Oi gnt Primeira postagem aq Espero que gostem Podem me chamar de Trix Eu ainda não me sinto confortável de revelar meu nome e etc Eu tenho 18 anos kkkk Me perdoem se tiver alguns erros Comentários e sugestões serão sempre bem vindas aqui
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Merda, estamos atrasados — Gabriel falou enquanto corríamos em direção a igreja.
Eu segurava a barra branca do vestido que usara para que não arrastasse no chão, e com a outra mão segurava o arco com a auréola em cima da minha cabeça
Meus cabelos castanhos estavam grudando nos meus lábios por causa do melado de açaí que se encontrava em minha boca ainda. Tirei alguns fios que estavam grudados em minha boca e atravessei a rua, subindo os degraus da igreja.
— Cala a boca e corre, o Padre não irá perceber que atrasamos — o sino da igreja tocou. Merda, o ensaio estava começando
Acabamos de subir os degraus e olhamos para a porta principal da igreja. Ela estava aberta e vimos que o ensaio já havia começado. Me virei indo em direção contrária, Gabriel me encarou com uma expressão confusa
— Vamos pelas laterias — apontei para as portas na lateral da igreja — ninguém vai nos ver, confia em mim.
Assim que passei pela porta, tropecei na barra do vestido e cai em cima de um menino. Levantei rápido tirando a poeira do meu vestido e Gabriel sussurrou um "merda" baixinho atrás de mim
— Menino me desculpa — ele se levantou e deu um sorriso simpático — sério eu...
— Júlia — desviei meu olhar para o padre que vinha em minha direção. Ferrou — está atrasada
— Sim, mil perdões Padre. Eu... — ele levantou a mão para que calasse a boca. Me encolhi e olhei para os meus tênis
— Já é a terceira vez, só essa semana. — eu mordi o lábio. Me assustei quando Gabriel se jogou no chão de joelhos ao meu lado e fingiu chorar
— Oh perdão Padre — ele juntou as duas mãos e abaixou a cabeça — Júlia me forçou a passar no centro da cidade para tomarmos açaí e acabamos perdendo a hora
Eu olhei feio para ele e o menino com quem eu acabara de trombar riu. Só então que eu percebi a presença dele com mais três pessoas, pelas vestimentas, suspeitei serem turistas que estavam visitando a cidade. O bom de morar em cidade histórica é que conhecemos várias pessoas legais que vem de outras cidades para visitar
— Júlia, pelo seu atraso deverá rezar cinquenta vezes o pai nosso — eu gemi em reprovação e ele me olhou repreendendo o que eu acabara de fazera
— Sim, Padre — eu abaixei a cabeça e o mesmo se virou para a família de turista que estavam ali
— Por favor, fiquem a vontade para assistir ao ensaio. Assim que terminar, irei mostrá-los a nossa igreja — ele sorriu gentilmente e começou a andar sendo seguido pela família
— Seu boca grande — resmunguei assim que Gabriel passou por mim — nunca mais te pago um açaí
— Você sabe que não podemos mentir para o Padre — ele deu de ombros e eu revirei os olhos — agora eu vou lá para o ensaio antes que ele me coloque de castigo junto com você
Gabriel correu até o pequeno altar que tinha ali. Eu bufei e fui para o canto, sentando no banco e me preparando para rezar
— Hã, com licença... — eu abri meus olhos e encarei o menino que eu tinha trombado. Ele riu e colocou a mão na nuca, parecendo um pouco tímido
— Sim, posso ajudá-lo em algo? — sorri gentilmente. Ele pigarreou e se aproximou um pouco mais
— É que...hã....qual é a dessa fantasia de anjo? — eu arqueei a sobrancelha e ele adotou uma expressão assustada, pensando se tinha dito algo de errado
— Não é fantasia — eu revirei os olhos — estou vestida assim porque vamos fazer uma apresentação para a cidade toda, domingo. E eu serei a anjinha e hoje é o último dia de ensaio
— Ah...entendi — ele olhou para a frente, vendo o Padre falar algo com uma garota ruiva — seu nome é Júlia, certo?
— Sim — disse e me virei para a parede, me preparando para dar continuação ao meu castigo
— Meu nome é Pedro, sou de Belo Horizonte — ele estendeu a mão e eu peguei dando um aperto de leve
— Hum então você é da cidade grande? — ele riu e eu o acompanhei na risada — O que faz aqui, em Ouro Preto?
— Vim visitar — ele apontou para uma mulher de cabelos loiros — minha mãe é apaixonada por coisas históricas, então sempre estamos visitando essas cidades históricas
— Ah legal, e você já visitou muitas? — ele puxou um banquinho que tinha perto e se sentou na minha frente
— Visitei duas — ele deu uma pausa como se tivesse lembrando das cidades — todas históricas, como essa.
— Ah sim, são cidades belíssimas — ele assentiu e mordeu o lábio, como se estivesse com medo de perguntar algo
— Você.... — ele foi interrompido com a voz do Padre.
Todos os olhares na igreja estavam direcionados para nós. Eu sorri timidamente e Pedro pulou do banco, ajeitando sua blusa e indo em direção a sua família. Eu me virei de novo, pronta para começar a rezar quando a voz de Pedro soa bem perto de mim
— Hã...que tal tomarmos um açaí no centro da cidade amanhã? — ele sorriu e eu olhei para o Padre, que estava um tanto distraído — eu estarei aqui até domingo a noite, entao poderíamos sair.
Olhei ele de cima abaixo e ele não parecia um psicopata ou algo do tipo. Ele usava uma calça de moletom preta, um tênis vans e uma blusa de malha fina verde musgo. Seu cabelo era cacheado e ele tinha os olhos castanhos.
— Pode ser — eu disse e ele abriu um sorriso encantador — me encontre aqui às uma e meia, tudo bem?
— Sim, perfeito — ele falou com empolgação e eu ri. Ele corou e fingiu uma tosse — pode....pode ser então
Nós nos encaramos por alguns minutos antes que ele desviasse seu olhar para o Padre que já estava terminando o ensaio
— Então é isso — eu assenti — nos vemos amanhã então. Vou deixá-la terminar de rezar o pai nosso, antes que o Padre venha aqui e te dê uma bronca por minha causa
— Tudo bem, até amanhã Pedro — eu acenei com a mão e ele fez o mesmo
— Até amanhã Júlia
Ele se sentou com a família e poucos segundo depois, o garoto de óculos que estava com ele olhou em minha direção e deu um tapinha nas costas de Pedro. Eu ri e balancei a cabeça, virando e terminando de rezar.
