Paris, 14 de julho de 2025
Adrien Agreste
Não me atrevo a olhar para trás, sei que isso só vai me atrapalhar. Corro rápido para que os sentinelas não me alcancem. Essa rotina já é recorrente a anos, meus pés sabem todos os caminhos que posso pegar que nem tropeço nos estilhaços pela cidade agora destruída. Os ladrilhos estão encardidos com o sangue das almas que não consegui salvar. Nada limpa aquilo, ninguém ousa limpar. É um lembrete claro de quem esta no poder e de quem os desapontaram.
Os abandonamos. Não cumprimos nosso dever. Deixei que milhões de parisienses perdessem a fé em mim.
Depois da posse de Hawk moth sobre paris, todos eram obrigados a viver sobre seus controles. Gabriel Agreste agora tinha o controle do pais inteiro. Sim, meu pai. Descobri isso da pior forma possível, mas isso não são os pensamentos adequados para o momento.
Entro dentro do Louvre correndo ate uma das obras. Olho para ver se consegui despistar todos e empurro a Vitória Alada de Samotrácia descendo pelas pequenas escadarias que ficam embaixo da mesma. Sinto a estatua voltando ao seu devido lugar e chego ate minha moradia durante esses 4 anos.
- de novo cara? – nino pergunta pra mim no momento em que eu sento no pequeno colchonete que cada um tem. Alya conseguiu rouba-los a muito tempo, por esse motivo que estão tão desgastados.
- relaxa, você sabe que eu tomo cuidado – solto uma piscadela em sua direção e pego um dos 4 livros que temos aqui. Já li e reli os quatro milhões de vezes, porem eles são minha única forma de entretenimento aqui. Olho aos redores e noto a falta de alguém. – cade a Alya?
- Zoé interceptou algo estranho na sede e ela foi checar junto com o Luka – assinto e volto a atenção ao meu livro. Todos os dias são assim, vou pra fora, tento roubar algo, volto pra ca e espero algum sinal de fraqueza ou algo diferente para fugirmos.
Durante os dois anos iniciais tentamos lutar, nossa resistência era grande, eramos em milhares contra o atual estado de governo. Porem, metade que não foi dizimada, desistiu ou se rendeu. Sobrou apenas nos 6, eu, Nino, Alya, Luka e as duas Bourgeois, Zoé e Chloé. Não queremos mais perder ninguém, não nos sobrou mais nenhuma alternativa. Apenas deixamos nossa cidade se entregar para as sombras.
"- Todos entenderam o plano certo? – minha incrível e maravilhosa parceira indaga para todos os adolescentes presentes na sala. Vejo todos assentindo e se dispersando para irem se preparar. M'Lady se dirige ate o meu lado e me abraça. Consigo sentir toda a sua tenção e nervosismo pelo plano a ser executado, não a julgo já que sinto o mesmo. Retribuo seu abraço apoiando meu queixo em sua cabeça e nos puxando ate um sofá. Ela se aconchega em meu colo e ficamos sem falar nada ate que ela se acalmasse um pouco.
- ta mais calma?- indago baixinho, só pra ela ouvir. A ouço fungar e se afastar um pouco para me olhar. Mesmo com a carinha toda vermelha e as olheiras grande em seus olhos ela continua sendo a garota mais linda que eu já vi em toda a minha vida. Consigo lembrar certinho do dia em que ela curou todas as minhas inseguranças (em relação a ela) e deixou que eu ficasse um tempo em sua casa. Naquele dia eu percebi que não interessa o que acontecesse, eu sempre me apaixonaria pela Marinette.
- um pouco – sua voz sai arrastada – Adrien, e se não der certo? E se falharmos? É tão arriscado.
É perceptivo como ela se culpa pela perda do miraculous do coelho para Hawk Moth. Felizmente sabemos que ele não tem noção de como ativá-lo já que ele esta camuflado mas sabemos que é só questão de tempo ate ele descobrir. Agarro seu rosto com minhas duas mãos e deixo minha voz mais calma o possível.
- vai dar tudo certo meu amor, confio em você. Confiamos em você. Já perdemos alguma vez? – ela faz "não" com a cabeça e volta a se aconchegar em meus braços. Afago seu cabelo ate que Alya nos chama para a batalha, já estava na hora.
- nos vemos daqui a algumas horas – ela diz antes de sair com uma parte da equipe. Mal sabia eu que me sentiria traído em 100 formas diferente pelo amor da minha vida"
Acordo em um sobressalto. Minha respiração estava descompassada igual as milhares de vezes em que sonhei com ela. Toda noite é uma lembrança diferente da mesma pessoa que eu particularmente prefiro tentar esquecer. Mas como podemos ver, meu subconsciente odeia a ideia. A pequena chinesa não deixava minha cabeça mesmo depois de tudo que fez. As vezes acho que é a minha maldição, amá-la demais.
Vejo Alya e Nino dormindo suavemente abraçados. Depois de tudo o que passaram, fico grato do relacionamento deles não terem mudado, mesmo que eles insistam com a ideia de que não são mais namorados. Sabemos que é mentira.
Balanço a cabeça e levanto-me da cama indo ate a cozinha do pequeno bunker para beber um pouco de agua encontrando Luka sentado (como sempre). Desde que Zoé foi obrigada a ficar na sede ele não consegue dormir com medo do que possa acontecer com ela la. Ninguém ousa a tirá-lo de foco, e ele não fala com ninguém quando esta assim, é nesse momento que ele reza. Não sei pra qual Deus, mas ele reza pedindo que ela não se machuque. Se eles estão em um relacionamento assumido, ou se ele apenas continua apaixonado por ela na surdina eu não percebo. Ouve uma época em que eu só me importava em ajuda-lo a conquistá-la, hoje em dia é mais complicado do que pequenas historias de amor que pode nos levar a morte rapidamente.
Respiro fundo e começo a caminhar ate meu quarto quando a sirene toca. Naquele momento eu juro que senti todo o pelo do meu corpo se arrepiar.
Corro ate o arsenal tropeçando em meus próprios pés pegando uma arma checando as balas. Minha barriga se revirava de puro pavor pelo oque eu possivelmente esta prestes a acontecer. Me encontro com Luka, Nino e Alya a caminho da entrada do buncker preparados para qualquer coisa. Treinamos milhares de vezes, ate aconteceu uma vez no antigo esconderijo, então estávamos pronto para a equipe de elite do meu pai.
Mas não para ela.
- me desculpem, Zoé me deu algumas informações mas não como desativar o alarme.
E lá estava ela, a garota que pisou em meu coração. Que amassou meu corpo todo quando renunciou. Que me estraçalhou sem do nem piedade. Que deixou seus amigos para morrerem no campo de batalha. Que fugiu. Que conseguiu acabar comigo de formas que meu pai nunca conseguiu. La estava ela, parada na minha frente. Marinette Dupain-Cheng estava parada em minha frente com um sorriso doce. Queria muito que fosse mentira.
<3<3
ok, to felizinha kkkkkkkk
caso alguem tenha qualquer duvida, pode perguntar no meu twitter (lxieswan)
logo volto com a continuação. byeeee
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things we never talk
FanfictionPor 4 anos Adrien vive se escondendo e pensando em uma forma de fuga de Paris. Seu pai tinha conseguido o impossível e agora só importava correr pra longe. Em um mundo pós-apocalíptico, ele e seus amigos precisam achar uma forma de sobreviver ao pod...