Os meninos---
Rio.
— Não, nada disso. Minha colega de apartamento se chama Bárbara e provavelmente vai bombardear você com milhões de perguntas, considerando que nunca entrei pela porta da frente acompanhada de um cara. — Não sei por que não me incomoda em nada confessar isso a ele.
Ele passa casualmente o braço por meus ombros e segue comigo para o prédio.
— Se está me pedindo para fingir que somos só amigos, não vai rolar. Não vou subestimar nossa relação por causa da sua amiga.
Rio e o levo à porta do meu apartamento. Ergo a mão para bater na porta, mas em vez disso giro a maçaneta. Esta ainda é minha casa por pelo menos mais dez horas, então eu não deveria sentir necessidade de bater na porta.
O braço de Arthur se afasta dos meus ombros para que eu passe primeiro pela porta. Dou uma olhada na sala, mas encontro Bárbara em pé perto da bancada da cozinha, com o namorado. Ela e Victor já namoram há mais de um ano e nenhum deles me disse, mas tenho certeza de que ele vai se mudar para cá assim que eu sair esta noite.
Ela ergue a cabeça e seus olhos se arregalaram no segundo em que ela vé Arthur entrando atrás de mim.
— Ei — digo animada, como se não fosse nada incomum trazer para casa um cara muito bonito de quem nunca falei.
Atravessamos a sala e os olhos de Bárbara ou melhor como eu a chamo Babi, permanecem fixos em Arthur o tempo todo.
— Oi — diz ela finalmente, ainda encarando ele. — Quem é você? — Ela olha para mim e aponta para Arthur. — Quem é ele?
Arthur dá um passo para a frente e estende a mão
— Arthur Ramos — diz dele, apertando a mão dela. Em seguida, troca um aperto de mão com Victor. — Mas pode me chamar só de Arthur. — O braço dele volta a meu ombro. — Sou o namorado da Carolina
Rio, mas só eu faço isso. Os olhos de Víctor observam Arthur de cima a baixo.
— Namorado? — pergunta ele, voltando atenção para mim. — Ele sabe que você está de mudança para Nova York?
Confirmo com a cabeça.
— Ele soube assim que nos conhecemos.
Amber ergue uma sombracelha.
— E isso foi...quando?
Ela está confusa, por sabe que costumo contar tudo a ela. E ter um namorado sem dúvida nenhuma é considerado parte de tudo.
— Ah, cara — diz Arthur, me olhando de cima — Quanto tempo faz agora, amor? Uma, duas horas?
— No máximo duas.
Amber estreita os olhos para mim. Já quer saber de todos os detalhes e detesta ter que esperar Arthur ir embora para consegui-los.
— Estaremos no meu quarto — digo despreocupada.
Arthur dá um breve aceno para eles e afasta o braço dos meus ombros, entrelaçando os dedos nós meus.
— É um prazer conhecer vocês dois — Ele aponta para o corredor — Vou com a Carolina até o quarto dela para ver que tipo de calcinha ela usa.
Babi fica boquiaberta e Victor ri. Empurro o braço de Arthur, chocada por ele ter levado a piada a esse ponto.
— Não, você vai comigo até o meu quarto para me ajudar a fazer as malas.
Ele faz beicinho. Reviro os olhos e sigo na frente dele pelo corredor até meu quarto.
Babi e eu somos grandes amigas há mais de dois anos. Assim que nos formamos no ensino médio, nos mudamos juntas para este apartamento. O que significa que eu só morei aqui por seis meses, por isso parece que estou guardando todas as coisas que acabei de tirar das malas.
Quando entramos no meu quarto, Ben fecha a porta. Seus olhos percorrem o ambiente, e dou alguns minutos para ele bisbilhotar enquanto abro minha mala. O apartamento onde vou morar em Nova York é totalmente mobiliado, então só preciso levar minhas roupas e meus produtos de higiene. Todo resto está na casa da minha mãe.
— Você gosta de ler — pergunta ele.
Olho por cima do ombro e o encontro passando o dedo pelos livros na minha estante.
— Adoro ler. Você precisa se apressar a escrever um livro, porque já está na minha pilha ASL
— sua pilha ASL?
— A pilha A Ser Lido — esclareço.
Ele pega um dos livros da estante e lê a contracapa.
— Detesto te dizer isso, mas acho que você não vai gostar de qualquer livro que eu acabe escrevendo. — Ele devolve o livro à estante e pega outro. — Você parece gostar de histórias de amor e essa não é minha praia.
Paro de examinar as blusas no meu closet e olho para ele.
— Não — digo com um gemido. — Por favor, não me diga que você é um daqueles leitores pretensiosos que julgam as pessoas pelos livros que elas gostam.
Ele balança a cabeça no mesmo instante.
— De jeito nenhum. Só não entendo nada de escrever romances. Tenho 18 anos. Não sou especialista quando se trata de amor.
Saio do closet e me encosto na porta.
— Nunca se apaixonou?
Ele assente.
— Claro que sim, mas não do jeito que vale um romance inteiro, por isso não tenho como escrever sobre o assunto.— Ele se joga na cama e se recosta na cabe ceira, olhando para mim.
— Você acha que Stephen King realmente foi assassinado por um palhaço na vida real? — pergunto a ele. — Shakespeare tomou mesmo um frasco de veneno? Claro que não, Arthur. Por isso se chama ficção. Você inventa essas merdas.
Ele sorri para mim de sua posição na cama e vê-lo sentado ali deixa meu rosto quente e me causa um incômodo. De repente sinto vontade de pedir para ele rolar em meus lençóis, assim posso sentir seu cheiro quando dormir esta noite. Mas então lembro que não vou dormir nestes lençóis esta noite porque estarei em um avião para Nova York. Eu me viro e fico novamente de frente para o meu closet, assim ele não vê meu rosto vermelho.
Ele ri baixinho.
— Você estava tendo pensamentos obscenos.
— Claro que não — respondo, alarmado.
— Carolina, estamos namorando há duas horas. Você me parece um livro aberto e neste exato momento acredito que é um livro cheio de cenas eróticas.
Rio e começo a tirar as blusas dos cabides. Só quero ter o trabalho de dobrá-las quando decidir como serão guardadas, por isso jogo tudo no meio do chão do quarto.
Retiro cerca de um quarto das blusas do meu closet antes de olhar de novo para Arthur. As mãos dele estão apoiadas na nuca e ele me observa fazer a mala. Eu não esperava que ele fosse mesmo me ajudar quando chegássemos aqui, porque provavelmente ele tinha outras intenções. Mas seu reconhecimento também me faz sentir bem por ele ainda parecer animado em ficar mais tempo comigo.
No caminho para cá, decidi que eu não in questionar os motivos dele. É claro que meu lado inseguro ainda se pergunta, que diabo um cara como ele está fazendo com uma garota como eu, mas sempre que essa ideia entra de mansinho em minha cabeça, me lembro da conversa que tivemos no banco.
E digo a mim mesma que tudo o que ele falou parecia verdadeiro, que ele sinceramente me acha atraente de algum jeito. E, para ser franca, será que isso realmente importa na totalidade das coisas? Estou me mudando para o outro lado do país, então o que acontecer nas próximas horas não terá nenhum impacto na minha vida, de um jeito ou de outro. Quem liga se esse cara só quer transar comigo? Na verdade, eu prefiro que ele só queira isso. É a primeira vez em dois anos que alguém me faz sentir desejável, por isso não vou me preocupar, porque estou curtindo muito tudo isso.
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The Date~Volsher Adaptation~
Fiksi PenggemarFinalizada "𝐿𝑒𝑣𝑒𝑖 𝑞𝑢𝑎𝑡𝑟𝑜 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑒 𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑙𝑒. 𝐿𝑒𝑣𝑒𝑖 𝑠𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑡𝑟𝑜 𝑝𝑎𝑔𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎𝑟." adaptação: Novembro 9 𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐨𝐫 𝐢𝐧𝐞𝐬...