- 𝖳𝗁𝗂𝗋𝗍𝗒-𝗌𝖾𝗏𝖾𝗇

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Quando acordei, na manhã seguinte, a primeira coisa que fiz foi ir até minha janela. Quem sabia quantas outras vezes eu veria aquela paisagem? Todos estávamos ficando mais velhos. Logo eu estaria na faculdade.

Mas, a coisa boa, o mais reconfortante, era saber que a janela ainda estaria ali. A casa não seria vendida.

Olhando a paisagem, era impossível saber onde terminava o céu e começava o mar. Eu tinha esquecido como as manhãs podiam ser enevoadas, ali. Fiquei parada, tentando armazenar tudo, tentando fazer a lembrança durar.

Então fui até os quartos de Noah e Aidan e bati nas portas.

— Acordem! Vamos botar o pé na estrada! — gritei, atravessando
o corredor.

Desci a escada para pegar um copo de suco, e Aidan estava sentado à mesa da cozinha, onde eu o deixara quando fui dormir perto das quatro da manhã. Ele já estava vestido, fazendo anotações em um caderno.

Fiz menção de sair da cozinha, mas ele olhou para cima.

— Belo pijama — comentou.

Fiquei vermelha. Ainda estava usando o pijama idiota da Taylor. Fazendo uma careta, falei:

— Vamos sair em vinte minutos. Esteja pronto.

Enquanto subia a escada, ouvi Aidan dizer:

— Já estou.

Se ele disse que estava pronto, era porque estava mesmo. Ia passar nas provas. Provavelmente tiraria nota máxima. Aidan não fracassava em nada que se dispunha a fazer.
               
                               ✩✩✩
                             
Uma hora depois, estávamos quase a caminho. Eu estava trancando a porta deslizante na varanda quando ouvi Aidan chamar.

— Vamos?

Eu me virei, comecei a perguntar “vamos o quê?” quando Noah apareceu do nada.

— Sim, pelos velhos tempos — disse Noah

Opa.

— De jeito nenhum — respondi. — De jeito nenhum mesmo.

Quando vi, Noah estava agarrando minhas pernas e Aidan pegou meus braços. Juntos, eles me balançaram para a frente e para trás. Noah gritou “lançamento de S/a!”, e os dois me
atiraram no ar e, enquanto eu aterrissava na piscina, pensei: Bom,
aí está, eles finalmente se uniram para alguma coisa.

Quando voltei à superfície, gritei:

— Idiotas!

Isso só fez com que eles dessem ainda mais risada. Precisei entrar de novo para trocar de roupa, e botei a mesma que usei no primeiro dia: o vestido de Taylor e as sandálias plataforma.

Secando o cabelo com uma toalha de rosto, não consegui ficar brava. Cheguei a sorrir sozinha. Aquele possivelmente havia sido o último lançamento de S/a da minha vida, e Louis não estava lá
para participar.

                              ☆☆☆

Foi de Noah a ideia de irmos em um carro só, para Aidan poder continuar estudando no caminho. Aidan nem tentou sentar no banco da frente, simplesmente foi direto para o de trás e
começou a repassar as fichas de leitura.

Como era de se esperar, chorei quando nos afastamos da casa. Agradeci por estar sentada na frente, e de óculos escuros, para que os meninos não mexessem comigo por causa disso. Mas eu adorava aquela casa e detestava dizer adeus.

Aquele lugar era mais do que apenas uma casa. Era todos os anos, todos os passeios de barco, cada pôr do sol. Era Emma.

Viajamos praticamente em silêncio por um tempo, e então Britney Spears começou a tocar no rádio, e eu aumentei o som, botei a música bem alta. Não precisava dizer que Aidan detestava Britney Spears, mas eu não me importava. Comecei a cantar junto, e Noah também.

It's not a game without you • Aidan gallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora