10. Parabéns. Pros dois.

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- Podemos conversar? 

- Estou escutando. 

Respirei fundo. 

- Não podemos mais continuar assim. 

- Você sugere o que? Que eu esqueça tudo? 

- Claro que não, Léo. Eu queria te pedir uma coisa.

- Fale. 

- Você me ama, não ama? Eu sei que sim. 

- Amo, muito mais do que deveria. 

- Então, me deixa seguir em frente. Não dificulta nada pra mim? 

- O que quer dizer? 

- Eu pedi a anulação do casamento, Léo. 

Ele fez uma cara irônica e começou a levantar e se trocar.

- Mas, vai ser muito mais fácil se você assinar e pronto, sem dificuldade pra ninguém. Assim ninguém se machuca mais... - Comecei a chorar tentando explicar. 

- Se você pensa que vou facilitar pra você e pro Luan, você está enganada. 

- Léo, por favor. Vai ser assim de qualquer forma, custa causar menos sofrimento? E não coloca o Luan no meio. - Ele se arrumava pra sair. 

- Você acha que sou tonto, Jordana? Você sumiu a tarde toda ontem, só voltou na hora de dormir. Acha que eu acreditei que você foi na sua amiga? Para com isso. Não consigo entender como vocês dois lidam tão bem com isso. Ou melhor, eu sei... Se merecem, nenhum dos dois presta. 

- Léo, ninguém quis assim. 

- Para de me chamar assim, pra você é Leonardo. Eu não vou facilitar nada! E outra, avisa seu amante, pra nunca mais aparecer na minha frente que é melhor pra ele.

- Leonardo, por que tudo tem que ser mais difícil? 

- Porque você quis assim. Você me traiu com meu melhor amigo. Você foi pra cama com ele, Jordana. - Ele começou a chorar, colocando seu relógio no pulso. - Na nossa Lua de Mel você vem dizer que vai se separar porque ama ele. Aposto que ele sumiu aquele dia e voltou bêbado porque foi atrás de você. Não dúvido que só tenha entrado naquela igreja pra não dar problema pra você. Foi por sua causa que ele sumiu aquele dia, NÃO FOI? 

- Ele foi me procurar... E depois saiu bravo. - Disse abaixando a cabeça. 

- Eu sabia. Você acha que sou tonto, Jordana, mas não sou. - Ele se dirigiu a porta, abrindo-a. 

- Onde você vai? 

- Isso não te interessa mais. 

Leonardo bateu a porta. Sentei na cama e respirei fundo. Ele não podia ficar fazendo isso comigo. Mas eu ia poder me separar da mesma forma. Peguei o telefone e liguei pra recepção. 

- Oi, podem me dar uma informação? 

- Claro, senhora. 

- Meu marido desceu aí agora, queria saber se ele saiu. 

- É o senhor Fróes? 

- É sim. 

- Não, senhora, ele está no bar do condomínio. 

- Ah, tudo bem, obrigada. 

Desliguei e o alívio me consumiu. Luan não estava em Londrina, mas tinha medo que Leonardo fosse atrás dele. Resolvi me deitar e adormeci. Acordei com o celular tremendo embaixo do meu travesseiro. Era Luan.

- Oi, amor. 

- Oi, Lu.

- Estava dormindo? Me desculpa, eu não quis te acordar, só queria falar contigo, saber como estão as coisas. 

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora