capitulo unico

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 Eu lembro exatamente como tudo aquilo começou, foi quando tínhamos 4 anos, éramos vizinhos na época, e eu avia acabado de me mudar e fiquei junto da minha irmã mais velha e minha mãe, nosso pai havia falecido a alguns meses, então não tinha mais necessidade de ficar aonde residiam os parentes de meu pai. E no mesmo dia em que eu tinha chegado a nova casa, eu fui brincar na rua, era um local pouco movimentado, então as crianças acabaram brincando bastante na rua.

 Era um dia quente quando vi um garoto da cabelos pretos meio espetados andando indo para a área mais rural do bairro com uma rede de caçar borboletas em seu ombro, ele estava vestindo uma blusa preta e um short vermelho, as chinelas estavam já usadas, e ele estava cheio de arranhões. Eu com curiosidade me aproximei dele.

 ‘como conseguiu esses machucados?’ eu falei, eu posso parecer alegre agora, mas nessa idade, minha mãe e minha irmã diziam que eu era uma peste, tão alegre e serelepe que parecia que eu tinha cheirado cocaína de tão energético, mas com aquela idade iwa-chan era já muito.... como eu posso descrever a carranca que ele sempre carrega nessa cara, ele sempre pareceu um cachorro enfezado, admito era divertido.

 ‘não é da sua conta ele tinha respondido grosso como sempre, de vez em quando eu fico imaginando como o pequeno Hajime reagiria a festa no qual você recebeu esse livrinho, ele ficaria em choque, e o pequeno eu iria rir demais da cara que ele faria disso eu não tenho duvida.

 ‘qual seu nome?’ eu perguntei curioso.

 ‘qual o seu?’ ele respondeu com uma pergunta, na época eu tinha ficado com um pouco de raiva admito, assim como não era calmo, muito menos era paciente, ou gostava desse tipo de provocações.

 ‘eu perguntei primeiro!’ eu respondi.

 ‘meu nome é Hajime Iwazumi, agora me fala o seu?’ ele me respondeu, naquela época eu era mais baixo que ele, o que hoje em dia parece difícil de se acreditar, eu tinha que ficar na ponta dos pés pra ter a altura dele, isso me traz nostalgia.

 ‘Oikawa Tooru' eu respondi orgulho, eu realmente amo meu nome, extravagante eu posso dizer, por isso é que o amo. ‘e seu nome é muito grande por isso, vai ser o Iwa-chan' Sim, esse é um apelido de infância, mas é algo que uso ate mesmo nós dias de hoje, de vez em quando isso o irrita, mas eu acho que ele fica bonito com raiva.

                                           –––––×–––––

 Eu realmente amo o Iwa-chan, isso é fácil de dizer, afinal eu me dei o trabalho de fazer esse livro pra comemorar nosso dia especial, e dar esse livro para todos que comemoraram conosco. E aquele foi o momento em que o conheci. A partir disso começamos a andar juntos todos os dias, assim como também íamos a mesma escola, onde ele se declarou pra mim no ultimo ano do ensino fundamental ||.

 Acho que ele tinha bastante ciúmes naquela época eu vivia rodeado – literalmente – de garotas mas eu sempre amei somente o Iwa-chan. Eu me lembro como se fosse ontem dele me tirando do meio de um monte de garotas me dando uma rasteira e me puxando para a parte de trás da escola. Brincadeira. Na verdade até foi um pouco parecido com isso. Estava chovendo naquele dia, mas eu – que esqueci de olhar a previsão do tempo – estava sem guarda-chuva, e como sempre morei perto do Iwa-chan, fui junto dele.

 Nós andávamos calmamente em meio a chuva, ele segurava o guarda-chuva e eu estava a o seu lado, a chuva não parecia que iria parar tão cedo, então nossos passos sempre se viam apressados, porem cuidadosos, e eu atrapalhado como sou acabei escorregando no asfalto e fazendo alguns cortes na palma da minha mão, e um pequeno roxo na minha bochecha – e eu juro por deus se eu estivesse sozinho eu iria chorar – porém, eu estava com Iwazumi Hajime, e minha casa nesse horário estava vazia, o que significava que ninguém cuidaria de mim. E para minha sorte Hajime já era acostumado a ir a minha casa.

 ‘ você tá bem?!’ perguntou preocupado, e realmente pode não parecer, por causa do seu jeitinho, porém ele realmente se preocupa comigo, e até se foi rude demais comigo, e quando isso acontece a duas possibilidades, eu tento gravar ele se preocupando e por de toque de celular, ou eu acho muito fofo e tento abraçar ele e ele me deixa cair. E mesmo que eu quisesse a primeira opção, esse caso foi a segunda, somente com um diferencial, ele me segurou em vez de me deixar cair.

  Me lembro perfeitamente daquele dia que ele acabou ficando corado quando me segurou,  eu queria que alguém tivesse feito uma foto do momento.

  Ele pós em pé, e chegou mais perto, sabe aquele momento em que as borboletas do estômago ficam fazendo uma corrida junto com o coração com direito a torcida? Foi assim que eu me senti.

  Ele pegou na minha mão e me guiou até minha casa, e como de costume pegou a chave escondida em um vão da janela a o lado da porta, se eu já não tivesse muita intimidade com ele diria que ele é um stalker ou um abusado.

  Ele abriu a porta sem se importar se havia alguém dentro, e foi até a cozinha em frente a sala de estar, abrindo uma das gavetas e pegando um Kit de primeiros socorros. E para você convidado do casamento que esta lendo, pode parecer meio apressado, e pode perguntar “Oikawa não aconteceu nada de mais?” ou “a leitura tá muito apressada” e pra essas pessoas eu digo, calma, por que foi nesse dia que ele se declarou para mim.

  Eu me sentei com cuidado em cima da bancada, e a o meu lado ele abriu o Kit, e pegou um vidro de álcool líquido, e me pediu gentilmente a mão, ou seja ele puxou a minha mão e quase me fez cair, como sempre com sua brutalidade fofa.

  Ele pós um pouco de álcool na minha mão, em cima dos cortes, ardeu bastante mas posso lhe dizer que não estava nem ligando, por que enquanto ele fazia eu passar por uma dor horrível com os cortes ele me disse algo que nós fez acabar como estamos hoje.

 ‘ Eu te amo Oikawa' e eu juro por seja lá que Deus e esteja no céu, terra ou inferno, ele ficou corado enquanto falava. Se eu não estivesse me casando com ele agora, diria que aquele tinha sido o melhor dia da minha vida.

                                              –––––×–––––

  E para completar esse pequeno livro, nada melhor do que dizer como ele me pediu em casamento.

  Era ano novo, e eu estava passando na Argentina, depois do ano novo teria que me preparar para treinar para novos jogos, fazendo parte do time da Argentina, admito estava orgulhoso de mim mesmo por ter esse reconhecimento. E como um bom namorado Iwa-chan estava passando o ano novo comigo na Argentina – como ele não sabia nada de espanhol quando chegou, eu presenciei diversas cenas engraçadas, como ele tentando comprar um micro no mercado da esquina e não sabendo nem como procurar – para passar o ano novo, nos estávamos no terraço de uma casa alugada, somente para passar o ano novo.

  E tinha sido muito romântico aquela noite, nós sentamos no chão e pedimos pizza, tinha dado muita preguiça de levar as mesas até lá, as cadeiras muito menos. E enquanto esperávamos a pizza chegar olhávamos as estrelas, claro um dos meus passatempos favoritos, ficar imaginando as diversas formas de vida que ainda poderiam ser descobertas, nesse ou em outro sistema solar – i believe in aliens – eu olhava todas as estrelas e planetas distantes por um telescópio que veio junto da casa.

  ‘Oikawa’ virei para sua direção, mesmo estando sozinhos é estranho ele não me chamar por apelidos “ofensivos", ele se agachou a minha frente pondo um dos joelhos no chão, admito que na hora eu não sabia aonde isso ia dar, e então ele pós a mão no bolso.

  ‘o que é isso Iwa-chan?’ eu perguntei ainda aéreo, pode parecer estranho para quem vê de fora, mas eu realmente não sabia o que estava acontecendo.

  Ele puxou uma pequena caixa preta aveludada, e como aquela brisa inteligente você passa entender a matéria, eu comecei a raciocinar o que estava conhecendo, ele gentilmente abriu a caixa revelando um anel dourado.

  Eu então me abaixei ficando a sua altura e o abracei, e como um acordo mutuo ele entendeu, que eu tinha aceitado o pedido.

                                                 –––––×–––––

 E quero dizer obrigado a todos que compareceram a esse casamento.

 Ass.: Iwazumi Tooru, anteriormente Oikawa Tooru

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