Alessa estava morta.
Ligaram para mim informando sobre sua morte, não podia lhes contar que eu já sabia. Que eu era culpada. Reagiriam com pena, falariam que não era minha culpa, que não poderia ter feito nada, pois era algo que somente a própria Alessa poderia impedir. Eles estavam errados.
Era estranho pensar que ela não estava aqui, que não precisava ficar preocupada toda vez que ela demorava demais para responder, pensando que estaria ocupada cortando os pulsos e sangrando até a morte em algum banheiro publico. Não precisava porquê ela já estava morta e nunca mais me responderia.
Diferente do que Alessa acreditava sua irmã não ficaria bem, assim como a mesma, Amélia perdeu tudo. Queria poder dizer que eu estava ajudando ela a superar e seguir em frente, todavia a falha que fui com sua irmã e a localização de sua nova moradia, tornava tudo mais impossível eu falar muitas coisas depois do funeral. Em homenagem a seus pais, eu pegava meu carro e dirigia cerca de três horas até sua nova casa, apenas para checar que estava sendo bem cuidada.
Aos poucos os meses foram passando e a morte de Alessa ainda era uma ferida mal cicatrizada. Minha vida estava monótona, o tempo do meu dia era dividido com estudos, faculdade e trabalho, sem contar com os horários de visitação no cemitério. Onde me sentava ao lado de sua lapide, que tinha escrito em letras cursiva "Alessa, uma filha dedicada e uma ótima amiga" e contava sobre meu dia e as novidades do mundo.
A vida não era perfeita, tinha dor a maioria das vezes, um vazio imenso que as mortes deles deixaram. Mas eu ainda tinha forças, ainda podia empurrar um dia de cada vez até que ela se tornasse bela outra vez, um processo demorado e difícil. Porém não iriam desistir, não seria como ela.
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E no final ela disse sim
Historia CortaEra 31 de dezembro. - Sim ou não? A cada ano ela piorava. - Não Ela suspirou. - Okay - Okay.