C L A R I S S A B R Y A N
Lívia manteve uma distância inteligente entre nós, os olhos claros em tom de verde água me encaravam meio inchados, as olheiras escuras sob os mesmo destacavam-se, e eu franzi as sobrancelhas para sua aparência. Ela usava as desgastadas calças jeans escuro e rasgada nos joelhos, uma jaqueta preta sobre a blusinha de alcinhas branca e coturno de couro marrom.
— Onde está May? — Não me respondeu, sua voz estava embargada, muito diferente do que eu lembrava. — Eu liguei e enviei mensagens. Ele não me responde e… e eu preciso falar com ele — ela disse rápido, gesticulando as mãos e enfiando-as no bolso da jaqueta.
Dei um passo para fora, fechando a porta atrás de mim e me recostei na parede, cruzando os braços.
— Não posso ajudar — disse rude, mas sequer me importei. — Maykon não está disponível no momento, então você já pode ir, Lihvia. Ele vai falar quando puder.
A mulher olhou de um lado para o outro, sem me encarar diretamente, e suspirou. Bufei com raiva, nenhum pouco afetada pelo seu dócil.
Lihvia era a única com uma parcela enorme de culpa pelo que aconteceu com meu irmão e eu nunca esqueceria isso. Por isso, me remexi com as lembranças, muito desconfortável com sua aparição abrupta na minha porta.
— Clara, eu sei que não é um bom momento e que tudo que aconteceu foi recente, mas eu me preocupo com o seu irmão — falou com certo desespero, dando um passo à frente.
— Você não se importa com ninguém além de você mesma! — Me adiantei, irritada com a sua audácia em dizer que se preocupava com meu irmão. Soltando os braços ao lado do corpo, eu apontei para ela. — Maykon quase morreu em sua oficina, e o que você fez até agora? — Não esperei uma resposta, deferi tudo em sua cara. — Bom, sabemos que vir até aqui saber como ele estava se recuperando é que não foi o caso. Ou foi, Lili? — Chamei o apelido que ele lhe deu, minha mão tentada a voar o espaço até as suas maçãs.
A mulher paralisou, lágrimas fazendo os olhos boiarem. Ela levou uma mão ao rosto, tirando o caminho que as primeiras gotas formaram; me mantive imóvel, sem querer demonstrar o que realmente estava sentindo, ou o que essa cena foi capaz de fazer comigo. Podia ser a pessoa que ferrou com a vida do meu irmão, mas fora isso, também é a única que ele amou, o que me coloca em um impasse, sem saber o que fazer.
— Me desculpe por isso — pediu com remorso, afastando o restante das lágrimas. — Eu tentei vir, mas não consegui. Por favor, Clara, preciso falar com ele. É urgente! Por favor — Lihvia me implorou, e isso me causou comoção, uma que eu realmente não queria sentir; mas sentia, de um jeito ou de outro.
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Meu Chefe |#IR1
Любовные романыE R O T I C L O V E / T A B U ( + 1 8 ) DUOLOGIA IRMÃOS ROMEROS | 01 [EM REVISÃO / DISPONÍVEL EM BREVE] Um terrível acidente ameaçou pôr um fim na vida do irmão gêmeo de Clara, e agora, mais do que nunca, ela precisaria do seu emprego como secret...