Vamos nos permitir

Hóspede não muito bem-vinda

Pov. Max

Aquele desgraçado iria acabar estragando tudo. O tal de Alfonso vomitava sem parar na lixeira, enquanto nos olhava com uma cara nada boa.

- Isso é repugnante, asqueroso e que nojo que eu estou sentindo. Em toda a minha vida eu jamais pensaria que iria presenciar uma cena dessas – Até agora eu não conseguia entender como ele deve a capacidade de vomitar e tagarelar sem parar ao mesmo tempo.

Phoebe estava sem reação, provavelmente já pensando no pior, imaginando Alfonso indo correndo até nossos pais para contar tudo e no fundo, eu sabia que era exatamente isso que iria acontecer. Eu precisava fazer alguma coisa, tentar mudar o rumo dessa história antes que uma tragédia anunciada acontecesse.

- Cara, quem está com vontade de vomitar agora sou eu – Falei fazendo uma cena de colocar minha mão na boca para segurar o vômito – Você acha mesmo que eu teria coragem de me envolver com minha própria irmã de sangue?

- Mas não é o que está acontecendo aqui? – Ele me olhava desconfiado e Phoebe sem entender.

- Lógico que não, isso seria nojento. Confesso que estou completamente apaixonado pela Phoebe – Peguei a mão de minha irmã mesmo ela relutando em não ceder – Nós não somos irmãos de verdade, apenas de consideração – Ele ainda me olhava desconfiado – Deixa eu te explicar: meu pai se casou com a mãe dela quando nós dois ainda éramos bem pequenos. Será que você não percebeu que não somos nada parecidos fisicamente? Eu sou a cara do meu pai, e Phoebe é a versão jovem da mãe dela – Por sorte isso era verdade, nós não nos parecíamos em nada um com o outro, eu era um mini Hank e Pheebs uma mini Barb – Os nossos irmãos menores sim, são filhos do mesmo pai e da mesma mãe, nós não.

- Quando Max foi pedir a lancha emprestada para o seu pai, ele ficou com medo do seu Jorge entender tudo errado caso ele contasse a verdade, por isso mentiu que éramos primos – Minha garota falou de repente. Como eu adorava o seu raciocínio rápido.

- Então quer dizer que vocês não são irmãos de verdade? – Alfonso coçava a cabeça tentando assimilar tudo.

- Não, de jeito nenhum. O problema é que para nossos pais nós termos o mesmo sangue ou não, não faz diferença alguma. Para eles nós somos irmãos e provavelmente nada vai fazê-los mudar de opinião, nem mesmo o nosso amor – A minha gata continuava arrasando no diálogo – Será que agora você entende o por que temos que manter tudo em segredo?

Nós dois olhávamos apreensivos para Alfonso, morrendo de medo de qual seria o seu julgamento e futura condenação. Enquanto os nossos pensamentos estavam a mil, o imbecil começou a rir sem parar.

- Gente, eu estou muito bêbado, é sério e provavelmente eu não vou me lembrar de nada que aconteceu aqui amanhã cedo – Quanto mais ele falava, mais ele ria – Na verdade eu não estou nem aí para vocês, eu só quis fazer uma ceninha para ver a cara de assustados dos dois, e acredite, elas foram hilárias. Ah, e eu só vomitei porque misturei muita bebida – Ele cambaleava agora.

Eu queria mata-lo agora, principalmente por ter feito Phoebe ficar totalmente apreensiva, mas eu precisava continuar com minha encenação que aparentemente estava dando certo.

- Mas você entendeu o que te dissemos, não entendeu? – Perguntei, analisando se deveria ajudá-lo a ficar de pé ou simplesmente o deixava cair. Optei pela segunda opção, e o trouxa caiu de bunda no chão, porém não se importou nem um pouco com isso.

- Tanto faz, se querem se comer, o problema é de vocês, a única coisa que eu queria nessa noite era completar a minha cota e precisava da Phoebe para isso – Ele tentava apontar para minha irmã, mas sua visão estava tão turva que seu dedo se direcionava para a parede.