28_ Eu acho que estou apaixonado.

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Rain Miller

... - Eu tenho a chave.

- O quê? - Perguntei em choque com um sorriso.

- É isso mesmo. - Sorriu de volta pegando na minha mão e começando a me puxar.

- Aonde ela tá? - Perguntei.

- No escritório da minha mãe. - Falou por fim.

A gente correu até o escritório da mãe do Marcus e quando chegamos lá, ele me ensinou um truque para conseguir abrir aquela porta facilmente.

Pegamos a chave e logo estávamos correndo até a sala de música.

Foi mágico.

Quando o Marcus abriu aquela porta, tinha vários instrumentos espalhados pela grande sala, mas o que me chamou a atenção, foi um piano.

Era um piano branco e enorme.

Sendo seguida pelo Marcus, eu caminhei até aquele piano e toquei a extensão dele.

- É incrível. - Falei olhando para o Marcus.

Ele sorriu e fechou a porta.

- Sabe o mais incrível? - Se aproximou. - Como é uma sala de música, eles colocaram isolamento acústico. A gente pode fazer o barulho que a gente quiser, que ninguém fora daqui vai escutar. - Informou com um sorriso.

Eu devolvi o sorriso para o Marcus e me sentei no banquinho que estava na frente do piano.

O Marcus me encarou confuso mas não protestou. Eu passei os dedos pelas teclas do piano sentindo o meu coração bater ansioso no meu peito.

Pressionei a primeira tecla, que fez um som agudo preencher a sala.

Eu dei um pequeno sorriso e encarei algumas folhas que estavam por cima do piano. Peguei as mesmas e analisei.

Para Elisa - Beethoven.

Essa vai ser fácil.

Eu dei um grande suspiro, sentindo o olhar curioso do Marcus sobre mim e comecei a tocar.

Várias memórias, boas e más, correram pela minha mente enquanto os meus dedos corriam pelas teclas.

Fazia mais de 1 ano que eu não tocava em piano nenhum, e mesmo assim, foi como se os meus dedos conhecessem as teclas sem precisar de mim.

Os meus dedos dançavam nas teclas rápida e agilmente.

Quando eu terminei, voltei a encarar o Marcus e vi um sorriso admirado no rosto dele.

- Eu acho que estou apaixonado. - Soltou com o olhar completamente perdido e eu ri.

- Quem não se apaixonaria por música? - Brinquei.

A gente ouviu um barulho no corredor e o Marcus rapidamente me puxou para um canto da sala.

O meu coração batia forte no meu peito enquanto o meu corpo estava grudado com o do Marcus.

Ouvimos alguém abrir a porta da sala de música e eu consegui notar que era um dos seguranças do colégio. Ele logo saiu e eu dei um sorriso aliviado.

Eu me sinto viva.

Olhei para o Marcus e percebi que ele já me encarava com atenção.

- Obrigada. - Agradeci ainda sentindo a adrenalina correr pelo meu corpo.

- Por quê? - Perguntou confuso.

Por me fazer sentir viva.

- Por me salvar do segurança. - Disse me afastando dele.

- A gente precisa sair daqui antes que outro segurança venha checar a sala. - Falou pegando na minha mão e começando a me puxar para fora.

Eu não vi para onde o Marcus estava me levando, devido ao sentimento gritante de adrenalina.

Só fui perceber quando paramos na frente da janela que dava para o terraço.

- Você tá completamente doido. - Falei puxando o Marcus pelo moletom. - Tá chovendo! - Apontei para a janela.

- É, meu amor, eu não sou cego. - Sorriu e eu dei um tapa na cabeça dele.

- Idiota. - Insultei soltando o moletom dele.

- É só uma chuva. - Justificou ele.

- Você fala isso até eu te empurrar pra fora do terraço. - Ameacei e ele riu.

- Não tem nada de errado que pode acontecer.

- Tirando pegar uma doença, ficar completamente encharcados, alguém cair e bater a cabeça, causando assim uma morte trágica...

- Confia em mim. - Pediu e eu revirei os olhos.

- Eu odeio chuva. - Falei baixinho e o Marcus olhou desacreditado pra mim.

Essa foi uma mentira enorme...

O Marcus me ajudou a passar pela janela e eu senti a chuva fria e violenta, molhar o meu corpo todo.

Subimos a escada e quando chegamos no topo eu encarei o Marcus confusa.

Vai parecer loucura porquê todo mundo parece um rato na chuva mas esse garoto estava incrivelmente lindo.

- E agora o que a gente faz? - Perguntei confusa.

- Isso daqui... - Falou se aproximando.

Eu senti ele deslizar a mão pela minha cintura e se aproximar do meu corpo. O seu rosto se aproximou do meu e ele deu um sorriso me encarando e admirando os meus lábios, avermelhados pela chuva.

Ele vai me beijar?

continua...

O Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora