Kyara e Rhysand <3

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ㅤㅤㅤㅤㅤ ͜ ֯᷼⏜〪 𐇽᷼⚸𝆹𝅥ㅤִ݊ㅤ𐇽𝆹𝅥⚸᷼ ֺ⏜〪֯᷼ ͜
ㅤㅤㅤㅤ⚘֯᷼ꪆᰰ⎈ִֶָ֗𑁍̶໋۬⭟ׂ𐇽᷼⸙︩︪᥀໋𐇽݊👒໋𐇽︩︪֗❀⃘ֺ໋⚘ֺ໋͙𑁍̶ֺ໋͟⎈ֺ໋︩︪ꪆ
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ 𝐊ყᥲrᥲ 𝐀ᥣᥱksᥱᥱvᥲ
ㅤㅤㅤㅤㅤ 𐇽᷼⚸𝆹𝅥𝐋yrιc 𝐆oodeѕѕ𝆹𝅥⚸᷼ ֺ
ㅤ Her beɑuty is
incompɑrɑble, like copper
locks of ginger hɑir with ivory
skin ɑnd green eyes. Your smile
is like ɑ breɑth of spring, your voice
is soft like summeɾ ɾɑin.
ㅤㅤㅤㅤㅤ⚘໋𐇽ׄ𑁍̶᮫໋︩︪ׄ✿ִִָֺ໋۟ᨗꪆׄ᷼⎈ֺ໋۪✦ฺ໋֗𝆹ֺ𝅥͟❁̶⃘໋ׄ᷼⸙𐇽ٜׄ❊ֺ໋︩︪❜⃘𐇽⭟

ㅤㅤㅤㅤ⚘໋𐇽ׄ᷼🦋𝆹ֺ໋𝅥❜ Então quer dizer que tu encontrou amor? Ah, meu bem, querida Kyara, deixe de tolice. O amor pode salvar. O amor livra e resgata. O amor é a salvação. Mas para ti o amor será a tua ruína, a tua ida ao inferno tão quente quanto as chamas do teu amado. Para ti o amor será a tua desgraça e a razão dos teus arrependimentos. O amor, Kyara, não fora moldado para ti. Os teus olhos afastam tudo o que observam. A tua ânsia por sentimentos anula qualquer possibilidade. Tão tola quanto uma criança e tão insistente quanto o Sol. Verás a tua ruína ao amar. Verás teu coração sendo queimado pelas mãos dele. As lágrimas arderão em teu rosto. Teu cabelo irá virar cinzas, pois chamas vão ao fim. A tua boca queimará a cada beijo que a tua mente te forçará a lembrar. O teu grito será de sofrimento. A glória de amar. A dor por amar. Amá-lo é como se todo o teu jardim fosse devastado pelo fogo que ele causa em teus olhos. Tu serás sozinha em meio ao carvão. Amor é fogo que se arde sem se ver, mas tu sentirá cada pedaço a tua pele queimar. Um casal de poesias. Kyara e Rhysand eram mais belos do que a mais lírica poesia, mais intensos do que qualquer declaração romântica. Ambos eram os leitores apaixonados um pelo outro. Os olhos da mulher de cabelos acerejados desvendavam a poesia enigmática que Rhysand era. Combinava as palavras, formando uma frase de um sonho significativo. E lia atentamente as entrelinhas que pareciam cadeados pois guardavam os segredos e terrores do jovem amado. Rhysand seria um homem proibido em meio aos teus temores e pecados. Rhysand seria a perfeita definição de sacrilégio e levaria Kyara ao inferno. Ele atiçava a luxúria, o desejo abundante, a necessidade de consumir por inteiro e não partilhar. Outono era capaz de fazer sensações absurdamente quentes percorrem por todo o interior de Primavera. Um calor similar às de suas mãos entrelaçadas, ou de suas bocas em meio ao beijo mais ambicionado. No jardim do Éden, Kyara seria a Eva em sua mais bela aparência, e Rhysand seria a serpente que insiste fazê-la provar da maçã dos pecados. Não era atoa que esta era a fruta predileta dele.
ㅤㅤㅤㅤArriscar. Aventurar. Isto faria parte da sua história, uma das inúmeras essências de seu conto de fadas, mesmo que a sua vida estivesse indo além de qualquer história para fazer com que crianças durmam e tenham sonhos adocicados. Ela se arriscaria por Rhysand. Faria mais do que andar em uma corda bamba acima de lava quente de um vulcão. Ela estaria disposta a entregar a ele todo o seu ser. Afinal, pouco a pouco entregava a parte mais imprescindível de seu interior, sem ao menos temer as consequências ou pensar nelas, pois confiava irracionalmente em Outono. Sabia que ele não teria a audácia de arrancar as pétalas ou simplesmente abandonar sua flor, usufruir de seus lábios e deixá-la criar a esperança de um nós. Este nós se tornava mais perto do que o esperado, não necessariamente com um dos anéis de Saturno em seu dedo, e sim com a conexão de suas auras opostas que florescem a cada suspiro. Ela não se importava em entregar seus bens para o amor. Ainda era estranho ser observada tão atentamente pelos olhos outonais de Mallet. Ser analisada por um homem tão rígido com padrões e de semblante tão sério e inalterável, o constraste de quem observa e o que observa. A garota de grandes olhos capazes de imaginar um novo universo apenas para eles. A mulher de um sorriso tão cativante que ilumina mais do que os vagalumes na penumbra. Kyara era a obra de arte e Rhysand era o apaixonado pela arte dela.
ㅤㅤㅤㅤO que Mallet causava em Ale era algo surreal. Inexplicável. Um complexidade magnífica de sensações primaveris e outonais. A voz dele fazia com que ela quisesse tirar a roupa e deixar a mostra toda a exuberância de seu corpo tão bem esculpido. Era era o que o outono fazia com as flores. Os toques agiam como as abelhas degustando do pólen das flores. Roubavam suspiros e a faziam arfar. Os beijos eram como uma droga. Dilatavam suas pupilas e a fazia imaginar cenários indevidos ou contentes. Rhysand era um compilado de coisas boas e desconhecidas. Um vício perpétuo. O que ela causava nele era similar às suas próprias reações, como as orelhas quentes e avermelhadas e sentia borboletas azuis sobrevoarem em seu estômago. Ambos faziam bem um para o outro, e esperavam que continuassem assim. Cuidando de seus corações, sem razões para dar adeus e ir à procura. Permanecer lado a lado até que o ar não circule mais pelo pulmões e o coração canse de bater, tendo suas almas elevados à galáxia onde eles formariam constelações e Kya roubaria as estrelas para colocar no rosto de Rhysand ou apreciariam o fim dos tempos enquanto a imortalidade os atingia, dando criação aos deuses do amor lírico.
ㅤㅤㅤㅤHaviam diferenças e similaridades com o que ela sentia com Cassian e Rhysand. A maior delas sendo as borboletas em seu estômago, porém com Cassian as borboletas dançavam, valsavam diante do luar. Uma sincronia de passos desengonçados, acompanhados por quedas e risos envergonhados, dálias brotando em cada centímetro de sua derme, e também o som de um beijo estalado da ponta do nariz e a textura do roçar de lábios em um beijo no canto da boca. Com Cassian tudo era mais melódico e ela não sentia seus pés doerem; apenas a sensação do braço dele envolvendo a sua cintura. Já com Rhysand as borboletas sobrevoavam o seu estômago, ou o reflexo da Lua no lago, algo avassalador. O florescer de um campo de peônias e trilhas cercadas por rosas espinhentas e multicoloridas. A brisa perfumada pela mistura da fragrância amadeirada de Mallet, seu amado romântico, e o aroma floral suave de Kya. Talvez Cassian e Kyara pudessem ter florescido juntos. Ela poderia ter levado luz às sombras e um brilho cristalino para os olhos oceânicos e tão profundos quanto. Tinha a certa probabilidade de ter feito pelo menos um terço disso, de fazer com que Mikaelson se sentisse banhado por pétalas e dançado no outro lado da Lua. Pessoas diferentes, sentimentos tão intensos, mas diferentes e objetivos levemente similares, sendo um deles levar a leveza e a sutileza para a vida de seu amado romântico ou não. O interior de Ale amava intensamente Cassian, e este devastava como uma forte roda de vento. Subitamente ela sorriu ao lembrar de quando o herdeiro de Caeli manipulava a brisa apenas para admirar os cachos avermelhados se bagunçando ao voar, e o mesmo rapaz colocava as mechas incandescentes atrás da orelha da garota.
ㅤㅤㅤㅤO rosto de Kyara adquiria um rubor coral quando frases apaixonadas passavam por entre os lábios de Outono. O timbre se tornava calmo e suave, a voz soava como uma melodia, e continuava a surtir o efeito que faz com que ela quisesse tirar a roupa apenas para sentir tais palavras passeando por todas as suas curvas. Uma vontade não tão indevida, e sim, repleta de um lirismo não muito bem compreendido. Era difícil explicar com palavras reais tudo o que ele surtia nela. Rhysand seria considerado um herói romântico? Aquele que faz de tudo para provar seus ideais, um bobo apaixonado, completamente rendido pela mulher de cabelos soltos e sedosos, e que morreria em nome de sua honra e seus conceitos? Apesar de tudo isso, o conceito do herói romântico é um rapaz rebelde e melancólico e que muitas das vezes morre no final das histórias, Rhys não se adequava muito bem nestes padrões e também seria terrível imaginar o seu amor morrendo no final de tudo, a deixando a ver navios enquanto seus olhos se tornam cachoeiras infinitas.
ㅤㅤㅤㅤAlekseeva nunca havia se envolvido amorosamente com alguém, nunca havia estado em um relacionamento, experimentado de sonhos apaixonados, mãos dadas e sorrisos ao vento, e depois de muito almejar, ela estava se envolvendo apaixonadamente com alguém, e não poderia haver alguém mais perfeito para ela, mesmo que fossem opostos, de vivências  completamente diferentes e traumas para com o amor. Rhysand foi a sua primeira paixão, e a única até seu corpo virar poeira estelar. Ele foi absolutamente tudo o que ela precisou, estava além do que ela um dia pensou em sonhar. Sempre se imaginou com alguém que fosse tão floral quanto ela, mas o tecido do destino a surpreendeu com um homem oposto de todos os seus "ideais". Provando que os opostos são como peças de quebra cabeça, apesar de suas diversidades há um lado que se encaixa e pouco a pouco eles formam um cenário, uma obra. Afinal, o que teria para se complementar em alguém que não necessita da sua luz? Os opostos se atraem porque se complementam, suprem a necessidade de luz e amor puro. Os iguais se aperfeiçoam e se distanciam. Mallet era o perfeito oposto que levava a Kyara uma nova visão sobre as realidades ao seu redor e que homens carrancudos podem ser tão românticos quanto um príncipe montado no cavalo branco, e o melhor de todos os ensinamentos, entrar no lago durante a madrugada pode ser uma boa opção até mesmo quando se está acompanhada por um desconhecido de olhos de tons quentes. O amor deles não era sobre se moldar para caber nos padrões, não era sobre de tornar a pessoa ideal, e sim ter a sua alma sendo complementada, sobre reparar os defeitos e admirar as qualidades que se sobressaem. Tinha consciência de que o passado de Rhysand poderia ser mais negro do que penas de corvos, mas ainda assim não era errado querer ele em sua vida apesar dos possíveis riscos....ou era? Independente de tudo isso, Rhysand era mais do que seu namorado.
ㅤㅤㅤㅤO olhar de Kyara se tornava uma pluma quando era direcionado a Mallet. Ela sorria e suspirava. Observava os mínimos detalhes de seu rosto, o relevo da cicatriz, as pupilas afinadas por conta da luz, mas que com certeza se expandiriam. Por mais que o aroma presente ali fosse do mais puro mel, o único perfume que preenchia os seus pulmões eram o de Mallet, a fragrância dele era tão importante quanto o oxigênio para as flores e até para si mesma. Sempre que ela o observava suas orelhas tomavam um rubor do mesmo tom de seu cabelo, sua boca desejava um beijo, tanto que seus lábios se tornavam mais avermelhados e adocicados. Ela se tornava tão doce enquanto admirava a magnitude do seu amado, precisava memorizar todos os detalhes para sonhar com ele novamente, tendo o semblante perfeito dele em sua mente. Sonhar com ele correndo entre dentes de leão, se escondendo por entre as macieiras em busca de Kyara. Se fugissem para bem longe talvez pudessem viver o que ela imaginou em sua mente criativa e colorida. Fugir com Rhysand foi o que ela mais quis naquele momento, e foi quando ela percebeu que estava mais apaixonada naquele momento do que há instantes atrás. Ela o amou ainda mais a cada batimento do seu coração, a cada pulsar. E ainda amaria quando o seu coração parasse de bater.
ㅤㅤㅤ──────── Inveja ou medo. Um homem tão encantador é capaz de assustar quase todos ao seu redor, ainda mais pela postura rígida... A única que não o temeria seria uma mulher de cabelos vermelhos, com toda certeza ela derramaria bebida em você ou o chamaria de carrancudo. ───  proferiu contendo um sorriso nos lábios enquanto observava o polegar roçar contra o dorso de sua mão, onde haviam pequenas pintinhas marrons. As estrelas tinham se cansado do céu e resolveram habitar no corpo de Kyara. Um riso nasalado escapou pelo comentário e o apelido que Rhys dera a ela. De fato Kyara havia aprendido a contra atacar falas desconfortáveis e invasivas, até mesmo olhares e expressões. Poderia não ter muita força, mas tinha uma língua tão afiada quanto os espinhos da rosas de Outono. Ela ergueu o olhar para Rhysand quando o mesmo abordou sobre seus pais, e viu como a expressão dele se tornou mais suave ao falar de sua mãe. Deduziu que fora dela, Anahi, de quem ele herdou os mais belos olhos, as íris mais florais, mesmo que remetessem a uma estação sem flores. ─── É engraçado... Não a combinação de seus pais, mas nós. Ela era de Terra, assim como eu, e você de Ignis, como seu pai. ─── a comparação fazia sentido na cabeça da ruiva, talvez fosse apenas uma ironia do universo ou qualquer coisa do tipo, contudo Kya acreditava em certas coisas relacionadas a destino, começou a acreditar na noite na qual conheceu Rhysand.
ㅤㅤㅤ──────── Sei que não sou um ser mágico, quer dizer, somos seres mágicos, mas o ponto é: sei que não sou nada capaz de tornar pessoas amarguradas em pessoas mais doces, mesmo assim eu gostaria de conhecer seu pai, não pode manter certas pessoas longe de mim, principalmente quando são importantes para você, não acha? Eu desejo conhecer seu pai, Rhysand, e ter a oportunidade de levar flores a eles, sei que não é a minha obrigação, porém eu gostaria de tentar. ─── sua voz melodiosa se soou mais séria do que desejado, o que a fez passar a língua entre os lábios após bebericar do seu suco de maracujá. Kyara tinha um péssimo hábito de querer mudar as pessoas, um hábito terrível pois muitas das vezes estas mudanças não ocorrem, e ela acabava se decepcionando no final de tudo. Ser a salvadora da pátria não seria a denominação correta, mas ser aquela capaz de levar flores à um campo de terra infértil. Em certos momentos Alekseeva era ingênua, era como se seus olhos fossem otimistas demais para enxergar a realidade sufocante a destruidora, Kyara possuía um filtro que a tornava incapaz de constatar a desumanidade ao seu redor.
ㅤㅤㅤㅤExistem duas formas de agir. Calcular meticulosamente seus passos, treinar expressões, a entoação perfeita para que a fala seja bem interpretada e esteja de acordo com a situação em que se encontra, o uso das palavras corretas e a postura firme. Analisar o que você fará para que no fim tenha a reação esperada, a reação que você causou. Já agir por impulso é perigoso, é incerto. Não pensar, não calcular suas falas, argumentos e perguntas pode causar uma situação que você não esperava porque você não idealizou reações, e foi o que Kyara fez ao perguntar se Mallet usaria os bichinhos como forma de punição para com os filhos. A reação inesperada dele e a expressão que fora tomada no rosto a fez se culpar mentalmente. Deveria ter pensando antes de falar e não simplesmente abrir a boca e dizer uma pergunta dolorosa e inútil, ela sabia a resposta, sabia que Rhys não repetiria os atos de reis maldosos, nada a faria pensar que ele cometeria tal atrocidade, mas ainda assim caiu no erro de perguntar. Engoliu em seco, pressionando seus lábios um contra os outros, e apenas ouviu as palavras seguintes de Outono imaginando os pecados que ele cometeu, as coisas que ele não se orgulhava de ter feito. Se você tiver matado alguém espero que tenha sido por bons motivos, caso o contrário, não posso deixar de questionar o que passava na sua cabeça quando fez. ponderou tendo certeza de que não explanaria o seu pensar, as vezes ela conseguia controlar as palavras que se enrolavam em sua garganta, e conforme Mallet disse, com o tempo ele a mostraria. Mesmo assim era impossível não temer o que o seu amado fez. O contraste que obviamente existia quando ele estava acompanhado por Kyara e quando estava só, ela temia esse contraste e o que acontecia nesses momentos onde ele tomava a postura rígida diante de seus inimigos, mas seria por uma questão de sobrevivência e honra... As coisas que ele fez foram por impulso ou meticulosamente calculadas?
ㅤㅤㅤㅤUma agonia tomou o seu corpo, uma sensação desagradável a atingiu quando ela viu o brilho se dissipar nos olhos de Rhysand, ela viu seu olhar se tornar opaco. Era como ele estivesse se tornando frio, perdendo a sua cor, e isso não atingia apenas ele, como também a atingia. Lembrou da primeira vez que seus olhares se encontraram, uma rajada de luz atravessou suas íris e o jeito brevemente desconcertado, o encontro por um total acaso que os levou até aquele restaurante. Os olhos dele, de início gélidos e opacos, o tom era sem vida e o semblante neutro, e aos poucos ela o viu se tornar uma aurora, brilhante e vívido, tão impecável e encantador. Ela adorava levar brilho ao seu amado, adorava quando o rosto dele se tornava suave e em como ele suspirava quando suas mãos estavam entrelaçadas ou quando admirava as constelações do rosto da ruiva. Quando as íris dele reluziam ela sentia como se o seu corpo ganhasse da gravidade por conta da leveza que atraia apenas com a estação do olhar dele. É tão inexplicável o que você faz comigo que chega a ser engraçado. Quando você perde o brilho dos olhos ao pensar em seus temores, mas logo o cintilar volta ao ouvir a minha voz ou ao encontrar o meu sorriso. Me sinto como um farol para você, como a trilha que todos buscam para a cachoeira encantada. Eu não gosto da sensação que surge em mim quando você fica desta maneira, esse jeito assustado e pensativo, quando você sente o gosto metálico de seus pensamentos. Isso dói em mim. Mas quando você se torna incandescente é como uma morfina, anula a minha dor e dissipa qualquer sensação ruim. Me viciei em você e em tudo que engloba Rhysand Mallet e os efeitos que surtem em mim quando você me olha dessa maneira, quando você brilha e me toca, apenas você tem a capacidade de fazer isso comigo.
ㅤㅤㅤ──────── Não gosto de ouvir você dizer como seu coração era antes da minha chegada porque me dói pensar que você era imutável. Dói em mim saber que o seu coração estava sendo corroído e que provavelmente doía em você, por isso sinto a necessidade de tomar as suas dores. E se eu não tivesse aparecido? Ou ousasse não querer conversar com você naquela noite? Imaginar que você estava fragmentado e perdido...─── seus lábios estavam prestes a tremer quando ele tocou a sua bochecha e a admirou com um ar de ternura. Todo o seu rosto se tornou quente quando ele a chamou de Primavera. Os lábios, antes levemente trêmulos, se curvaram em um sutil sorriso. A primavera nunca deixaria de levar cor ao outono, nunca deixaria de perfumar as suas manhãs e adocicar a boca dele com seu gosto de maçã. ─── Eu gosto de ouvir você me chamando de Primavera, Outono. ─── murmurou piscando erroneamente, em contraste com suas falas anteriores que se iniciavam com "Não gosto". Eles possuíam seus momentos únicos, seus apelidos e falas suas significativas, as maneiras diferentes de se expressar e expor seus sentimentos e pensamentos. Muitas coisas só eram especiais com eles.
ㅤㅤㅤㅤNa grande maioria das vezes o riso de Ale fluía com facilidade e por motivos bobos, gargalhava com os próprios pensamentos ou em algum momento indevido, ao contrário de Rhysand que sempre mantinha os lábios alinhados, a expressão séria e o olhar atento, mas ao mesmo tempo desdém, o tom de voz grosseiro e áspero. Quando ela teve a oportunidade de ver o sorriso dele, mesmo que pequeno, sentiu como se seu coração se perdesse em meio a leveza da expressão que surgiu no rosto dele. Quando os lábios dele se curvavam em um sorriso, quando a risada dele ecoava e domava a sua audição e quando o seu semblante adquiria suavidade, ela sentia vontade de mandar o universo parar, queria que todos congelassem, que o relógio parasse de contar as horas apenas para que ela pudesse observar ele, pudesse olhá-lo em toda a sua magnitude e beleza. Algo acontecia em Kyara todas as vezes em que ele se mostrava mais descontraído e sorridente, algo florescia dentro dela, não eram peônias, nem rosas, e sim algo desconhecido que evoluía cada vez mais. E como sempre, Rhysand causava a ela reações, sensações enigmáticas e desconhecidas pelos homens. Continue sorrindo para mim, Outono. Alekseeva queria fazer Mallet rir independente do momento, sendo tentando fazer cócegas nas partes mais sensíveis à cócegas até em beijinhos estalados por todo ou seu rosto, ou até mesmo pela piada mais sem graça sobre mulheres que se vestem como carros alegóricos e caras que a devoram, sem nenhum pudor, com o olhar. E como o esperado, a ruiva riu diante da ideia do rapaz sobre como ele a pediria, de uma forma romântica extremamente duvidosa.
ㅤㅤ──────── Depois eu jogaria o balde em sua cabeça como resposta...─── a expressão tomada em seu rosto era de pura ironia já que seria mais provável ela jogá-lo no lago onde o destino se estabeleceu. Por fim, terminou de tomar seu suco em um gole longo e em seguida ouviu atentamente as palavras de Rhysand, as respostas para as perguntas perspicazes da mulher arruivada. Apoiou seus cotovelos na mesa, arrumando a postura e sustentou seu queixo entre as duas mãos cujo os dedos estavam entrelaçados. Estava em uma linha tênue de olhar para os olhos amendoados do homem a sua frente e admirar o movimento de seus lábios e rememorar o quão macios e quentes eles eram, deduziu qual sabor eles teriam naquele momento. O forte e embriagante sabor de uísque, o doce da mais pura maçã ou cítrico como o abacaxi do suco, ou talvez uma harmoniosa combinação. A medida que as palavras escapavam por entre os lábios de Rhysand as pupilas da garota dilatavam, a boca se repuxava em um pequeno sorriso ladino.
