O homem se sentiu intimidado pela voz de Luan e olhou minha mão, que tinha a aliança de Leonardo. Ele virou as costas e saiu.
- Que isso, Luan, ficou doido?
Ele me puxou pra um abraço forte e depois disse ao meu ouvido:
- Ia trair Leonardo com ele, trai comigo?
- Eu... Não ia trair ninguém. - Respondo da mesma forma meio abalada pela sua voz.
- Vem ser minha, vem? Vamos pra casa...
- Luan, eu tenho noivo.
- Mas não é com ele que quer estar.
Ele afastou sua boca do meu ouvido e ficou diante de mim. Luan me olhava com ternura, com amor. O rosto de alguém nunca me transmitiu paz maior que o dele. Naquele momento, todas as certezas que eu tinha, viraram dúvidas e todas as dúvidas, viraram certezas. Dei a mão a Luan e me deixei levar. Paramos na porta, esperamos o homem pegar o carro. Luan apertava minha mão.
- Luan, e as meninas? Eu ia dirigir.
- Já falei com elas, a Bruna bebeu pouco, vai dirigir. Relaxa.
Ele me encostou na parede e se aproximou de mim, colando seus lábios no meu. Seu beijo era calmo, mas urgente. Eu era apaixonada por aquele beijo. Logo o carro dele chegou e saímos dali. Ele dirigia sorrindo, me olhando.
- Você foi só me buscar?
- Fui. - Rimos. - Eu pensei: É agora ou nunca. Daí me arrumei e vim.
Ríamos como duas crianças que fugiram dos pais pra fazer arte. O que não deixava de ser verdade, mas não éramos crianças.
- Pra onde vamos?
- Pra minha casa.
- Não quero que seus pais nos vejam.
- Eles não estão lá. Saíram pouco antes de eu vir. Vão passar o fim de semana na chácara, em outra cidade.
- Então tá.
Quando chegamos, já estávamos nos agarrando pela casa. Era amor, desejo. Eu me sentia bem com ele, de uma forma que não me sentia com Leonardo. Me sentia completa. Naquela noite, fomos um do outro, de corpo e alma. Sem lembrar de nada, de um problema ou mágoa do passado. Era só eu e ele, e sentimentos puros, seja lá o que fossem. Os beijos tinham saudade, os abraços tinham calor e os toques, desejo. Estar alí com ele, me fazia ter vontade de deixar tudo pra trás. Casamento, amor proibido, amizade de infância. Nada se comparava ao que sentia alí com Luan.
Depois que tudo aconteceu, fiquei deitada no peito dele, enquanto ele fazia carinho em mim. Escutamos barulhos, Bruna e as meninas deviam ter voltado. Luan estava com um rosto pensativo, e eu só analisava ele. Do nada ele soltou um riso e depois começou a gargalhar. Ele ficou assim por alguns segundos, e logo me contagiou. Ríamos como duas criancinhas. Até que consegui parar e me irritei.
- Para de rir, menino.
- Não dá. - Ele me olhou e continuou.
- O que foi?
- Jor, virei amante. - Ele riu.
Fui pega desprevenida com as palavras, mas logo comecei a rir.
- Para com isso. Não me casei ainda. - Disse entre risos.
- Mas eu sou seu amante.
- É, não deixa de ser verdade. - Ri. - Isso não te atinge? Quer dizer, ele é seu amigo...
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As lembranças vão na mala (Luan Santana)
Fiksi PenggemarAproximadamente oito anos se passaram desde aquele fevereiro de 2010. Luan Santana um cantor já consagrado no Brasil e Jordana Corradini uma atriz formada em Londres vivendo a plenitude dos seus sonhos em terras inglesas. Quanto o destino pode ser i...