Rain Miller
... Ok, talvez eu ligue sim para as consequências...
- Eu não sei porquê estou tão surpreso. - Comentou com um sorriso orgulhoso.
Será que o Marcus consegue desviar essa reclamação também?
- Eu só... é que... O dia tá lindo hoje, né? - Forcei um sorriso amarelo.
- Você realmente achou que eu seria idiota o bastante para colocar as folhas do teste de amanhã aí? - Perguntou se sentindo subestimado.
É, eu achei.
- O professor pode não ter colocado as folhas do teste aqui, mas deixou esses poemas maravilhosos... - Provoquei e no mesmo segundo o sorriso vitorioso do Robisvaldo se desfez.
Eu não sei o nome dele, então a gente vai chamando ele de "Robisvaldo", "Snape de Taubaté", e outras coisas incríveis.
Tipo abacate.
- Me entregue essas folhas, agora. - Mandou dando um passo na minha direção e foi a minha vez de abrir um sorriso.
- Eu sabia que matemática não podia ser sua paixão. - Comentei.
- Senhorita Miller... - Ameaçou se aproximar mas eu coloquei a mão no ar, como sinal que ele devia parar.
- Vamos fazer um acordo. - Sugeri.
- Até parece que eu faria um acordo com uma aluna. - Debochou e eu levantei a minha sobrancelha me sentindo desafiada.
- Uma aluna com 5 folhas de poemas seus. - Lembrei e ele ficou ainda mais enfurecido.
- O que você quer? - Perguntou simples.
- Se não mencionar nada sobre o que aconteceu aqui, eu não vou mencionar. - Negociei.
- Ou, eu posso contar para a diretora o que você fez, e você será expulsa. - Ameaçou.
Essa é a minha chance...
Por um momento, eu encarei os poemas na minha mão, e depois voltei a encarar o meu professor de matemática.
Eu não acredito que vou fazer isso...
Lorenzo, se você estiver vendo isso, para de rir!
E eu espero que você esteja orgulhoso por me ver fazendo o que você não conseguiu fazer.
Viver.
- E então eu entregaria cópias dos seus poemas para todo mundo nesse colégio. - Ameacei com um sorriso.
- Ninguém acreditaria em você.
- Você tá falando com a garota que foi expulsa de 5 colégios por incendiar o escritório da diretora, e com a nova celebridade do colégio. Você quer mesmo duvidar do que eu sou capaz? - Provoquei.
Lição número quatro: Tenha sempre cartas na manga.
E pelo amor da maconha, não tentem ameaçar os vossos professores.
- Feito. - Respondeu o professor com ódio e eu suspirei aliviada.
- E tem mais. - Acrescentei com um sorriso.
- Eu não vou te dar as respostas do teste de amanhã. - Se antecipou.
- Eu não quero as respostas do teste. - Sorri. - Eu quero um poema.
O professor me olhou confuso, e eu apenas continuei.
- E você vai recitar esse poema pra mim na formatura. - Sorri e o professor caiu na risada.
Ok, eu sei que não parece muito credível que eu consiga me formar mas não precisava humilhar.
- Voce nunca vai se formar, já viu as suas notas e o seu comportamento? - Riu.
- Ai velhote, vai dar pra alguém. - Falei sem pensar e arregalei os olhos em seguida.
O professor me olhou com ódio e caminhou na minha direção com a intenção de provavelmente me matar na porrada.
Eu corri até a janela da sala, e coloquei a minha mão que segurava os poemas pra fora.
- Se você me tocar, eu solto essas folhas e todo mundo lá fora vai conseguir ler. - Ameacei, sentindo o meu coração bater forte no meu peito.
- Me entrega essas folhas! - Ordenou furioso.
- Fala que você aceita o acordo! - Olhei brava pra ele e o mesmo me encarou com ódio.
- OK! Eu faço a droga do poema. - Falou e eu sorri. - Apenas se você se formar. - Acrescentou.
- Fechado. - Abri ainda mais o sorriso.
- Agora me entrega as folhas. - Mandou.
- Nem pensar. - Falei guardando as folhas no meu livro de matemática. - Eu preciso de uma garantia que você vai fazer tudo que a gente combinou. - Pisquei pra ele.
Antes que o professor de matemática pudesse me xingar em árabe matemático, o professor de história apareceu na porta da sala.
- Eu ouvi alguns gritos, só vim saber se estava tudo bem. - Comentou a loira do banheiro.
- Claro que está. - Sorri para o Snape de Taubaté e para a loira do banheiro.
- O sinal do almoço já tocou faz tempo. - Avisou o professor de história.
- Eu sei. Eu só estava concordando com o professor de matemática que eu deveria fazer o teste na sexta, invés de amanhã. - Olhei para o professor de matemática que me encarou mais uma vez com ódio.
- Isso... - Concordou o professor de matemática com raiva.
[...]
- Mas você queria ser expulsa. - Lembrou a Alaris confusa.
- Eu sei, eu sei...
- Um poema te fez mudar de decisão? - Perguntou com um sorriso.
- Quase isso. - Respondi lembrando das pessoas que eu conheci aqui.
- Esses poemas devem ser maravilhosos então. - Riu animada.
Parei na entrada do refeitório, e procurei pela Aly, encontrei a mesma me encarando com um sorriso do lado da Leyla.
Ela tem uma carinha de psicopata...
continua...
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O Colégio Interno
Genç KurguRain Miller é uma garota problemática que sempre se envolve em qualquer encrenca possível. Ela vê seu mundo ficar de cabeça pra baixo, quando seus pais decidem colocar ela em um colégio interno, após Rain ter "acidentalmente" incendiado o escritório...