Antes do Amanhecer

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—  Aurora...

Aurora? o que é isso, um nome? Eu tenho um nome e ele é...

— Aurora! — disse a voz grave e forte aparentemente me chamando mais uma vez.

— Sim! Esse é meu nome, Aurora!

Quando ouvi esse nome, foi como se tudo se formasse ao meu redor, a matéria se organizando, e se moldando levemente  no que, acredito eu, que seja o meu corpo. Sinto um calor, ardência e um leve formigamento, desde o centro do meu ser até as extremidades, e enfim, ao terminar, um calafrio desde o meu pé ate as últimas pontas do meu cabelo, longo e branco. 

Após minha organização, senti alguém me tocando e me posicionando, para baixo, de modo que consegui ficar ajoelhada. Foi quando alguém tocou em minha cabeça, com suas duas mãos. Nesse momento uma explosão de pensamentos e conhecimento intenso sobre quase todas as academias possíveis, foram inseridas em minha mente.

— Abra os seus olhos querida. — Ordenou uma voz feminina, enquanto me ajudava a levantar, calma e suave. 

Quando assim o fiz, me deparei com um brilho extremo, a luz no local era pura, e tão intensa que eu podia literalmente sentir ela tocando minha pele, como a luz do sol, porém não tão quente, era delicada e suave.

Vislumbrei o local e tudo era extremamente limpo e claro, um salão grande de mármore branco, e ao olhar para baixo me vi sobre uma espécie de altar circular, com adornos dourados, enquanto eu, estava flutuando em pé. 

A mulher que me ajudara a levantar, era linda e elegante, com seus cabelos brancos, presos com o auxilio de o que pareciam ser prendedores de ouro com cristais. seus olhos, cor de fogo eram gentis e penetrantes. Suas roupas eram finas e leves, como se ela fizesse parte do céu.

— Como está se sentindo, minha filha? — Perguntou o homem parado em minha frente, era jovem a ponto de ter no máximo 33 anos, com cabelos aparados e brancos, seus olhos eram intimidadores e gentis, e, como a mulher, eram da cor laranja, como a chama de mil fornalhas. Era alto a ponto de conseguir me olhar nos olhos em linha reta. 

— Estou me sentindo um pouco confusa, mas extremamente leve e... e muito bem! o que é isso... — Inclinei a cabeça enquanto olhava em seus olhos, senti um calor inexplicável, e uma paz avassaladora.

— Dentre todos os meus nomes, você pode me chamar Pai, e essa ao meu lado, sua Mãe. Talvez tudo pareça um pouco confuso agora, mas teremos a eternidade para te explicar.  — Disse com uma voz forte e profunda.

— Venha, tenho algo a te mostrar. — disse para mim enquanto esticava a mão para me ajudar a descer do altar.

— C-certo. — Peguei em sua mão, era incrivelmente forte e, logo depois, minha mãe me deu um abraço. 

— Seja bem-vinda minha filha, estava ansiosa demais pela sua chegada, Aurora. — Disse a mulher que seria minha mãe, também alta e com uma beleza sem precedentes. 

Seu cheiro era incrível, seu cabelo arrumado e preso me impressionaram, dignos de uma rainha, sim, era isso o que ela era afinal.

— Pai, que lugar é esse, e onde eu estou agora? — Perguntei inocentemente.

— Este é o salão da criação, sua mãe gosta de chamar de...

— Maternidade, eu acho mais adequado — disse sorrindo.

Era incrível a paz que aqueles dois emitiam, eu literalmente acabara de ser criada, eu não me lembro muito do que acontecia comigo antes, apenas me lembro vagamente de um lugar escuro, como se eu fosse uma das estrelas no universo, como se minha cabeça estivesse em baixo d'agua, e eu ouvisse tudo abafado, essa era a sensação, no momento que eu fui criada, era como se todas essas várias estrelas ou luzes se juntassem e dessem forma ao que eu sou.

A Redenção de AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora