Cap. 17

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Mudança de horário: 20:00pm

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Vincenzo

Eu estava no bar bebendo afogando minhas mágoas. Todos pareciam felizes, menos eu. Respiro fundo e tomo mais um shot de uma vez. Abro a boca fazendo um som na tentativa de aliviar a queimação na minha garganta.

Sinto um baque no meu ombro e olho por cima, sorrio ao ver meu pai sentando no meu lado e fazendo um  gesto pro barmen, pedindo uma bebida. Ele apoia as mãos entrelaçadas encima do balcão e me olha de lado.

   - Sofrendo sozinho? - ele pergunta com deboche e eu rio.

   - É pedir muito para você ir embora? - retruco sem esperança.

   - Você tá com uma cara péssima, vou sofrer com você. - ele respondeu e eu gargalhei.

   - Pai, você não tem pelo o que sofrer, você tem tudo. - resmunguei e ele me deu um tapa na minha nuca.

   - E você não pirralho? - ele perguntou incrédulo e olhou para minha mãe, que dançava com Feyre e Noor.

   - Tenho, mas é diferente. - mumurei na esperança dele não me ouvir, mas a tentativa foi falha.

   - Você deveria foder alguma fêmea, é disso que precisa. - ele responde e reviro os olhos.

   - Pai, não quero ir pra cama com qualquer uma. - argumentei e ele virou apoiando as costas no balcão.

   - Você quer Elis? - ele pergunta e eu arregalei os olhos. - Não sou cego idiota.

   - Pai, Elis deu um belo chute na minha bunda, acabou o que tinhamos. - respondi e ele gargalhou e arqueou a sobrancelha.

   - E o que vocês tinham? - ele perguntou debochado e eu bufei, virando as costas e apoiando no balcão assim como meu pai.

   - Nada. - respondi e pensei que ouviria ele rir debochado, mas ao invés disso, passou um braço pelo meu pescoço.

   - Para de sofrer por alguem que você não tinha nada Vincenzo. Tu é a porra do filho do general mais gostoso de Prythian, as fêmeas babam por você. - ele disse e eu sorri fraco.

   - Pai, eu quero alguém que me ame, não alguém apenas para se satisfazer comigo e ir embora. - falo sincero e ele suaviza o rosto.

   - Você quer uma parceira. - ele concluí e eu concordo com a cabeça.

    - É pedir muito? Será que ela existe? - perguntei e ele garagalhou, balançando a cabeça de um lado para o outro.

    - Suriel. Ele tem as respostas para suas perguntas. - ele responde e eu franzi o cenho.

    - Suriel? - pergunto confuso e ele sorri de canto e aponta para Feyre.

    - Sua tia conheceu um. Eles são uma espécie de fofoqueiros de primeira linha, sabem de tudo. Como acha que sua tia sempre sabe de tudo? Ela é cria dele. - respondeu num tom engraçado me fazendo rir.

   - Como encontro um? - pergunto e ele dá de ombros.

   - Pergunte a sua tia. - meu pai responde se levantando e indo à encontro da minha mãe.

Suspiro e bebo mais um shot. Observo as pessoas se divertindo e vou para fora da boate. Caminho com as mãos no bolso chutando as pedras pelo caminho. A música das boates se misturam e vão ficando cada vez mais distantes. Vou em direção a borda do rio Sidra e caminho por ali, traçando o caminho.

Respiro fundo e olho para cima. A lua estava brilhante como sempre, assim com as lindas estrelas de Velaris. Casa. Eu estava em casa. Algumas pessoas dormiam durante o dia apenas para viver durante a noite. Sorri ao ver alguns casais dançando perto do arco-íris e me perguntei se um dia eu iria sorrir assim.

Com Amor, Círculo Íntimo Onde histórias criam vida. Descubra agora