Capítulo 4 - As primeiras lágrimas

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Jenny? - Assim que escutei um grito do grupo, vendo algo atrás de mim. Era a menina da banda, não a baixista, se fosse... Enfim.

- Vocês tem 10 anos, porra? Vai bater na mina por causa de outra mina? Vocês são empregadas de madame agora? - Aparentemente, Jenny era autoritária e ditava regra também, mas de uma forma mais agressiva, o que era engraçado, já que ela era pequenina, mas com certeza uma aluna dos veteranos. Não fazia sentido ela me defender até porque, não sabia da minha existência desde então.

Antes de toda a briga se desenvolver, apareceu Hasel e Evan abraçados, mas assim que ela passava todos os olhares iam pra ela, ela estava estravagante, seu vestido brilhoso com um enorme decote em V entre seus seios, algumas correntes pela sua cintura e um enorme salto preto glitterinado, convenhamos, linda ela era. Não é atoa que todas as meninas sonhavam ter o mesmo corpo e charme que ela tinha.

Assim que eles se separaram, as meninas que iriam me bater também meteram o pé, já que Jenny estava lá e ela era representante de Sala, ou seja, a Maria Fifi de todo colégio. Evan vinha em minha direção com uma latinha de energético, e era um dos únicos que não bebia ali dentro, quero dizer, aparentemente, já que a maioria das pessoas bebiam escondido, nada impede dele também estar "disfarçando" sua bebida. Meu fornecedor tinha sumido desde as férias, então por um tempo eu ficaria limpa até encontrar outro traficante confiável aqui dentro.

- O que você tá fazendo aqui? Achei que iria passar a festa com sua fã. - Ele ri, olhando para seus pés.

- Eu prefiro não ficar tão com ela, ela é bem... Difícil de lidar. E vai que algum maníaco stalker me persegue e me mate enquanto eu durmo?

- É, se eu fosse você também ficaria com medo... Ou talvez não, eu até gostaria de apanhar até desmaiar. - Vejo seu rosto, ele mantinha uma reação meio de "ué, ta bom é?"

Depois de um tempo em silencio, cada vez mais ele bebia o energético e suas mãos tremiam, parecia inquieto, até de se esperar já que ele bebia energético.

- Pelo o que eu reparei... - Olho para seus pés, inquietos. Estava escorada na parede em frente o palco, mas ainda longe dele, as vezes apareciam algumas pessoas e iam pro canto mandar algumas carreiras e pupílas dilatadas, até porque, não seria de fato um colégio cheio de criança rica sem cocaína e ácidos. E por mais que eu curtisse me sentir incrível as vezes, não estava afim de ficar muito louca hoje - mesmo que minha boca salivasse pensando em como é íncrivel parecer dona do mundo. - Você não costuma brigar muito.

- Não, não é muito minha praia. Diferente de você. - Ele dizia com um sorriso fofo, mas ainda sim jogando o seu charme irritante.

2 HORAS DEPOIS

Eu cheirava a whisky e as coisas se mexiam devagar pra mim, por mais que seja meio ruim ficar bêbada mentalmente instável, eu só não queria ficar sóbria. Meus cigarros iam acabando e quanto mais eu tragava aquela fumaça, meu corpo relaxava por inteiro, eu comulnava a cada trago. Evan parecia sóbrio ainda, mas com uma feição preocupada, o que me deixava curiosa.

- Tá afim de ir pra algum lugar? - Ele dizia olhando fundo pra mim, eu via aquilo como uma escapadinha, mas até que eu curtia passar um tempo com alguém, era muito intediante só guardar os pensamentos pra mim. - Tipo, o terraço?

Sentia meu sorriso se formar, eu ficava muito sorridente quando eu bebia.

- Eu adoro aquele lugar! Já quase caí de lá varias vezes. - E talvez meio sem noção... Enfim... - Bora.

Eu ia andando até a porta dos fundos dos dormitórios e poderia ver Hasel no canto olhando todo o movimento, sua pupíla tão dilatada que conseguia ver de longe. Drogada do caralho, ninguém se livra disso, nem mesmo Hasel Pietra, simplesmente a maior influenciadora de toda escola.

Essa Dor Que Não é MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora