Inconsequente. Eu sei, não deveria ter aceitado sair com ela. Mas, oras, estávamos em um clima tão amigável e agradável que simplesmente foi impossível recusar. Era só uma saída com uma amiga, e nada aconteceria. Eu estava ciente da minha situação e continuaria exercendo pleno domínio sobre as minhas vontades. Pelo menos era isso que eu esperava.
Quando o relógio anunciou dez horas, eu saí do meu quarto, e parei na porta de madeira a poucos metros da minha. Depois de algumas batidas, Anahí apareceu. E meu queixo caiu. Ela era linda, mas estava, digamos que, espetacular.
Anahí: Pontual! – Sorriu terminando de ajustar o pequeno vestido vermelho que já estava perfeitamente moldado em seu corpo.
Alfonso: Está pronta? – Retribui àquele sorriso, recostando-me no batente da porta.
Anahí: Só preciso terminar de calçar os sapatos. – Riu, indo para dentro do quarto e voltando tropeçando nas próprias pernas enquanto calçava os sapatos escuros – Agora sim! – Parou na minha frente um pouco ofegante, um sorriso preso nos lábios – Vamos?
Alfonso: Uhum. – Assenti, oferecendo o meu braço a ela. E lá fomos nós.
Dez minutos depois estávamos na frente do Laszlo, o bar que eu comentara, e a movimentação lá era intensa.
Anahí: Você sabe mesmo se divertir! – Disse animada quando, enfim, conseguimos entrar.
O bar estava cheio, e Anahí, apesar de não conhecer o local, logo foi me puxando para o meio daquela multidão. Nos sentamos próximos à bancada e pedimos um drink. Uma música latina tocava, e ela balançava lentamente o corpo sobre o banco, enquanto bebericava seu mojito.
Não pude deixar de apreciá-la enquanto se divertia tão alheia a tudo, inclusive a mim, e também não pude deixar de reparar nos olhares cobiçosos que caíam sobre ela. Apertei o copo em minha mão, e cerrei os olhos sentindo uma fúria repentina se apoderar de mim. Puro e simples ciúmes. Eu não suportava que outros caras a olhassem daquela forma. Merda! Porque Anahí precisava ser tão bonita? E porque precisava sair com aquele maldito vestido que além de instigar a minha imaginação parecia instigar a de todos ali presentes? A cada minuto que passava eu percebia o quanto eu ainda era suscetível a ela.
Anahí: Poncho? Aconteceu alguma coisa? – Senti uma mão leve pousando em meu ombro, e em seguida abri os olhos, encontrando aquele par de olhos azuis me encarando.
Alfonso: Não. Não aconteceu nada. – Olhei para o lado, e os malditos olhares ainda mantinham-se fixos em Anahí – Isso aqui está muito cheio hoje. – Reclamei.
Anahí: Assim que é bom! Nada pior que um bar vazio, né? – Comentou com o mesmo ar animado de antes, ignorando totalmente a minha expressão de "Que tal irmos embora".
Alfonso: Hey, quer ir dançar? – Perguntei. Desculpa perfeita para mostrar para aqueles idiotas que ela estava acompanhada, e para tirá-la de perto daqueles gaviões infernais.
Anahí: Claro. – Despejou de uma só vez o resto do seu drink na boca e, agarrando minha mão, se enfiou no meio das pessoas, parando na pista de dança.
O DJ que tocava um reaggton qualquer, de repente, passou para uma sessão Shakira que eu, sinceramente, não fazia a menor ideia de como dançar, mas dane-se, eu tirara Anahí de perto daqueles caras, e isso era o suficiente.
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Palavras, apenas palavras
FanfictionPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...