22_ Você já transou?

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Rain Miller

O Marcus pulou a janela e me encarou, esperando que eu pulasse também. A gente tinha passado muito tempo no terraço conversando que quando fomos notar, já estava amanhecendo.

Quando eu fui pular, escorreguei e quase dei de cara no chão, se não fosse pelo Marcus que me segurou.

- Opa... - Falou ele com um sorriso brincalhão enquanto ainda me segurava contra a estante de livros.

Os nossos corpos estavam muito próximos.

Eu mal tinha espaço para respirar, sem que o meu corpo invadisse o dele. As nossas bocas estavam quase se tocando e o cabelo dele tocava a minha testa. Os nossos perfumes se misturavam, assim como os nossos corpos se aqueciam e as nossas respirações se debatiam.

Eu sentia o ar quente da respiração do Marcus tocar a minha boca, e eu sabia que a minha respiração também fazia cócegas na boca entreaberta dele.

Abri a minha boca para falar mas parei assim que senti a mão dele deslizar pela minha cintura, e o seu olhar cair mais uma vez sobre a minha boca.

O Marcus deu um jeito de aproximar os nossos corpos ainda mais e com a mão que não segurava a minha cintura, ele tentou empurrar a mesa que nos prendeu mas falhou miseravelmente.

- Precisa de ajuda, amigão? - Brinquei com um sorriso de lado.

- Cala a boca. - Mandou em um tom de brincadeira.

- Me obriga. - Sorri ainda mais.

- Você amaria isso, não amaria? - Me olhou com intensidade.

No segundo seguinte, o Marcus conseguiu empurrar a mesa e eu finalmente consegui respirar direito.

- Quando você quiser conversar no terraço, é só tocar no seu queixo e olhar pra mim, ok? - Sugeriu com um sorriso e eu assenti.

- Perfeito... - Falei começando a andar pelo corredor da biblioteca.

- E, ainda amanhã, a gente volta a estudar matemática antes que você seja expulsa por notas péssimas. - Brincou e eu olhei com os olhos arregalados pra ele.

- Tem como ser expulsa por isso? - Perguntei com um sorriso.

- Rain, você sabe que eu tenho desviado reclamações do professor de matemática, só pra você não ser expulsa, não é? - Contou e eu olhei brava pra ele.

- Seu idiota! - Bati no braço dele e o mesmo me olhou assustado.

[...]

Eu estava folheando o livro de matemática, tentando ignorar a aula, quando encontro um pedaço de papel em uma das páginas.

Fazia tempo que eu não encontrava um bilhetinho...

Peguei o pequeno pedaço de papel e li o mesmo.

"Você me fez voltar a enxergar cores, e a primeira cor que eu vi foi a dos seus olhos."

Enquanto eu processava, senti a Aly cutucar o meu braço.

- Fazia tempo que você não recebia outro bilhetinho, né? - Perguntou com um sorriso.

O Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora