23_ Poemas.

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Rain Miller

... Ok, talvez eu ligue sim para as consequências...

- Eu não sei porquê estou tão surpreso. - Comentou com um sorriso orgulhoso.

Será que o Marcus consegue desviar essa reclamação também?

- Eu só... é que... O dia tá lindo hoje, né? - Forcei um sorriso amarelo.

- Você realmente achou que eu seria idiota o bastante para colocar as folhas do teste de amanhã aí? - Perguntou se sentindo subestimado.

É, eu achei.

- O professor pode não ter colocado as folhas do teste aqui, mas deixou esses poemas maravilhosos... - Provoquei e no mesmo segundo o sorriso vitorioso do Robisvaldo se desfez.

Eu não sei o nome dele, então a gente vai chamando ele de "Robisvaldo", "Snape de Taubaté", e outras coisas incríveis.

Tipo abacate.

- Me entregue essas folhas, agora. - Mandou dando um passo na minha direção e foi a minha vez de abrir um sorriso.

- Eu sabia que matemática não podia ser sua paixão. - Comentei.

- Senhorita Miller... - Ameaçou se aproximar mas eu coloquei a mão no ar, como sinal que ele devia parar.

- Vamos fazer um acordo. - Sugeri.

- Até parece que eu faria um acordo com uma aluna. - Debochou e eu levantei a minha sobrancelha me sentindo desafiada.

- Uma aluna com 5 folhas de poemas seus. - Lembrei e ele ficou ainda mais enfurecido.

- O que você quer? - Perguntou simples.

- Se não mencionar nada sobre o que aconteceu aqui, eu não vou mencionar. - Negociei.

- Ou, eu posso contar para a diretora o que você fez, e você será expulsa. - Ameaçou.

Essa é a minha chance...

Por um momento, eu encarei os poemas na minha mão, e depois voltei a encarar o meu professor de matemática.

Eu não acredito que vou fazer isso...

Lorenzo, se você estiver vendo isso, para de rir!

E eu espero que você esteja orgulhoso por me ver fazendo o que você não conseguiu fazer.

Viver.

- E então eu entregaria cópias dos seus poemas para todo mundo nesse colégio. - Ameacei com um sorriso.

- Ninguém acreditaria em você.

- Você tá falando com a garota que foi expulsa de 5 colégios por incendiar o escritório da diretora, e com a nova celebridade do colégio. Você quer mesmo duvidar do que eu sou capaz? - Provoquei.

Lição número quatro: Tenha sempre cartas na manga.

E pelo amor da maconha, não tentem ameaçar os vossos professores.

- Feito. - Respondeu o professor com ódio e eu suspirei aliviada.

- E tem mais. - Acrescentei com um sorriso.

- Eu não vou te dar as respostas do teste de amanhã. - Se antecipou.

- Eu não quero as respostas do teste. - Sorri. - Eu quero um poema.

O professor me olhou confuso, e eu apenas continuei.

- E você vai recitar esse poema pra mim na formatura. - Sorri e o professor caiu na risada.

Ok, eu sei que não parece muito credível que eu consiga me formar mas não precisava humilhar.

- Voce nunca vai se formar, já viu as suas notas e o seu comportamento? - Riu.

- Ai velhote, vai dar pra alguém. - Falei sem pensar e arregalei os olhos em seguida.

O professor me olhou com ódio e caminhou na minha direção com a intenção de provavelmente me matar na porrada.

Eu corri até a janela da sala, e coloquei a minha mão que segurava os poemas pra fora.

- Se você me tocar, eu solto essas folhas e todo mundo lá fora vai conseguir ler. - Ameacei, sentindo o meu coração bater forte no meu peito.

- Me entrega essas folhas! - Ordenou furioso.

- Fala que você aceita o acordo! - Olhei brava pra ele e o mesmo me encarou com ódio.

- OK! Eu faço a droga do poema. - Falou e eu sorri. - Apenas se você se formar. - Acrescentou.

- Fechado. - Abri ainda mais o sorriso.

- Agora me entrega as folhas. - Mandou.

- Nem pensar. - Falei guardando as folhas no meu livro de matemática. - Eu preciso de uma garantia que você vai fazer tudo que a gente combinou. - Pisquei pra ele.

Antes que o professor de matemática pudesse me xingar em árabe matemático, o professor de história apareceu na porta da sala.

- Eu ouvi alguns gritos, só vim saber se estava tudo bem. - Comentou a loira do banheiro.

- Claro que está. - Sorri para o Snape de Taubaté e para a loira do banheiro.

- O sinal do almoço já tocou faz tempo. - Avisou o professor de história.

- Eu sei. Eu só estava concordando com o professor de matemática que eu deveria fazer o teste na sexta, invés de amanhã. - Olhei para o professor de matemática que me encarou mais uma vez com ódio.

- Isso... - Concordou o professor de matemática com raiva.

[...]

- Mas você queria ser expulsa. - Lembrou a Alaris confusa.

- Eu sei, eu sei...

- Um poema te fez mudar de decisão? - Perguntou com um sorriso.

- Quase isso. - Respondi lembrando das pessoas que eu conheci aqui.

- Esses poemas devem ser maravilhosos então. - Riu animada.

Parei na entrada do refeitório, e procurei pela Aly, encontrei a mesma me encarando com um sorriso do lado da Leyla.

Ela tem uma carinha de psicopata...

continua...

O Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora