Aparentemente a vida em uma cidade pequena é fácil e simples. Tudo era normal na vida de Ever e suas amigas; conflitos normais de adolescentes nunca foram problemas para elas, assim como sonhar, porém uma decisão errada se transformou em uma grande...
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Márjorie
Fiquei emocionada ao descobrir que passei para uma universidade de verdade, queria muito isso, agora quando soube que Ever também foi aprovada, oh céus... era tudo o que eu mais desejei, estar longe dos olhos de papai.
Mais tarde, papai nos levou para seu restaurante, Mary e eu, Ever disse que viria depois. Senhor Davies estava ocupado em uma curta reunião com algum sócio novo ou desconhecido por ele, não sei bem. Assim que chegamos papai se dirigiu até o escritório superior do estabelecimento e me deixou sozinha com Mary, minha madrasta. Murphy tenta ser extrovertida comigo, puxar algum assunto ali e aqui, porém sempre desvio, não por ela, mas seu jeito forçado me faz ficar com um pé atrás, se ela me odiasse seria mais fácil. Vou até o banheiro quando uma mulher de cabelos prateados cumprimenta Mary, prefiro evitar os elogios referidos a mim como enteada, acho chato e desnecessário.
Arrumo meus cabelos me observando no espelho imenso do banheiro, sempre bem limpo e o ambiente com um aroma de canela e hortelã. Não sou acostumada a encher meu rosto de produtos de beleza, apenas Blush, rímel e batom foram escolhidos para acompanharem meu rosto hoje, uso um vestido solto preto, saltos finos não tão altos, argolas prateadas e gargantilha preta, não é o look mais chique que já vesti mas considero muito bom para a ocasião. Fito por um instante o anel de mamãe, papai me presentiou nos meus quinze anos, sempre imaginei como ela seria, não há uma foto restante na casa pois papai enviou todas para vovó na Bélgica, não conhecia o rosto de minha mãe, mesmo assim sabia que sua estrutura era coberta de amor, seu anel era apenas um receptáculo, tirava forças incompreensíveis desse simples acessório, só eu sei o quanto ele significa para mim.
Paro de pensar ao tomar um susto. Ever parada na porta me observando atentamente, algumas atitudes dela me espantam. Não posso deixar de observar o quão glamorosa ela está, sua pele sempre brilha, principalmente quando está feliz, Ever nunca foi do tipo extravagante, porém hoje tudo é permitido. Ela arrasou com seu batom vermelho e seu rímel, seu vestido também é preto, entretanto justo, realçando suas curvas e seu busto, sandálias finas e pretas, a gargantilha prateada parece ter muito valor, ela está fabulosa como sempre.
- Se for babar avisa que trago um balde... - Nós rimos juntas.
- Amei essa gargantilha! Puro luxo. - Ever faz um bico estilo burguesa para mim, quando éramos crianças costumávamos imaginar estar em um castelo gigante renunciando o trono e matando o rei. Peculiar...
- Papai me presentiou! Ele mandou um amigo nosso trazer assim que soube a notícia. - Tio Ângelo é um pai exemplar, ele e papai são melhores amigos, e eu amo isso.
- Você merece! Vamos para a mesa ou está afim de comer aqui no banheiro mesmo? - Caminho em direção dela e entrelaço nossos braços.
- Podemos dar uma fugidinha hoje, que tal? - No nosso décimo segundo aniversário de amizade fomos para uma boate, ficamos a noite inteira sentadas, literalmente... apenas observamos o lugar por horas e decidimos que não é lugar para garotas lerdas como nós.