Capitulo 1- GRITO

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ESTELA

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Meu corpo hesitava em levantar da minha cama, era como se o peso dele tivesse triplicado e fosse impossível me erguer. Para ser sincera, eu só não queria ter que ir para faculdade e enfrentar as pessoas me olhando e falando coisas sobre mim. Eu não odeio as pessoas, eu até gosto, mas hoje, especialmente hoje, não queria sair da minha cama e encarar ninguém. E para completar é o primeiro dia numa instituição nova. Eu poderia escolher muitas profissões legais e importantes, uma médica pra cuidas das pessoas, uma cirurgiã quem sabe, ou melhor uma advogada renomada, mas o meu instinto é minha cabeça me levaram ao teatro; eu até poderia criar uma frase de efeito falando " o meu coração escolheu por mim " mas seria mentira, acreditem!
Vou iniciar artes cênicas; o que me fez escolher o curso foi o tanto que minha cuidadora me chamava de atriz quando eu era pequena, pois eu interpretava bem as peças e teatrinhos da escola; o que não fica de fora minha facilidade de chorar e expressar muito bem minhas emoções.
Eu poderia estar feliz com as aulas, eu sei que tiraria de letra, mas, eu não sei o que quero ser de verdade, acho que só escolhi o mais fácil para mim e para meus pais.

Olhei a hora e tentei dormir novamente, fechei meus olhos e por estar muito cansada cochilei muito rápido, mas, meu sono foi enterropido pois assim que peguei no sono tive um pesadelo e acordei assustada; minha cabeça doía, meus olhos doíam e minhas pernas ainda estavam tremendo, consegui finalmente erguer meu corpo, assim me sentando sobre a cama. Eu esqueci de mencionar que sou considerada louca por algumas pessoas ? Não ?
É, isso mesmo, o fato é , eu vejo coisas anormais, coisas que não existem no nosso mundo, boas e ruins, belas e horrendas. Só pelo fato de ver o que ninguém mais vê fui dada como louca, acreditam nesse laudo Médico?
Tem pessoas que fazem coisas piores e não não consideradas loucas, eu vejo uma sobra, sussurros e animais estranhos tenho que ter acompanhamento do psiquiatra. Totalmente ridículo!
Algumas pessoas tem dons, eu acredito que tenho dom de ver coisas incríveis e inexplicáveis. Mas ninguém aceita, o que é lamentável!

Sai dos meus devaneios, levantei e andei cambaleando até meu guarda-roupas, deixei minha vestimenta sobre a cama e voltei a me deitar tentando cochilar mais um pouquinho, foi inútil, fui acordada por Lúcia que não batia e entrava achando que o quarto era seu.

- Bom dia Estela, imaginei que já estaria acordada, trouxe seu café da manhã, seus pais ligara... - fui interrompida.

- Meus pais ligaram só pra desejar um bom início de aula; foi isso ?- falei enquanto me levantava pra ir tomar café. Lúcia era uma mulher que minha mãe contratou pra ficar me vigiando, porque segundo ela eu preciso ser monitorada.


- Aurora está lá em baixo.


- Ótimo, pode descer eu vou atrás, avisa pra ela que desço em dez minutos.

- Só irei sair depois que tomar seus remédios.

- Você já parou pra pensar que são esses remédios que me faz ter alucinações ?

- Te garanto que não, eles só garantem sua sanidade. - falei enquanto dava o remédio pra ela tomar.

- Pronto já tomei, agora pode sair daqui? - ela assentiu e saiu com receio.
Eu não a suporto mais. Bom, nem sempre teve ódio, antes era diferente, quando eu era criança ela me tratava bem, era amável, parecia minha mãe, fazia o papel já que a minha verdadeira não parava em casa; tudo mudou quando comecei contar dos meus sonhos e pesadelos, ela se tornou amarga e muito fria.

Rainha de fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora