Safety

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Hinata acordou no meio da noite, o fogo tinha se apagado, e estava para congelar de frio. Colocou suas roupas — que ainda estavam um pouco úmidas — e depois de se vestir, usou a garrafa vazia para enchê-la com a água da cachoeira.

Escutou um barulho, e seu Byakugan se ativou instintivamente. Pelo menos já voltou a funcionar. Olhou ao redor, sem sinal do escorpião. O barulho em questão, foi feito por um coelho, e ele seria o seu jantar. Estava quase 24 horas sem comer, desde o café da manhã na casa de Gaara. O estômago já estava doendo e a vontade de vomitar o que já não tinha, só aumentava.

Pegou a sua kunai e saiu entre a cachoeira e a caverna,  tentando não se molhar de novo. Andou devagar sobre as pedras escorregadias, chegando ao solo silenciosamente. Se tivesse sorte, o escorpião já teria encontrado uma vítima e estaria dormindo, pois eles não eram criaturas diurnas. E pela altura da lua, só faltavam duas horas para o amanhecer.

Com a sua Kekkei Genkai ativada, encontrou o coelho dentro da toca de uma árvore, a cinco metros de distância. Caminhava em sua direção em silêncio, atenta a cada passo que dava, e tudo o que a rodeava. Chegou na árvore e sem pensar duas vezes, matou o coelho. "Desculpa", suspirou. Outra parte sobre ser ninja que ela não gostava, mas precisava fazê-lo, ou não teria mais força para lutar e nem para usar o seu chakra.

Antes de voltar para a caverna, procurou por mais gravetos, colocando um por um na sua mochila. Montou outra base para o fogo e começou a retirar a pele do coelho, o preparando para comer. O lavou na barreira d'água e o assou. Não era a melhor coisa do mundo, mas era o suficiente para acabar com a fome. Depois de se alimentar, ficou mais alguns minutos sentada ao lado da fogueira, aproveitando o calor enquanto via ela se apagar cada vez mais.

Não dava mais para ficar ali, se quisesse pegar mais madeira para o fogo, tinha que andar além dos cinco quilômetros que tinha ido, e se o fizesse, ou iria direto para a torre, ou correria o risco de voltar para a caverna sem nada.

A Hyuuga se abraçou, contornando os joelhos, pensando. E quando o fogo finalmente se apagou, ela se decidiu. Iria enfrentar os vinte quilômetros que a separavam do complexo. Seria um pouco mais de uma hora para chegar, mesmo correndo. Só teria que tomar cuidado com as formigas gigantes, pois elas moravam nas ruínas que tinha ao redor da torre.

Arrumou as suas coisas e saiu da caverna. Respirou fundo, saber que estava sendo observada por Saito desde que entrou ali era perturbador, só esperava que não tivesse nenhuma câmera de chakra por dentro da caverna.

Balançou a cabeça, tentando focar em um só objetivo: esperar por ajuda na torre. 

Começou a correr, e em certo momento do caminho, as árvores acabaram, dando espaço somente para a areia seca e rachada. Estava a menos de vinte minutos das ruínas, e já podia ver o céu começar a clarear, não demoraria para amanhecer.

Ao ver os primeiros sinais dos raios solares, abafou um gemido de dor por causa do seu tornozelo, bem na hora que chegava às ruínas antigas. Tentou fazer um jutsu médico, pois tinha aprendido o mínimo de primeiros socorros com a Sakura, e era mais que o bastante para ajudá-la com o pé.

Depois que aliviou a dor, voltou a encarar as ruínas. Seu Byakugan estava ativado desde que acordara na caverna, e o chakra que gastava era bastante considerável. Ela teria que se apressar para alcançar os quatro quilômetros que ainda faltavam para chegar na torre.

Dessa vez, foi andando. Ali era a moradia das formigas gigantes, tinha que ser cautelosa pois podia vê-las através das paredes destruídas, e se arrepiava toda vez que via alguma delas virarem para si, como se também pudessem vê-la.

Estava a menos de dez metros quando sentiu uma dor horrível em seus olhos, arrancando um grito de dor. Sentiu seus olhos lacrimejarem, a visão começando a ficar turva e escura.

Learning to Love - GaaHina - EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora