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— O seu final de semana foi tão legal assim?

Eu fiz um breve resumo sobre todo o meu final de semana para a Akemi, e ela não se importou quando contei também que Mit me deixou sozinha enquanto ficava com outra garota. A “amizade” deles é a mais liberal que já vi. Por mais que eles fiquem sempre, tem uma espécie de acordo que eles podem ficar com quem quiserem.

Nunca vou entender isso.

Contei também sobre o Mikey, que ela julgou ser legal e parecer ser um gostoso, eu apenas sorrio com o comentário dela, mudando rapidamente de assunto para perguntar sobre o final de semana da mesma.

— Estou com inveja de você, o meu final de semana foi um saco. Você acredita que o meu pai me obrigou a ordenhar uma vaca no sítio dos amigos dele? Passei tanta vergonha que não quero voltar lá mais nunca. Tinha até um menino gatinho, mas eu quero sumir da vida deles depois desse final de semana.

Dou risada sobre o seu final de semana, batendo com a ponta da caneta em um papel em branco sobre o balcão em que estou encostada. A lanchonete não está movimentada nesta manhã de segunda-feira, o que permite que os funcionários possam descansar entre o atendimento de um cliente ou outro.

Akemi geme de insatisfação quando ouve o sino da porta e ela olha para lá.

— Um cliente, droga! Vou atender, acho melhor você se virar do que ficar de costas para aquele ser maravilhoso que acabou de entrar. — eu reviro os olhos e pego o meu celular na bolsa, verificando que o Yoshida não esteja me vendo.

— Não vai dar em cima dos clientes. — a aviso antes de desbloquear o meu celular. Ela me dá língua e se afasta.

Eu abro as minhas redes sociais ao ver que não tenho nenhuma mensagem, vagando pelo meu Instagram para ver todas as celebridades que acompanho, não muito interessada.

— Péssima escolha, o cara quer ser atendido por você. — Akemi aparece novamente, passando pelo balcão para ficar na minha frente.

— Mas por quê? — ela dá de ombros e eu me viro para ver o cliente, abrindo a boca rápido e a fechando novamente. — Akemi, eu não posso ir. É o Mikey.

Ela faz um som de surpresa e volta o seu olhar novamente para a mesa onde Mikey está sentado.

— Caralho, você tem sorte! — eu balanço as minhas mãos na frente dela para que ela fique em silêncio.

— Eu não tenho sorte e eu não posso ir lá. O cara me deu o número de telefone e eu simplesmente perdi. Okay, não foi ele, mas o número é o dele, então dá no mesmo.

— Eu não vou mais. Vai logo antes que o Yoshida veja que um cliente não está sendo atendido. — ela me puxa do banco em que estou sentada, fazendo-me, por pouco, me desequilibrar. — Anda!

Eu passo pelo balcão um pouco desajeitada, conferindo se o meu avental está bem apertado e se o rabo de cavalo no meu cabelo não se desmanchou.

Me lembro de que, mesmo sendo o Mikey, é apenas mais um cliente. Eu respiro fundo e me viro para ele.

— Olá! Já decidiu o que vai pedir? — Mikey abaixa o cardápio e sorri para mim, olhando para o avental que estou usando e descendo o olhar até as minhas sapatilhas pretas.

— Agora está explicado o motivo pelo qual os seus pés estavam doendo na festa. — eu me permito sorrir do comentário dele.

— Não é fácil trabalhar com esses sapatos. — ele concorda e eu aponto para o cardápio nas mãos dele. — Então... já escolheu?

— O que recomenda? — eu faço uma careta.

— Nós meio que não... recomendamos nada. As pessoas já vêm nessa lanchonete sabendo o que vão pedir. Sabe, uma lanchonete. — Mikey sorri em concordância e eu sorrio um pouco tímida, vendo o Yoshida me encarar ao lado da Akemi com dois vizinhos fofoqueiros.

Seu sorriso {Mikey}Onde histórias criam vida. Descubra agora