ㅤㅤㅤㅤO amor é capaz de acalmar o mar mais tempestuoso, pode ser a cura para as feridas e a luz para a aura. Já o amor de Kyara agitava o mar de Rhys, o que era irônico já que contrariava o famoso ditado "O amor acalma a alma". Um turbilhão de sensações misteriosas e genuínas, o amor em sua forma mais pura e real, a forma mais verdadeira, Kyara era a personificação do amor, e não de qualquer amor, mas do amor deles. Tão incandescente quanto as madeixas flamejantes. Tão únicos quanto as constelações espelhadas pela derme dela. Tão luminoso e iridescente quanto as íris esmeraldinas dela. O sinal de embriaguez sendo nítido nas pupilas dilatadas. A embriaguez que se obtém através de cada beijo que eles compartilhavam. O êxtase. O sabor tão inebriante, as línguas ávidas e os lábios macios que se acomodavam. Este amor entre eles desarmonizava todas as músicas apenas para que a deles fosse a única perfeitamente melodiosa e harmônica. Um total descontrole. Não possuir limites, quando se refere à sentimentos, é a sensação mais libertadora que qualquer ser pode sentir. O amor avassalador, que não fere a alma, e acalenta as sombras e as convida para nadar. Esta paixão agitada, tão descompassada quanto um coração apaixonado. Tudo o que havia entre Primavera e Outono era tão intenso que chegava a ser palpável. Eles contrariavam quem dizia que o amor é abstrato. Kyara era a personificação do amor, em sua mais pura forma floral e tão radiante quanto. E Rhysand era o apaixonado, o rendido, o único com o direito que espalhar as mãos por toda a existência corpórea de Alekseeva, o único que deveria tocá-la com o devido afeto e ternura. Rhys era digno de sentir o amor verdadeiro e primaveril.
ㅤㅤㅤ──────── Você é hipócrita, Mallet. E nisso você deve concordar comigo. ─── as palavras fluíram inesperadamente e não se enroscaram no ar. O romantismo tinha definições diferentes para eles, afinal, cada um tem a sua forma romântica de expressar amor, e ouvir Rhysand dizer que ele não era romântico como sua amada era quase como fazer uma promessa com os dedos cruzados atrás das costas, uma mentira. Teria que contraria-lo diante das palavras dele afirmando de pés juntos que não era um romântico incurável, tal comentário fez com que a ruiva quisesse gargalhar, o que quase aconteceu antes de pegar o copo de suco e rapaz e provar do sabor da mistura cítrica de abacaxi com hortelã, ali ela teve total certeza que se beijasse Outono naquele exato momento, o sabor da fruta se tornaria mais intenso na boca dele.
ㅤㅤㅤㅤRespirou profundamente quando sentiu a mão dele tocar a sua pele, que se arrepiou de imediato. Uma onda de faíscas percorreu por todo o corpo da ruiva quando a mesma mão percorreu do joelho até a coxa. As palavras em conjunto com o ato de Mallet era divino e convidativo, a trilha que os dedos percorriam causavam um misto de cócegas e arrepios degustativos, e por fim o aperto na lateral da coxa, que a fez suspirar. Ela queria o beijar. Queria segurar o rosto dele entre as mãos e degustar da sensação inigualável que a atingia enquanto seus lábios se encaixavam. Kya levou a mão ao cabelo, o colocando apenas para um lado, expondo o pescoço e principalmente a orelha repleta de adornos prateados, e havia um ponto específico abaixo da orelha, que ela gostaria que Rhysand pressionasse os lábios amaciados em outra hora, ou ali mesmo pois desejava avidamente a boca daquele rapaz. ─── A sua mulher desta vida, das passadas e das seguintes. ─── disse erguendo o olhar dos lábios até os olhos amendoados e hipnotizantes. ─── Não sei ao certo quando percebi que eu estava cedendo aos seus encantos e a voz firme. Talvez quando você tentou me "cortejar", dizendo que o meu corpo cansaria de tanto flertar, ou quando você disse que bateria no peito dizendo que sou sua. Ou talvez eu estivesse cedendo aos seus encantos desde o primeiro momento até agora porque é você quem me hipnotiza a cada olhar. É você quem deixa o meu jardim mais florido e me leva além do limite, se é que temos algum.
ㅤㅤㅤㅤSeu olhar se direcionou para os movimentos que a mão do rapaz fez ao ajeitar os próprios cabelos castanhos, e como ela gostava de tentar arrumar os fios rebeldes, enrolar algumas mechas com o indicador. Até que os olhos caíram para o pescoço exposto. Kya sentiu o seu corpo ferver por inteiro. Ela queria desesperadamente beijar cada centímetro da derme dele, queria pressionar seus lábios contra a curva do pescoço dele, roçar os dentes, inalar o perfume favorito dela enquanto roça a ponta do nariz. Ela queria intensamente esconder seu rosto na fenda do pescoço de Rhys e sentir a pele dele se arrepiar. Alekseeva desejava traçar as poucas pintinhas do rosto dele, passear suas mãos por todo o corpo dele, saborear o gosto salgado da pele. Memorizar, com perfeição, Rhysand por completo. Na próxima vez, faria com que ele deixasse a ruiva o tocar enquanto os corpos deles se tornassem um só, caso o contrário, seria uma tortura. Inesperadamente, a ruiva cruzou as pernas quando o seu olhar foi de encontro ao dele. E novamente choques percorrem por seu corpo. Naquele momento eles desejavam um ao outro. A vontade era explícita, descarada. Os  lábios avermelhados de Kyara foram umedecidos com a ponta da língua antes de voltar a falar.
ㅤㅤㅤ──────── A história ter se tornado realidade é engraçado porque você mesmo dizia que não achava que isso poderia acontecer em nossa realidade...─── roçou seu polegar contra o dorso da mão dele, antes de entrelaçar seus dedos. ─── Eu odeio restaurantes. ─── proferiu com a lateral dos lábios se erguendo em um leve sorriso ladino e sugestivo. ─── Querer você intensamente me faz odiar restaurantes.
ㅤㅤㅤㅤEm raras situações Kya ficava desconcertada, poucas pessoas, ou quase nenhuma, tinham a capacidade de fazer com que ela ficasse embaraçada. Apenas Mallet tinha esse dom, e justamente. Desde o mínimo sorriso até a mais íntima das declarações. Sempre que ele deixava a mostra todo o afeto que ele nutria por ela, sempre que deixava exposto a sua paixão por ela, Kyara piscava erroneamente e sorria. Quando se conheceram, era quase impossível imaginar frases tão doces sendo ditas por Outono, ou talvez ela até imaginasse, mas a sua dedução não se comparava com o real momento no qual ocorria. A paixão era determinada a cada frase, a cada suspiro. ─── Sabe quando o capitão do time de futebol americano olha para a garota que é completamente apaixonada por ele, e então vem a câmera lenta e eles se encaram por poucos segundos, mas tempo o suficiente para ela sentir borboletas no estômago... É algo similar a isso, porém mais intenso. Muito mais.
ㅤㅤㅤㅤExistem muitas formas de ser considerada uma pessoa poderosa, influentes. Títulos, bens, riqueza, a forte energia e magia que emana da palma de suas mãos. Já Alekseeva e Mallet não precisavam de tudo aquilo para aparentarem serem donos de um poder e essência voraz. Era natural, fazia parte deles, talvez a beleza incomparável colaborasse, talvez o ar que os cercasse fosse diferente daquele que preenchia os pulmões dos demais. Talvez fosse a perfeita combinação de todos os fatores. A atmosfera que circulava ao redor de Kyara era leve e gentil, beijava cada parte de sua pele exposta e penteava delicadamente as madeixas acobertadas. Os lábios que se alinhavam em um doce sorriso traziam à moçoila um aspecto afável e ameno. Absolutamente tudo se tornava brando e pacífico ao adentrar na bolha floral de Kya. Já o ar que torneava Rhysand era denso, tão frio que chegava a gelar a ponta do nariz, mas então a temperatura aumentava e trazia a sensação de se estar respirando em meio a labaredas. O oxigênio adentrava ardentemente pelas narinas e circulava pelo pulmão. Os olhos apáticos analisavam com cautela, ou até mesmo desdém. Pequenas bolas de fogo o contornavam, como uma armadura. A armadura de Mallet. Então, o mesmo rapaz despia-se do fogo e explorava a bolha primaveril de sua amada; aquela que o proporcionava e lhe dava a ilustre oportunidade de sentir a calmaria e leveza de seu subir e descer do peito. Compartilhava com ele as suas flores e não tomava cuidado com os espinhos, as pontas eram arredondadas e não pontiagudas. Individualmente eles eram belos, magníficos. Repletos de poder, superioridade, mesmo que não soubessem ou talvez fingissem não saber. Mas juntos eles eram ainda mais superiores, aclamados pelos olhos curiosos que os fotografavam a cada passado dado enquanto suas mãos se encontravam entrelaçadas. Juntos eles eram a supremacia. Eles eram invejáveis. Belos e apaixonados. Possuindo absolutamente tudo o que um mero mortal um dia já desejou. Beleza inigualável e um sentimento recíproco, o amor, o afeto.
ㅤㅤㅤㅤSe o mundo estivesse desabando abaixo de seus pés. Se o fim fosse declarado, ela não ligaria. Ela ao menos entraria em desespero. Toda a sua atenção e o seu foco estariam voltados para apenas Rhysand, até o mundo deles não teria o fim. Os deuses de sua própria realidade. A mitologia das estações. A fusão das temperaturas e das cores. O contraste que ao se unir vira digno de acalmação e adoração. Se o mundo estivesse em chamas, Kyara seria o combustível e Rhysand seria a labareda. Eles, juntos, provocariam um incêndio. Ardente como as chamas onde Kya fora forjada e intenso como os olhos dourados de Mallet. Se o mundo fosse deles...E era deles, apenas deles.
ㅤㅤㅤㅤBorboletas multicoloridas beijavam a sua pele e pousavam em seu cabelo. Faziam leves cócegas, mas Kyara as manteve ali até o momento em que as suas asas batessem acompanhadas pelo badalar do sino da catedral de pedra, que se encontrava há poucos quilômetros do parque arborizado onde o casal refletia sobre seus próprios sentimentos e emoções. O estridente e bruto som do sino a fez lembrar de sua avó desenhando o seu suposto vestido de noiva. A mesma senhorinha sonhava com o cansamento da neta de madeixas encaracoladas, mas a garota não tinha esses planos de se casar, fazer votos diante de uma multidão e ter que aguentar o revirar dos olhos apáticos durante a cerimônia. Kyara preferia um casamento na beira de um cais do que trocar alianças na frente de um desconhecido. Era um medo. Alekseeva não era tão boa escondendo o que temia, mas certos momentos com determinadas pessoas exigem a revelação do que aflige o âmago. Delicadamente ela se exibia. Na curva o seu sorriso, na volta do seu cacho se encontrava tudo o que ela tinha medo. E ali, se brotava mais um o terror que seria perder Mallet, o peito dela se rasgava ao pensar na possibilidade de não sentir o roçar do polegar no dorso de sua mão, ou admirar os lábios se erguerem em um sorriso. Kyara Alekseeva temia perder o homem que fez flores desconhecidas brotarem na sua pele. Mas o medo é bom, significa que você tem algo valioso para perder. Mesmo que não queira ser pensado a possibilidade de perdê-lo.
ㅤㅤㅤㅤAlguns ignoram, menosprezam, destroem. Uns salvam. São capazes de aliviar. Se tornam a salvação. Aliviam o sofrimento e anula a dor. Mudam seus pensamentos, levam decoro ao coração. Ela havia sido liberta da maldição de nunca ser amada, e isto era libertador. Sentia que a partir daquele momento ela poderia entregar todas as suas flores para o seu salvador. Até determinado momento Primavera acreditou que ela não seria merecedora deste homem que a livraria de seus pensamentos pessimistas. Ela acreditava em muitas coisas até a chegada de Mallet. A vinda desta estação trouxe consigo a mudança do que ela jurava ser verdade. A chegada desta temperatura a trouxe a ela a chance de ser salva, de degustar da mais pura liberdade. Além do amor, veio acompanhada de frieza que se esquenta ao respirar profundamente. Ela se tornou mais leve do que as nuvens, contudo não se iria se desfazer nos braços de seu amado romântico. Eles eram o que cada um precisava, Kya era a personificação mais florida do amor deles. E Rhysand era a mais bela personificação da salvação de Kyara.
ㅤㅤㅤ──────── Você me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo. Você é mais do que a minha salvação, Outono. Você é como o Sol que beija a minha pele, ou as pétalas que que dançam ao meu redor. Rhysand, você é mais do que eu, algum dia, pensei que fosse capaz de sentir.... Porque eu sinto você em todos os cantos do meu corpo, até mesmo quando você não está me tocando. ─── estava sem paradas, sem limites. Todas as palavras que saiam de sua boca eram frutos de um descontrole. Frutos da paixão avassaladora que brotava em seu peito, que florescia junto ao campo de dentes de leão. Seus olhos esverdeados piscaram lentamente quando uma das pequenas flores douradas fora colocada atrás de sua orelha. Sentiu o seu rosto esquentar por inteiro perante aquele ato singelo e significativo. Kyara havia feito o mesmo com Rhys há minutos atrás. Atos que se repetem e não perdem o seu valor e importância.
ㅤㅤㅤㅤEla tinha muito para falar, mais do que o sei fôlego poderia aguentar. A língua se pressionava contra o seu da boca entreaberta, contendo as palavras que poderiam escapar naquele momento em que Rhysand falava abertamente sobre seus sentimentos. Ali, ele parecia um adolescente apaixonado que suspira a cada passo que a a garota que ele ama dá. Ali, ele se assumia forte, porém vulnerável. Se despia e deixava a mostra os seus pensares e seus medos, assim como ela. Ambos estavam nus. Expondo seu amor e para quem quisesse ver. A única que ele desejava que enxergasse a imensidão estava diante de seus olhos, com os cabelos flamejantes caindo em cascata pelas costas e com alguma fios acobreados insistindo em atrapalhar a visão da jovem que apreciava o seu amado em seu estado mais puro.
ㅤㅤㅤㅤEles estavam definitivamente intensamente apaixonados um pelo outro.
ㅤㅤㅤㅤO coração de Kyara havia se encontrado no campo de grama alta. Mas então se perdeu por conta as grandes rosas que brotavam do chão. O coração de Kyara se perdeu na imensidão dos sentimentos recíprocos de Rhysand. Tudo aquilo era mais do que mágico, mais do que palavras poderiam descrever. Seu coração estava forte como o badalar do sino da catedral. O som bruto e forte, acelerado. Pela bondade da deusa, não era um ataque cardíaco. Era a sensação descontrolada. Era a reação de ser apaixonada por alguém que lhe ama na mesma intensidade, era a reação do seu coração e de tudo o que compunha o seu corpo. As borboletas se agitavam em seu estômago, voavam livremente e espontaneamente. A sua peônia rodopiava como uma bailarina. Kyara estava disposta a permitir que ele conhecesse seu papagaio e a sua família de personalidades opostas. Estava disposta a viver com ele, ao lado dele. Desde o nascer do Sol, durante o pôr-do-Sol até o nascer da Lua.
ㅤㅤㅤ──────── Espero que você também queira ter mais bichinhos de estimação. Já temos Hulk e eu gostaria de ter gatos, ou porquinhos da índia. ─── sussurrou em um tom audível o suficiente, ainda assim, brevemente cômico. Foram as únicas palavras que conseguiu assimilar com clareza e dizê-las sem a voz trêmula. Seus lábios sorriram levemente. Naquele momento, ela queria ter seu corpo encaixado ao dele, com as curvas se encaixando, os corpos moldados um para o outro. As mãos puxando o seu corpo contra o dele, e a orelha encostada no peito para ouvir o bater forte do coração de Rhys. O amor fazia com que ela sentisse vontade de chorar. Não porque doía, e sim porque não iria sair jamais daquele abraço que ele envolvia a sua peônia.
ㅤㅤㅤㅤA parte vital de seu ser. Um dos elementos primordiais que fazia Kyara ser aquela mulher tão radiante quanto a aurora que ilumina o seu interior pelas manhãs. A flor, a peônia onde continha toda a essência da arruivada. Não havia mais medo. Não havia por que pestanejar ou ter receio. Ela confiava cegamente em Rhysand, sabia que ele passaria com delicadeza os dedos pelas pétalas coloridas da flor. Ao lado dele, tinha total certeza de que a sua alma não perderia a cor e o brilho incandescente. Ela se encontrava totalmente rendida ao amor deles. O amaria intensamente quando ele acordasse ao seu lado ou quando risse de seus comentários sobre carros alegóricos, rapazes que flertam sem deixar com que a cara trema, e o amaria ainda mais quando ele desabasse em sua frente, quando ele se incendiasse, o fogo incontrolável, a tristeza e a dor. O amor dela se tornaria mais verdadeiro e mais forte a cada momento tristonho e dificultoso. Os momentos em que os espinhos machucam e o fogo queima. E naquele instante, Rhysand acariciava gentilmente as pétalas da peônia, Kyara observa o olhar e o toque sedoso dos dedos do rapaz. Os lábios adocicados sorriam e os olhos admiravam aquele ato, aquela cena. Ela absorveu cada instante, cadasegundo e memorizou as expressões. Ale admirou-o por completo. Rhysand era a obra de arte e Kyara era a apaixonada pela arte dele.
ㅤㅤㅤㅤExpor o que você guardou tanto para si. O que você evitou de demonstrar. Manter escondida a parte vital de seu ser, como se estivesse trancada em um baú e a chave tivesse sido perdida por vontade própria, por pensar que jamais iria relevar e sentir a aura arder debaixo da sua carne. Aquecendo ainda mais o toque, a íris dourada adquirindo o mais belo cintilar e os lábios que se davam a oportunidade de sorrir, se permitiam demonstrar a leveza das sensações que dominam o peito e faz o coração bater mais forte. Rhysand o realizou. Sorriu grandiosamente para a sua amada, entregou a ela a oportunidade de admirar o sorriso mais brilhante e a aurora quente que fora, por muito tempo, aprisionada em um baú. Ela não ficou fascinada apenas pelo luar que surgiu na expressão de Rhysand. Seu olhar estava atento até mesmo pelo rubor que surgia na pele bronzeada do seu amor, os olhos cintilando e menores por conta das maçãs do rosto, o relevo da cicatriz e os fios castanhos que insistiam em cair acima da testa do maior. Ela admirou-o por completo. Junto a ele, entregou o mais doce dos seus sorrisos enquanto seu polegar acariciava o canto da boca de Outono, a boca na qual se curvou no sorriso favorito de Kyara. Te amarei quando sorrir, e ainda mais quando chorar.
ㅤㅤㅤㅤAmbos estavam nus. Nada além da própria pele, dos medos, desejos, sonhos e do mais puro sentimento de amar, pela mais pura sensação de ter alguém que se pode compartilhar dos mesmo amor inabalável. Embriagados um pelo outro. O êxtase. A leveza do toque e o subir e descer do peito, as flores deles brincavam pelo campo de dentes de leão, se escondiam por trás das árvores e assopravam as pequenas e finas pétalas das flores que os cercavam, as mesmas flutuavam ao redor deles. Um misto de felicidade e todas os sentimentos bons que domam um casal apaixonado. Ser livre. Ser amado. A dúvida e desconfiança é deixada de lado, entre eles nunca existiu. A certeza de que eles existiam um para o outro. A imensa comprovação de que eles estavam destinados à se beijarem diante do Luar, ou enquanto o Sol se põe. A bola de fogo alaranjada realçava o vermelho vívido do cabelo de Primavera, tornando o tom acobreado ainda mais belo, tão brilhante quanto o Sol que faz as águas de um lago brilhar de forma cristalina. O dourado dos olhos de Rhysand se assemelhava com as folhas de outono sendo banhadas pelo Sol da manhã, quando os raios atravessam os galhos quase nus das árvores robustas. Os olhos dele relevavam tudo o que ele sentia, através das pupilas dilatadas todos podiam sentir que aquele homem se encontrava exatamente onde ele queria estar e era exatamente o que queria ser para ela.
ㅤㅤㅤㅤO céu rufou acima das suas cabeças, as nuvens se tornavam ligeiramente mais escuras, apesar da chuva que estaria por vir, a brisa quente ainda percorria por seu corpo, ou talvez fosse o calor emanando do corpo de Rhysand. Ele a aquecia até mesmo quando o mundo estava glacial. A ponta de seus dedos insistiam em roçar contra a mandíbula coberta pela barba do maior e o seu olhar permanecia no semblante cheio de ternura de seu único amado romântico. "─── Você é a mulher mais irreal que eu já vi em toda a minha vida, e eu quero você para sempre." Ela o desejava da mesma forma intensa e voraz. Querendo tê-lo para si, o envolver em seu abraço e colar seus lábios. Ter uma casa onde teria dois pares de sapatos perto da porta. Ter a ponta dos dedos percorrendo por sua costa lhe causando arrepios após terem se tornando um só, apenas um corpo e uma única existência. Você é o homem mais incrivelmente hipócrita que eu já vi em toda a minha vida. Rhysand era um homem amável, mesmo jurando de pés juntos não ser um. Ele era apaixonante. Roubava todo o seu fôlego e a fazia imaginar como seria o resto da sua existência ao lado dele. O amor a fazia acreditar que ele nunca a deixaria. E ela estava certa. E se estivesse errada, o senhor do destino não a diria nada. Eles fariam absolutamente tudo para que ficassem juntos até o último respirar pois sabiam que existia um fio vermelho os unindo. "─── Eu lhe dou a minha rosa, e além dela, o meu fogo que protegerá a você e a sua peônia. Eu farei qualquer coisa para ser o seu amor ou o seu sacrifício." Kyara protegeria a rosa de Mallet, cuidaria dela, e como sempre beijaria suas pétalas e acariciaria seus espinhos. Seria o seu bem mais precioso, frágil. A parte vital de Outono era, ironicamente, uma rosa. A aurora do interior do rapaz ardia, era flamejante e incendiava todo o seu ser. Chamas surgiam em seus olhos, belas chamas de tons alaranjados e vermelho tão vibrantes quanto as cores do pôr-do-Sol. O corpo dele emanava o calor mais confortável e acolhedor, que envolveria Kyara para sempre, até o último suspiro. Rhysand era mais do que o seu amor, mais do que o seu amado romântico, mais do que a sua salvação. Rhysand Mallet era mais do que um personagem apaixonante de um conto de fadas.
ㅤㅤㅤㅤGotas geladas tocaram a sua pele, escorriam por sua testa até o colo. Os fios ruivos grudavam em sua testa. Suas poucas lágrimas salgadas se misturavam com a água que caia do céu. Tomar um banho de chuva no momento mais romântico da sua vida só tornava tudo ainda mais irreal, inacreditável. A água escorria entre seus seios, por deu rosto. algumas mechas finas se grudavam na costa exposta da mulher e a chuva levava consigo o sabor do hidrante de maçã que residia nos lábios de Primavera. Ou talvez o sabor ainda estivesse ali, em algum momento Rhysand descobriria.
ㅤㅤㅤ──────── Eu serei o seu combustível quando o seu fogo enfraquecer. ─── sua voz soou com o canto do anjo que guia as almas puras até o paraíso, para o jardim onde as flores era mais cheirosas e as maçãs mais adocicadas, mas não tanto quanto os lábios de Kya. Um calor intenso surgiu entre seus corpos, uma forte luz vermelha e laranja passou a levar iluminação aos seus rostos. Kyara levou seu olhar até a mão de Rhysand e seus olhos brilharam ao se deparar com um globo de fogo envolvendo gentilmente a sua peônia. Protegendo. Acolhendo. Assim como eles faziam um com o outro. De forma inconsciente, ela levou uma das mãos até às chamas avermelhadas e ao sentir o calor arder e queimar contra a sua derme, puxou a sua mão em um ato de reflexo. O dedo anelar fora machucado pelo fogo de vermelho intenso.. Pod instantes, Kyara acreditou que, por ser forjada no fogo, seria imune a queimaduras. Os raros momentos de burrice de Kyara Alekseeva. E se o amor estivesse afetando os seus neurônios? ─── Na fantasia e no sentimental as suas chamas não me queimam. ─── o tom divertido se fazia presente em sua voz. Levou o dedo queimado aos lábios e despiu um breve beijo estalado na ponta avermelhada e levemente dolorida. ─── Ou em nossa outra realidade, espero que o meu corpo seja tão resistente ao fogo quanto o seu. ─── e então, o reflexo de uma rosa surgiu nos olhos amendoados de Rhysand e nos esverdeados de Ale. A rosa vermelha, feita de fogo, resistia a chuva. As gotas transparentes que caiam do céu não a afetavam, as chamas não ousavam a apagar. E se aquela flor fosse uma das milhares personificações do amor deles? E se aquela rosa e aquele globo de fogo fossem a prova de que o amor deles foi um dos mais inesperados e irreais que já se ouviu falar?
ㅤㅤㅤㅤA lenda dos apaixonados. O mito daquele que se amaram até mesmo quando os espinhos das rosas machucaram os dedos da mulher de cabelos acobreados. Tão dramáticos quanto uma história escrita por duas poetisas, que nunca foram reveladas. Musas da arte rda escrita, da literatura. Serviam de exemplo para quem buscava uma escrita lírica e intensa. Kyara e Rhysand pareciam poesia pura, a paixão deles era pura melodia e arte. Eles sentiram o amor penetrar a pele, atravessar a carne e atingir a aura que carrega a essência de sei ser. Melhores do que Romeu e Julieta ou qualquer casal de adolescentes apaixonados. Primavera e Outono eram o amor. Eram a paixão. Os apaixonados que carregavam uma bela história assistida pela Lua e pelo Sol. Juntos contrariavam quem dizia que o fogo era sinônimo de destruição, incapaz de proteger cautelosamente uma flor repleta de delicadeza. A prova de que o amor puro realiza milagres ou coisas que tolos juravam jamais acontecer.
ㅤㅤㅤㅤAmá-lo em apenas uma única vida não era o suficiente, não era certo. Ela sabia disso, tinha a sensação de estar destinada a amá-lo nas vidas seguintes e nas passadas. O fio vermelho sempre foi e será amarrado em seus mindinhos. Kyara e Rhysand estavam conectados, além do físico, além do encaixe de seus corpos. Ele possuía metade da sua alma, como os poetas costumam dizer. Eles dividiam a mesma alma, os mesmos sentimentos. Tudo o que era relacionado ao casal Alekseeva e Mallet era confuso demais, intenso demais, lírico. Longe de qualquer compreensão mortal. Nem os próprios apaixonados conseguia compreender a força do que os ligava, do desejo ardente que sentiam um pelo o outro. Apenas sentiam e sabiam. Kyara sabia que Rhysand seria o seu único amado romântico. Rhysand tinha total conhecimento que a primavera sempre seria a sua estação favorita. Talvez, na primeira vida de ambos, a primeira vez que sentiram o oxigênio, eles tivessem sido o que mais os define. Kyara teria surgido como uma flor e Rhysand como labaredas.
ㅤㅤㅤㅤEra ela, e apenas ela. "─── É você." Era ela por quem ele estava totalmente rendido, era ela quem Mallet respirava, era para ela que ele se permitia sentir tudo o que Ale poderia o proporcionar. Eu te amo soava mais intenso nas duas palavras de Rhysand. Mais íntimo e significativo. Naquele momento, Primavera sentiu que o seu amado expôs o seu amor, assumiu para ela, mesmo que já estivesse mais do que nítido, dizer tais palavras, de importância tão intensa, era glorioso, magnífico. Ambos revelaram seu amor, se declararam de sua própria maneira. "É você." havia se tornando a frase favorita de Kya e ela desejou que apenas ele as pronunciasse. Ela se encontrava em uma linha tênue de chorar e sorrir. O mais belo e encantador surgiu nos seus lábios. Todo o seu corpo florescia, flores brotavam em cada milímetro da sua pele. Rosas, peônias e até mesmo macieiras. A sua peônia rodopiou e rodopiou. Em êxtase, era uma das formas possíveis de descrever parte do que aquela mulher apaixonada sentia. A leveza. Sentia que poderia flutuar como as flores encantadas que seguiam seu rumo para a eternidade na imensidão azul. Por breves instantes, um déjà-vu se fez presente na sua mente.
ㅤㅤㅤㅤRhysand Mallet foi a sua paixão, o seu amor puro, a rendição, o sortilégio, o calor, o ladrão de seus beijos e a sua salvação. Ele foi o homem o qual quebrou a sua maldição e entregou a ela o bem mais precioso que um ser humano pode possuir. A sensação de amar verdadeiramente. E proporcionou-a o melhor de seus beijos. ─── Rosas estão florescendo por todo o meu corpo. ─── foram as últimas palavras que saíram por sua boca antes de se render ao instante que chegava ansiosamente.
ㅤㅤㅤㅤKyara suspirou baixo quando a destra de Rhys fora encaixada na lateral de seu rosto, quando seus lábios estavam próximos e as suas respirações se misturavam. E então, ele pressionou seus lábios contra os dela. As borboletas estavam empolgadas em seu estômago e as gotas da chuva que escorriam por sua costa lhe traziam mais arrepios. A leveza e sutileza daquele beijo era nítida, os lábios macios e quentes, a destra de Kya espalmada no peito do rapaz subia lentamente para o ombro e passeava pela curva do pescoço. O corpo de Kyara ardia de desejo, as rosas domam seus sentidos. Apesar de seus corpos estarem ligados através daquele sutil beijo, Kyara desejava mais. Queria se fundir a ele. Se encaixar, e foi iso o que ela fez. Pressionou o corpo contra o dele. O prendeu em seus braços. Tão próximos que ela poderia sentir o coração de Rhys bater. Assim como os lábios, seus corpos também encontravam-se perfeitamente encaixados, eles definitivamente foram moldados um para o outro. As pétalas de flores, que envolviam o gesso, voaram ao seu redor quando Rhysand pressionou as costas da mulher contra o gesso gélido. Uma onda de faíscas percorria frequentemente por Kyara. Todo o seu corpo, e principalmente a alma, desejava o homem de olhos amendoados. Ela precisava sentir a pele, a maciez e até mesmo o arrepiar. Obter tudo de Rhysand era uma questão de necessidade. Ambos desejavam-se na mesma intensidade. De forma voraz, repletos de reciprocidade. O desejo que arde a pele, queima a língua e faz dentes de leão florescerem acima de cada queimadura. O som da chuva era como a trilha sonora para aquele momento lírico irreal. A melodia perfeita as folhas de chacoalhando ao vento, como se cantassem para eles e a chuva que em direção as flores e iam de encontro ao chão. O lirismo estava presente. O romance daqueles instantes chegava a ser tão doce quanto os lábios de Kyara e quente como o corpo de Rhysand. O casal estava na mesma sintonia, desgastando um do outro, tocando, suspirando. Mallet afastou seus lábios apenas para despir uma trilha de beijos do queixo ao pescoço. A pele molhada e quente de Primavera em contato com a boca de Rhysand. Os olhos da garota brilhavam mais do que as estrelas mais vivas. O verde mais vívido do que milhões de esmeraldas. As pupilas negras, dilatadas. Seu peito subia e descia enquanto seu coração batia ansiosamente. A cada respiração, a cada bombear de sangue, ela se tornava mais apaixonada por Rhys do que há milésimos atrás. Quando seu olhar foi de encontro ao de Rhysand a ruiva sentiu que poderia ainda não poderia morrer. Precisava explorar a imensidão daquela íris dourada e decorar cada canto de sua face, corpo e aura. Para isso, ela teria que se tornar imortal, e Kyara estava disposta a isso, apenas se Rhys quisesse viver eternamente ao seu lado, nesta vida ou na próxima.
ㅤㅤㅤㅤAlekseeva não conseguia conter o sorriso enquanto o beijava. A sensação era avassaladora e fazia a sua peônia saltitar de paixão e alegria. Imaginou como Outono estava se sentindo naquele momento. Rhysand não poderia dizer que estava perdidamente apaixonado por ela, que a amava perdidamente pois ele se encontrou em seu campo de dentes de leão. Era como se tivesse navegado perdido por muito tempo, sem nenhum destino, sem como se encontrar e então, quando ele a amou o jovem finalmente se encontrou no mar de água calma e cristalina. Por muito tempo, Rhysand foi um andarilho. Agora, ele estava exatamente onde queria estar. Tão perto do paraíso, em um lugar melhor do que o jardim do Éden. Quando seus lábios suas bocas encaixaram-se novamente e suas línguas ávidas e quentes se tocaram foi como se acontecesse uma explosão foral em Kyara. Tão intensa quanto o Big Bang. Suas flores eram renovadas a cada milésimo, sendo beijadas pela chuva e acariciada pela boca de Rhysand. O sabor sutil de maçã, o calor, a chuva, o desejo abundante, a luxúria. E depois de tanto almejar, Kyara Alekseeva finalmente pode degustar de um beijo lírico. O beijo que Rhysand Mallet, manipulador do fogo, a concedeu. A sensação desse beijo foi melhor do que ela um dia cogitou como poderia ser. O frenesi. A exaltação dos sentimentos mais florais. Ela o beijou com ardor e em um entusiasmos delirante, ou seja, o frenesi. O amor fora exposto, declarado, como votos de casamento e ela a cada instante ela sentia mais vontade de obter mais e mais beijos líricos que viessem de Rhysand, e apenas dele. O amor, doce Kyara. O beijo encantado. A quebra da tua maldição. Tudo isso fora decretado em teu beijo lírico.
ㅤㅤㅤㅤAinda era possível sentir o coração de Rhys bater de forma acelerada e incansável. Ele estava feliz, radiante, com a mulher mais irreal presa em seu abraço, sentindo tudo o que ele conseguia demonstrar, mas ali parecia tão pouco, pois o interior do rapaz borbulhava de tanta paixão. Kyara sorriu quando novamente o capaz declarou que a amava, usando as suas próprias palavras secretas. ─── Você é o meu amor lírico, Rhysand. ─── sussurrou, segurando o belo rosto do rapaz. Suas mãos eram como uma moldura para a bela obra de arte de Outono. E então, selou seus lábios nos dele, em um beijo doce e sutil e ao descolar seus lábios, deixou um beijinho estalado na ponta do nariz do rapaz. Kyara sentia necessidade de beijar cada centímetro de Rhysand, beijar o sorriso que por muito tempo ele escondeu.
ㅤㅤㅤㅤEntão, ela admirou o rosto do rapaz. As gotas escorrendo pela testa, desenhando linhas invisíveis pela bochechas e passando por cima dos lábios. Como costumeiro, ela o admirou por completo e absorveu a mesma sensação que ele, a liberdade, a de ser banhado pela chuva, a de degustar de um dos melhores momentos da sua existência. Enlaçando a sua mão na dele, Kyara novamente teve a oportunidade de ser acolhida pelo seu calor favorito. Aquela dança não necessitava de uma orquestra com violinos e pianos, ou de uma voz suave acompanhando seus passos, o barulho da chuva caindo ao chão já era o suficiente para complementar aquela dança que seus corpos e corações bailavam. Fora impossível conter o riso quando o rapaz a ergueu pela cintura, Kyara jurou que Rhysand poderia fazê-la voar. Enquanto a descia, seus lábios foram de encontro por mais uma vez. Em um beijo afetuoso e longo o suficiente para seus pés desistirem de tocar o chão. Ali, beijando Rhysand, presa em seus braços, ela sentiu que a sua alma fora dividida em duas partes e uma pertencia à ele ou talvez eles dividissem a mesma alma, a mesma aurora incandescente, o mesmo amor.
ㅤㅤㅤㅤLogo após trocarem passos, beijos e toques, o rapaz a colocou nas costas e a segurou pelas coxas e correu abaixo das inúmeras gotas que caiam das nuvens escuras. A risada de ambos ecoava pela trilha, como o mais belo canto que o céu já escutou desde a primeira nuvem. Era notável o quanto eles se amavam, o quanto eles eram felizes e românticos sem ao menos perceber. As histórias clichês românticas tinham inveja deles, afinal, quem não desejaria ser a amado da mesma forma que eles se amavam? Imagine como os leitores desta história sentiram-se ao ler cada frase, cada parágrafo, cada declaração romântico. Viver o romance de Rhysand Mallet e Kyara Alekseeva. Sentir a essência de todos os momentos, as lágrimas queimando na pele, o amor explodindo o peito. Era impossível não ficar totalmente rendido ao amor deles. Era impossível não desejar ser amado como eles. Ao colocar a ruiva no chão, o rapaz segurou seu rosto e despiu um beijo em sua testa, o que fez as maçãs de sua face adquirirem um rubor e seus lábios se insinuarem em um sorriso. Dentro do carro, Kyara retirou os sapatos e vestiu o blazer que Rhysand trajava quando foi de encontro a ele há horas atrás. Era possível sentir o calor que emanava do corpo de Mallet, caso ele não estivesse dirigindo, Kya o abraçaria até os braços ficarem dormentes.
ㅤㅤㅤ──────── O beijo de contos de fadas. O beijo lírico que eu disse a você na noite em que nos conhecemos.... Eu finalmente pude sentir e descrever a você, mas acho que eu seria tola demais descrevendo algo tão intenso. ─── o olhar estava totalmente atento ao rapaz que apertava as mãos no volante, atento à estrada e que vez ou outra direcionava seu olhar até a sua amada. ─── E você ainda diz não ser romântico. ─── disse em certo tom irônico. Alguns fios úmidos caiam acima de seus olhos verdes, assim como os castanhos caiam acima da testa de Rhysand. Inconscientemente, levou sua destra as mechas finas de Mallet, as afastando de seus olhos. As seguinte frase de Rhysand a fez abaixar a mão, imaginando o que ele teria feito para não ser uma boa pessoa. ─── Se isto de reconforta, não existem pessoas boas e más. Não tem como classifica-las baseadas em suas atitudes, caso o contrário, todos nós seríamos péssimas pessoas. Quando se quer sobreviver, não há como ser uma pessoa repleta de compaixão e gentileza. E ter matado uma alguém não significa que você não é uma boa pessoa. ─── logo, respirou profundamente quando o rapaz fez um retângulo envolto de chamas que em seguida imagens em sequência começaram a passar diante de seus olhos.

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⏰ Última atualização: Nov 06, 2021 ⏰

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