POW - Maite Perroni

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– Maite eu não sei mais o que fazer! Alejandro me odeia e é definitivo.
– Ele não te odeia – eu ri do desespero de Anahí que descia os degraus até os jardins batendo as botas com força no chão – Ele só não quer nada com você.
– Nossa Maite – Anahí resmungou – Que tipo de amiga você é? Era pra você dizer que eu vou conseguir conquistá-lo.
– Eu sou do tipo sincera – apertei os olhos ao sentir o sol forte me atingindo – E acho que você é capaz de conquistá-lo mas não desse jeito.
– Como você conquistou o Christopher? – os olhos azuis de Anahí me fitavam com interesse – Me diz amiga! Vou fazer o mesmo com o Alejandro.
Eu franzi o cenho e pensei um pouco.
– Eu não fiz nada, você sabe. Eu só estava... Aqui.
Vi que Anahí piscou algumas vezes antes de sorrir.
– Queria ter nascido com essa sua sorte. Ou devo chamar de charme?
Senti meu rosto esquentar e virei o rosto para os jardins em tempo de ver Christopher caminhando em nossa direção. A voz de Anahí, que voltara a falar, parecia vir de longe e eu simplesmente não conseguia prestar atenção em outra coisa que não fosse ele.
– Maite você está me escutando? – Anahí perguntou irritada cutucando meu braço.
Eu ia responder, mas Christopher foi mais rápido e chegou antes que eu pudesse falar qualquer coisa. Me puxou pela cintura e me beijou devagar fazendo com que eu perdesse todo o ar de meus pulmões.

– Ótimo – ouvi Anahí resmungar – Te vejo depois. Quando você não estiver sendo engolida.
Parecia que Christopher não me soltaria tão cedo. Ouvi Anahí se afastar enquanto ele contornava meus lábios e subia as mãos pelas minhas costas.
– Christopher – eu consegui sussurrar quando ele afastou a boca da minha, procurando o ar – Está todo mundo olhando.
Ele levantou a cabeça e olhou para os lados constatando que o que eu disse era verdade. A maioria das pessoas, mais especificamente meninas, nos olhavam perplexas.
– Sinto muito – ele riu passando um dedo na minha bochecha que provavelmente estava vermelho escarlate – Eu só estava com saudade.
O olhei por alguns segundos diretamente em seus olhos.
– Eu também estava – disse sincera e ele sorriu – Então vamos matá-la direito.
Me aproximei e encostei nossos lábios devagar me deliciando com as sensações que aquele contato me causava.

A verdade era que eu nunca me sentira daquele jeito com ninguém. Não que minha lista de namorados fosse longa, mas Christopher despertara algo que eu nunca imaginei que sentiria. Eu estava feliz e certa da decisão que eu havia tomado. Ele era a pessoa certa e eu não me arrependia de nada.
– Maite? – ouvi uma voz pouco conhecida me chamar assim que eu entrei na grande sala da casa de Christopher – Que bom que nos encontramos.
Eu olhei para ela e reconheci seus cabelos loiros e seus olhos azuis.
– Belinda! Eu estava mesmo me perguntando quando conversaria com você.
– Bom – ela guardou o gloss que passava nos lábios minutos antes e andou até mim pegando em minhas mãos – Acho que esse é o momento. Eu só queria te dizer o quanto estou feliz por você e Christopher.
Eu sorri ao ouvir as palavras dela. Tinha medo de não agradar a família de Christopher que, segundo ele, eram exigentes demais. Porém Belinda parecia uma garota muito simpática.
– Obrigada, Belinda, é muito importante pra mim, ouvir isso
O sorriso no rosto fino de Belinda aumentou e ela me puxou amigavelmente para o sofá.

– Eu que agradeço por você estar fazendo o meu irmão feliz! Ele finalmente parece estar superando oque aconteceu com Danna.
Eu pisquei confusa e meu sorriso tremeu.
– Com Danna? – eu repeti trabalhando mentalmente pra lembrar se Christopher havia tocado nesse nome alguma vez comigo.
– Sim – Belinda respirou fundo e seus olhos se avermelharam rapidamente – Uma coisa horrível não é? Achei que ele nunca superaria! Ele se culpa tanto pela morte dela – ela olhou pra mim e sua voz saiu mais baixa – Na verdade, todos o culpam. Mas ainda bem que pessoas como você entendem que ele só fez a ligação na hora errada.
Ela sorriu pra mim secando uma lágrima que rolou por seu rosto. Eu a encarei por alguns segundos tentando assimilar as informações que havia recebido. Danna? Morte? O que tudo aquilo teria a ver com Christopher? E por se era tão grave por que ele não tinha me contado? Tentei sorrir pra ela antes de voltar a falar.
– Coisas horríveis acontecem – soltei implorando pra que aquela resposta fosse suficiente.
– Sim, infelizmente – Belinda apertou minha mão delicadamente – Agora vá falar com ele. Está te esperando no jardim dos fundos.

Cruel Intentions (Romancier)Onde histórias criam vida. Descubra agora