária no suco dele. — ela diz imensamente segura de si e eu permito que uma pequena risada saia dos meus lábios.
— Seria demitida se fizesse isso. Na melhor das hipóteses. — ela dá de ombros e se inclina mais sobre o balcão que nos divide dos clientes para chegar mais perto de mim.
— Okay. Então... cadê o seu amigo? — o tom dela revela imediatamente de que ela está falando do Mitsuya.
O que eles têm não é algo que possa ser considerado uma amizade. Talvez um amor de verão, não sei. Acho que amor não fiel é o mais adequado para eles.
— Ele está bem, se isso responde a sua pergunta. — o sino da porta soa e vejo o Mit passar por ela enquanto abre o zíper da sua jaqueta de couro. Ainda não entendo como ele consegue usar esse tipo de coisa em um calor desses. — E aí está ele. Disfarça pelo menos.
No segundo seguinte, Akemi se vira quase quebrando o pescoço para olhar para ele. Sinceramente, ela não sabe disfarçar.
— Oi meninas. — eu apenas aceno para ele enquanto tiro o meu avental, vendo a Akemi quase cair por cima do balcão quando ele a abraça pela cintura.
— Proibido ficar de namorico no trabalho. Akemi, tem cliente esperando. — nosso querido chefe Yoshida aparece, mais uma vez, reclamando sobre namoro no estabelecimento, por mais que todo mundo saiba que ele fica com a florista do lado.
— Certo, Yo. Estou indo. — a indiferença explícita no seu tom de voz. — Tchau, Mitsuya. — Mit acena para ela, que parece andar aos tropeços até a mesa 7.
— Ãhn... já passou do meu horário. Por isso que... — eu apreço-me com a minha explicação quando o Yoshida olha o meu avental sobre o balcão.
Por mais que ele seja poucos anos mais velho que eu, no máximo uns 8 ou 9, ele tem um ar tão autoritário que me deixa nervosa, mesmo que ele seja tão meigo com todos os funcionários.
— Não tem problema, pode ir. Eu tomo conta a partir daqui. — eu agradeço e coloco a minha bolsa sobre os ombros, pegando o capacete nas mãos do Mitsuya.
— O que vai fazer hoje? — ele pergunta enquanto tenta colocar o capacete em mim. Mesmo andando de moto há algum tempo, nunca vou conseguir colocar essa coisa sozinha na minha própria cabeça.
— Nada, você sabe. Por quê?
Antes da minha pergunta ser respondida, um idiota para em frente à moto do Mitsuya, o que me faz dar alguns passos para trás, tendo certeza de que eu não seja atropelada por um babaca em uma moto.
— Se tivesse me avisado que estaria aqui eu não teria pilotado tanto. — levo alguns segundos para perceber que ele está falando com o Mitsuya, e não comigo.
— Opa Draken, foi mal. Tive que dar uma passada aqui para pegar a Flora. — ele não se importa o suficiente de que eu esteja aqui, então apenas acena com a cabeça na minha direção, me fazendo acenar sem nem mesmo perceber.
Então esse é o Draken. Colega do Mitsuya e que tem uma oficina. Nunca tinha o visto realmente, então não imaginava que ele seria... assim. Loiro, com a cabeça raspada dos lados, uma tatuagem de dragão, alto e sério.
Ele não é o velho barbudo que eu imaginava que ele seria.
— Mikey decidiu dar uma festa na casa dele hoje mais tarde. Você topa? — o meu melhor amigo concorda e eu tento me distrair da conversa olhando para as minhas unhas. — Certo. Você também está convidada mocinha.
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Seu sorriso {Mikey}
FanfictionFlora Takahashi é uma boa moça de 18 anos que trabalha em uma aconchegante lanchonete no centro de Tóquio. Sem muitos amigos e após perder os pais em um acidente de carro quando adolescente, Flora se tornou uma menina extremamente sonhadora e bondos...