Mais um passo, só mais um passo, preciso ir só um pouco mais rápido. A mochila nas minhas costas balançava pra cima e pra baixo em conjunto com minha estranha corrida de pulos e passos desajeitados, segurei nas alças pra diminuir o balanço e apertei ainda mais o passo. Eu não podia perder o ônibus das oito ou chegaria atrasada no primeiro dia de trabalho e pela expressão carrancuda da Ajhumma ela não iria gostar nada nada disso. Pulei um galho e acabei esbarrando em um garoto de boné preto que resmungou irritado murmurei um Jeonghabnida quase inaudível e continuei minha correria maluca. Ainda me bati em umas três senhoras que me xingaram furiosamente e derrubei o sorvete de um menino muito fofinho que se tornou um monstrinho quando todo o sorvete de chocolate dele veio parar na minha calça jeans, nem tive tempo de me estressar tive que continuar correndo.
Avistei o ônibus parando quando faltavam alguns metros corri mais um pouco e consegui subi toda afobada, coloquei meu passe na máquina e entrei. O ônibus não estava muito cheio, mas não havia lugares pra sentar então andei até o meio e me equilibrando com uma mão só pegando meu celular que já estava plugado ao fone, coloquei os fones e tapei o barulho do mundo.
Segui a viagem ouvindo bandas desconhecidas e ignorando o moleque que foi de hora em hora me cutucava, me desejo era dá um chute nele, mas hoje não era um dia para isso, eu tinha finalmente conseguido um emprego e eu tinha que estar bem. Quase perdi a parada distraída com meus pensamentos, desci apressada me dirigindo ao restaurante tradicional do outro lado da rua. A porta da frente ainda estava fechada, o que significava que eu não estava tão atrasada. Fui pelo beco lateral até as portas do fundo bati duas vezes e esperei até ouvi o som de pés se arrastando.
- Meio-período! Está atrasada – reclamou a senhora assim que abriu a porta – e ainda está toda suja! Entre e vá se trocar já!
Murmurei um annyeonghaseyo com uma longa reverência e entrei de cabeça baixa. Sempre detestei levar broca, normalmente não levava desaforo pra casa, mas precisava desse emprego. Eu já sabia onde ficava área dos empregados como a ahjumma tinha chamado quando fui fazer a entrevista, então segui sem precisar de instruções. Encontrei o uniforme perfeitamente dobrado e passado no cadeira de madeira, peguei e segui até o banheiro para se trocar.
Meu trabalho consistia em basicamente receber os pedidos e os pagamentos dos clientes, limpar as mesas e levar os pedidos, ou seja, eu só não cozinhava. O salário não era bom, mas era o suficiente e só naquelas primeiras horas já tive vontade de enforcar uns dez clientes, todos funcionários de escritório assediando as maknaes, sempre mandando elas beberem mais, passando a mão. Talvez eu tenha derrubado "acidentalmente" uma sopa quente no colo de um dos idiotas, sou ótima atriz.
Às 15:00 horas perto do meu horários de serviço acabar eu estava limpando algumas mesas, o restante estava quase vazio se não fosse por um trio de meninas do colegial de uniforme amassado por cima de blusas minúsculas, rindo e tanto gritinhos quando algum menino passava do lado de fora. Ouvi o sino da porta tocar avisando a entrada de alguém. Murmurei um "ososeyo' sem olhar ainda terminando de limpar a mesa. Sentir alguém me cutucar no ombro e me virei limpando as mãos no avental tentando segurar minha irritação, sempre odiei que alguém me cutucasse.
- olá em que posso ajudar ? – perguntei com meu melhor sorriso diplomata
O garoto na minha frente abriu um sorriso travesso e tirou o boné preto revelando um sedoso cabelo loiro. Continuei sorrindo sem graça esperando sua resposta.
- Oi – cumprimentou informalmente- Eu sou Jae o outro funcionário – completou estendendo mão para eu apertar, foi o que fiz ainda meio constrangida. Ele parecia coreano, falava coreano, mas parecia um pouco mais a vontade perto de uma estranha do que a maioria que se limitava a acenar com a cabeça de longe.
VOCÊ ESTÁ LENDO
You Make Me
FanfictionUm romance nem sempre precisa ser complicado ou cheios de obstáculos, tantas idas e vindas para ser significativo. Dois colegas de trabalho, uma banda anônima, um grupo de amigos e no final ter ido para o outro lado do mundo deu a possibilidade de N...