Marinette estava no quarto de Adrien, sentada confortavelmente enquanto usava o computador do garoto para criar um modelo 3D de um 2,2-dicloro-hexano, num programa que ele havia baixado mais cedo naquele dia. Era a última molécula que faltava, Adrien havia feito todas as outras, mas ela queria conseguir pelo menos aquela.
— Marinette, é sério. — Adrien falou um pouco distante, deitado na cama enquanto a observava. — Eu posso fazer essa também, não tem problema.
— Que trabalho em dupla é esse que você vai fazer tudo e eu vou ficar só olhando? — Marinette falou enquanto tentava lembrar dos ângulos exatos entre os átomos de hidrogênio na molécula.
— Lembra que o cloro é eletronegativo e quando são dois juntos... — Ele começou a falar devagar, enquanto Marinette suspirava alto vendo que a molécula ainda não parecia com a foto do livro.
— Eu consigo! — Ela o interrompeu, mas também entendeu a linha de raciocínio de Adrien. — Mas obrigada. — Ela falou sorrindo, mesmo que Adrien não pudesse ver seu rosto, e aumentou um pouco o ângulo. — Meu Deus, ficou igualzinho.
Ela girou a cadeira rapidamente para olhar para Adrien, que a olhava com um sorriso orgulhoso.
— Muito bom, Mari! — Ele falou ainda sorrindo. — E agora?
Os dois se encararam em silêncio antes que Marinette pensasse em algo para dizer.
— Ah, eu posso ir embora, se você quiser... — Ela falou sem olhar para ele.
— Não! — Adrien se apressou em dizer e se sentou na cama antes de falar novamente. — Quer dizer, eu quase nunca recebo meus amigos aqui, se você quiser ficar... A gente pode fazer alguma coisa, sei lá.
— Certo! — Marinette falou tentando não ficar nervosa. — Claro que eu quero, a gente pode fazer... Algo... Juntos, tipo, eu e você. — Ela riu, claramente nervosa, e desviou o olhar. — Tá quente, né? Posso beber água?
— Pode, claro. — Adrien se colocou de pé. — Vem, eu te levo até a cozinha.
Marinette se levantou para segui-lo e os dois desceram as escadas em silêncio, tentando não fazer barulho algum para que o pai de Adrien não reclamasse e proibisse Marinette de visitar Adrien para sempre, os dois seguiram quietos até a cozinha e. quando chegaram ao local, conseguiram finalmente soltar a respiração que estavam prendendo e riram olhando um para o outro.
Adrien seguiu até a geladeira e alguns segundos depois voltou com um copo de água para Marinette, ela bebeu devagar enquanto ele a olhava.
— Hoje tá quente mesmo, né? — Ele falou quando Marinette o entregou o copo.
— Demais. Um sorvete do André agora seria perfeito. — Ela comentou um pouco pensativa.
— Ah, ia ser bom se meu pai me deixasse sair de casa pra isso... — Ele tentou não parecer desanimado, mas Marinette percebeu mesmo assim.
— Mas já foi ótimo ele ter me deixado vir aqui! — Ela falou para contornar a situação. — Pra fazer o trabalho, mas de todo jeito...
— Quer saber? — Adrien perguntou olhando para ela animado e andou depressa até a geladeira, abriu a parte do freezer e colocou a mão dentro, vasculhando. — Aqui não tem o sorvete do André, mas... — Ele falou concentrado e tirou um pote vermelho de sorvete do fundo do freezer.
— Meu Deus, isso é sorvete? — Marinette perguntou, com um pouco de medo de ser um pote de feijão.
— É sim. — Adrien falou sorrindo para ela. — O sorvete secreto da Natalie que ela me deixa comer escondido. É de morango com leite condensado e tem pedaços de morango...
VOCÊ ESTÁ LENDO
sorvete
Romanceadrien e marinette decidem testar a sensibilidade um do outro enquanto trocam beijos gelados.