Era uma manhã ensolarada em MAXVille. Michael Fischer estava calmo, apesar do dia anterior não ter sido um dos melhores. Ele era um homem alto, usava um óculos preto grosso. O senhor de aproximadamente quarenta e cinco anos tomava seu café lentamente enquanto olhava para o relógio da cozinha. Sempre dizia que passava mal caso fosse apressado em sua refeição inicial.
A casa possuía dois andares e tinha um tamanho médio. As paredes eram decoradas com ornamentos e quadros de sua família. Em ambos os andares, o chão simulava uma madeira escura e, devido Michael ser apaixonado por limpeza, podia-se andar o dia inteiro descalço sem sequer sujar os pés. Por outro lado, ele era péssimo em organização. Isto ficava para sua esposa Amanda Fischer, que arrumava tão bem que parecia moradia de gente rica. Ela era baixa perto de seu marido, tinha cabelos escuros e um olho azul inconfundível. Trabalhava como repórter para o "The MAXVille News" A mulher havia recém completado trinta e oito anos.
Vez ou outra, a mãe da senhora Fischer visitava-os, sempre mimando o seu neto Harry. Este era mais um desses dias.
- Quando sua mãe chega, amor?
- Não tem previsão, ela disse que tem muita coisa para fazer no trabalho. Provavelmente só depois do Harry chegar da escola.
A avó de Harry era contadora na CarX, uma fabricante de automóveis que cresceu rapidamente após lançar o revolucionário modelo MAX. MAXVille foi construída pela própria empresa, que visava aumentar os lucros. O prefeito Peter Lawson criara a CarX quando tinha apenas 17 anos, sendo considerado um gênio por muitos, atingindo seu primeiro bilhão com apenas 20 anos. Em uma reportagem sobre o crescimento contínuo da cidade, a estudante Julie Harris, de 16 anos, foi a questionada sobre o que achava do fundador de sua cidade.
- O que você acha da inventividade do criador da cidade?
- Peter Lawson inventivo? Isso definitivamente não tem nada a ver com ele. "MAXVille" parece um nome genérico e "CarX" me lembra uma outra empresa... Estes são só alguns exemplos.
Quando a cidade tinha apenas 4 anos, já contava com 500 mil habitantes. Atualmente, mais que o dobro disso. A família Fischer morava na Rua Street 27, que cruzava com a Rua Street 28. Um local pacato, sem muitos carros a passar, apesar do tamanho da cidade. O cão deles era um pastor alemão velho que ficava no quintal da casa. A entrada possuía uma porta branca com paredes de madeira pintadas de verde e uma pequena varanda com uma cadeira de balanço. Havia duas janelas brancas na frente, uma que mostrava a cozinha e a outra, a sala.
O bairro dos Fischer era grande, mas todos se conheciam de alguma forma. No meio dele estava uma praça com uma pequena fonte no centro. Mesas de xadrez, damas e dominó eram espalhadas pelo local, com diversas pessoas jogando e assistindo outras a jogar. O lugar também possuía pequenas árvores e bancos para quem quisesse apenas relaxar num dia ensolarado. Perto dali estava a banca do senhor Jameson. Ele era um homem de sessenta e dois anos muito adorado por todos. Crianças e jovens compravam quadrinhos e adultos os jornais. Apesar de ser bem mais fácil ler as notícias pela internet, havia um charme especial que impedia os adultos de fazerem isso.
A cidade apresentava enormes arranha-céus, edifícios comerciais e diversos parques. "MAXVille é quase tão grande quanto Nova York" dizia a manchete de um jornal.
Na Rua Billmoore estava localizado o Restaurante Sanders. Perto de lá, havia uma estrada que levava para a Floresta Sanders. Era conhecida assim desde que Claire, filha de Gary Sanders, o dono do restaurante, desapareceu misteriosamente no verão do ano anterior. Muitos pensaram que o governo estaria sequestrando adolescentes para experimentos vis, outros pensaram que a garota apenas fugiu. Muitas suspeitas cresceram, também, sobre seu pai, afinal, o restaurante dele era próximo da floresta, porém nada foi comprovado.
- A Sanders? Eu conheci a pobre coitada, era minha aluna no ensino médio. Seja onde ela estiver, espero que não tenha sofrido - disse o professor Robert Lee ao ser questionado entrevistado por Amanda Fischer, uma repórter do "The MAXVille News".
Um morador do subúrbio relatava ter visto Claire saindo de casa na noite de seu desaparecimento. "A princípio, achei que ela estava fugindo para um festa ou algo assim, mas isso não era o estilo da Sanders. Perguntei aos pais dela sobre o que acontecera naquela noite, contudo eles disseram que não se lembravam. Depois falaram o mesmo para a polícia".
"Não conhecia a Claire, mas ela era amiga de meu filho. Devia ser muito querida por todos" - Amanda Fischer em sua reportagem sobre o desaparecimento de Claire Sanders, agosto de 2017
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O Estranho Desaparecimento de Claire Sanders
Mystery / ThrillerOutubro de 2018. Já se passara um ano desde que a estudante Claire Sanders desapareceu sem deixar rastros. Muitas teorias surgiram, porém nada se confirmava. Depois que outro desaparecimento ocorre na mesma floresta, estudantes e um professor se un...