( Mas gente o Arthur tá tão gato nessa foto ave Maria doido )
Estreito os olhos na direção dele.
— Termina a frase pai
Ele balança a cabeça, tentando desprezar totalmente o assunto. Ergo uma sombrancelha, desafiando-o a continuar.
— Quer mesmo fazer isso agora? — Ele dá uma olhada em Arthur, na esperança de usar meu namorado falso como um pretexto.
— Na verdade, quero.
Meu pai fecha os olhos e suspira fundo. Quando os abre de volta, se inclina para frente e cruza os braços na mesa.
— Você sabe que eu te acho bonita,Carolina. Pare de distorcer minhas palavras. É que está área tem padrões mais elevados do que um pai e tudo o que posso fazer é aceitar. Na realidade, achei que nós tínhamos aceitado isso — diz ele, olhando para Arthur.
Mordo o interior da minha bochecha para não dizer nada que vá me arrepender. Eu sempre soube a verdade. Quando me vi no espelho pela primeira vez no hospital, eu sabia que estava tudo acabado. Mas ouvir meu pai admitir em voz alta que ele também acha que eu devia parar de ir atrás dos meus sonhos é demais para mim.
— Uau — murmura Arthur. — isso foi... — Ele olha para o meu pai e balança a cabeça, enojado. — você é o pai dela.
Se eu não soubesse a verdade, diria que a careta de Arthur é autêntica e ele não está só atuando.
— Exatamente. Sou o pai dela, não a mãe que alimenta qualquer besteira que ela acha que fará sua garotinha se sentir melhor. Nova York e Los Angeles estão cheias de milhares de garotas indo atrás do mesmo sonho que Carolina! Vem buscando a vida toda. Garotas que são muito talentosas. Excepcionalmente bonitas. sabe que eu acredito que ela tem mais talento do que todas as outras juntas. mas ela também é realista. Todo mundo tem sonhos, mas, infelizmente, ela não, possui mais as ferramentas para realizar os dela. Precisa aceitar isso antes de desperdiçar dinheiro em uma mudança para o outro lado do país que não vai fazer droga nenhuma pela carreira dela.
Fecho os olhos. Quem quer que tenha dito que a verdade machuca estava sendo otimista. A verdade é uma filha da puta que provoca uma dor excruciante.
— Meu Deus — diz Arthur. — Você é inacreditável.
— E você não é realista — retruca meu pai.
Abro os olhos e cutuco o braço de Arthur, para que ele saiba que quero sair da mesa. Não posso mais fazer isso.
Arthur não se mexe. Em vez disso, passa a mão por baixo da mesa e aperta meu joelho, insistindo que eu fique sentada. Minha perna enrijece com seu toque, porque meu corpo está mandando sinais confusos ao meu cérebro. Agora estou zangada com meu pai. Muito zangada. Mas de algum modo me sinto reconfortada por este completo estranho que me defende sem nenhum motivo aparente. Estou com vontade de gritar, sorrir e chorar, mas, acima de tudo, quero alguma coisa para comer. Porque agora estou com fome de verdade e quero salmão quente, droga!
Tento relaxar a perna para que Arthur não sinta como estou tensa, mas ele é o primeiro cara em muito tempo a me tocar de verdade. Para ser sincera, é um pouco esquisito.
— Deixe eu te perguntar uma coisa, Sr. Voltan — Começa Arthur — Johnny Cash tinha lábio leporino?
Meu pai fica em silêncio. Eu também, torcendo para que o Arthur esteja querendo chegar a algum lugar com essa pergunta aleatória. Ele estava indo muito bem até começar a falar de cantores de country.
Meu pai olha para Arthur como se ele fosse louco.
— Mas o que um cantor country tem a ver com essa converta?
— Tudo — responde Arthur rapidamente — Não, ele não tinha. Mas o ator que interpretou em Johnny e June tinha uma cicatriz muito visível no rosto. Joaquim Phoenix foi até indicando ao Oscar por esse papel.
Os batimentos do meu coração se aceleram quando entendo o que ele está fazendo.
— E Idi Amin? — pergunta Arthur.
Meu pai revira os olhos, entediado com este interrogatório.
— O que tem ele?
— Ele não era vesgo. MA o ator que fez o papel... Forest Whitaker... É outro indicado ao Oscar, que estranho. Ele ganhou
Esta é a primeira vez que vejo alguém colocar meu pai em seu devido lugar. E por mais que toda essa conversa esteja me deixando desconfortável. não estou tão desconfortável assim para deixar de curtir este momento raro e bonito.
— Parabéns — diz meu pai a Ben, nem um pouco impressionado. — Você ouviu falar de dois exemplos bem-sucedidos em meio a milhões de fracassos.
Tento não levar as palavras do meu pai para o lado pessoal, mas é difícil. A essa altura, sei que se tornou mais uma luta pelo poder entre os dois, e menos sobre mim e ele. Mas é uma grande decepção que ele prefira ganhar uma discussão com um completo desconhecido a defender a própria filha.
— Se sua filha é tão talentosa como você alega, você não iria querer encoraja-la a não desistir de seus sonhos? Por que você quer que ela veja o mundo como você?
Meu pai enrijece.
— E como exatamente você acha que eu vejo o mundo, Sr. Ramos?
Arthur se recosta na cadeira sem desviar os olhos do meu pai.
— Pelos olhos fechados de um babaca arrogante.
O silêncio que segue parece calmaria que precede a tempestade. Espero um deles dar o primeiro soco, mas em vez disso meu pai tira a carteira do bolso. Joga dinheiro na mesa e olha diretamente para mim.
— Posso ser sincero demais, mas de prefere ouvir besteira, então esse imbecil é perfeito para você. — ele sai da mesa — aposto que sua mãe adora ele — resmunga por final.
Estremeço com as palavras dele e morro de vontade de gritar um insulto de volta. Um insulto tão épico que deixaria seu ego ferido por dias. O único problema é que não há nada que alguém possa dizer para magoar um homem sem coração. Em vez de gritar alguma coisa enquanto ele sai pela porta, simplesmente fico sentada em silêncio.
Com meu namorado falso.
Este só pode ser o momento mais humilhante e constrangedor da minha vida.

VOCÊ ESTÁ LENDO
The Date~Volsher Adaptation~
FanfictionFinalizada "𝐿𝑒𝑣𝑒𝑖 𝑞𝑢𝑎𝑡𝑟𝑜 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑒 𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑙𝑒. 𝐿𝑒𝑣𝑒𝑖 𝑠𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑡𝑟𝑜 𝑝𝑎𝑔𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎𝑟." adaptação: Novembro 9 𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐨𝐫 𝐢𝐧𝐞𝐬...