- 𝖥𝗈𝗋𝗍𝗒

140 15 2
                                    

Acordei antes de o despertador de Noahh tocar. Tomei um banho,


escovei os dentes e vesti as mesmas roupas do dia anterior.

Quando saí, Noah estava no celular, e Aidan, dobrando o cobertor. Esperei que ele olhasse para mim. Se ele olhasse para mim, se sorrisse, se dissesse alguma coisa, eu saberia o que fazer.

Mas Aidan não olhou. Ele guardou os cobertores de volta no armário e calçou os tênis. Desamarrou os cadarços e os amarrou

mais apertados. Continuei esperando, mas ele não olhou para mim.

- E aí - falei.

Ele finalmente levantou a cabeça.

- E aí - respondeu. - Um amigo meu está vindo me buscar.

- Por quê? - perguntei.

- Vai ser mais fácil assim. Ele vai me levar de volta a Cousins para eu pegar meu carro, e o Noah pode levar você pra casa.

- Ah.

Fiquei tão surpresa que levei um tempo para demonstrar a

decepção e a absoluta descrença.

Ficamos ali parados, olhando um para o outro, sem dizer nada.


Mas foi o tipo de nada que quer dizer tudo. Em seus olhos, não havia sinal do que tinha acontecido entre nós mais cedo, e eu pude sentir algo dentro de mim se partir.

Então era isso. Finalmente - finalmente - tínhamos terminado.

Olhei para ele e me senti muito triste, porque pensei: Eu nunca mais vou olhar para você do mesmo jeito. Nunca mais vou ser aquela menina. A que volta correndo toda vez que você a afasta, a menina que ama você de qualquer maneira.

Não consegui sequer ficar com raiva dele, porque Aidan era assim. Sempre tinha sido assim. Ele nunca mentira a respeito disso.

Ele dava e depois tirava. Senti, na boca do estômago, aquela dor conhecida, aquela perda. Senti a dor conhecida, aquela sensação perdida e cheia de arrependimento que só ele conseguia provocar em mim. Eu nunca mais queria sentir aquilo. Nunca mais.

Talvez por isso eu tenha ido, para saber de verdade. Para poder dizer adeus.

Olhei para ele e pensei: Se eu fosse muito corajosa ou muito sincera, eu diria. Eu diria, para que ele soubesse e eu também soubesse, e eu jamais poderia voltar atrás. Mas eu não era tão corajosa nem tão sincera, então tudo que fiz foi olhar para ele. E acho que ele soube mesmo assim.

Eu liberto você. Eu expulso você do meu coração. Porque se eu


não fizer isso agora, nunca mais o farei.

Fui a primeira a desviar o olhar.


Jeremiah desligou o celular e perguntou a Aidan :

- O Dan está vindo buscar você?

- Sim. Vou ficar aqui esperando.

Então Noah olhou para mim.

- O que você quer fazer?

- Eu quero ir com você - respondi.

Peguei minha mochila e os sapatos da Taylor.

Ele se levantou e pegou a mochila do meu ombro.

- Então vamos.

Para Aidan , ele disse:

- Nos vemos em casa.

Eu me perguntei a qual casa ele estava se referindo, à casa dos meninos ou de sempre. Mas pensei que não tinha muita importância.

- Adeus, Aidan - falei.

Saí porta afora com os sapatos da Taylor na mão e não me dei ao trabalho de calçá-los. Não olhei para trás. E ali mesmo eu senti: o brilho, a satisfação de ser quem vai embora primeiro.

✩✩✩

Enquanto caminhávamos pelo estacionamento, Noah disse:

- Talvez seja melhor você colocar os sapatos. Pode acabar cortando os pés em alguma coisa.

Dei de ombros.

- Esses sapatos são da Taylor - expliquei, como se isso fizesse algum sentido. - São pequenos demais - acrescentei.

- Quer dirigir?

Pensei um pouco e respondi:

- Não, tudo bem. Você dirige.

- Mas você adora dirigir meu carro - retrucou ele, dando a volta até o lado do carona e abrindo minha porta primeiro.

- Eu sei. Mas hoje estou a fim de ficar só olhando a paisagem.

- Quer tomar café da manhã primeiro?

- Não. Só quero ir pra casa.

✩✩✩

Não demoramos a pegar a estrada. Abri minha janela toda. Coloquei a cabeça para fora e deixei meu cabelo voar para todos os lados, só

porque deu vontade.

Uma vez, Louis me disse que insetos e


outras coisas ficam presos no cabelo das meninas quando elas andam com a cabeça para fora da janela do carro. Mas eu nem

ligava. Gostava daquela sensação. Eu me sentia livre.

Noah olhou para mim e disse:

- Você me lembra nosso velho cachorro, o Boogie. Ele adorava andar com a cabeça pra fora da janela.

Ele ainda estava usando a voz educada. Distante.

- Você não disse nada. Sobre o que aconteceu - falei.

Olhei para ele. Pude ouvir meu coração bater com força.

- O que ainda falta dizer?

- Não sei. Muita coisa

- S/a...

Então ele parou e soltou o ar, balançando a cabeça.

- O que foi? O que você ia dizer?

- Nada.

Então estendi meu braço, segurei a mão de Noah e entrelacei meus dedos nos dele. Pareceu a coisa mais certa que eu tinha feito em muito tempo

Fiquei com medo de ele soltar, mas não soltou. Ficamos de mãos dadas daquele jeito todo o resto do caminho para casa.

 Ficamos de mãos dadas daquele jeito todo o resto do caminho para casa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Fim ....

Ahhhhh nem acredito que acabou meu deus

Ainda tem o capítulo bônus mas ahhh nem acredito que acabou mds

Já vou me despedir de vocês agora

Mas obrigada a todos vocês que chegaram até aqui e vejo você na última temporada no dia 29 de julho

Beijos amo vocês !

It's not a game without you • Aidan gallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora