Há poucas coisas que eu tenha amado mais do que a fotografia, memórias congeladas no tempo, cada fotografia contendo uma história. Sempre amei as histórias que essas imagens carregam, sejam elas 3×4, 10×15, polaroides ou as mais modernas postadas em toda parte nas redes sociais.
Meu amor pela fotografia veio antes mesmo de saber que elas eram pequenas memórias congeladas no tempo, lembro-me da minha primeira câmera, era uma polaroid antiga da minha mãe, eu andava com ela no pescoço por toda parte, um dia mamãe disse "Você carrega uma pequena máquina do tempo em seu pescoço" e a velha câmera que me era tão querida, nesse dia se transformou em meu bem mais precioso.
Eu ainda a tenho, na prateleira mais alta da minha estante, depois dessa vieram outras, mas ainda detenho um amor pela minha primeira máquina do tempo.
Com os anos fotografei muitas coisas, há fotografias em todos os cantos da minha casa, memórias congeladas estampando minhas paredes, viajei pelo mundo fotografando não só paisagens como pessoas, há tantas memórias de desconhecidos quanto de pessoas que amo congeladas pelas minhas lentes.
A fotografia sempre foi meu lugar seguro, a primeira que tirei foi do meu velho cachorro, um vira-lata vesgo, ele partiu poucos anos depois, mas as memórias dele estão congeladas naquela primeira fotografia.
Há alguns dias, organizando as fotografias que iriam para minha primeira exposição na pequena galeria de um amigo encontrei uma fotografia há muito esquecida, se eu fosse sincero provavelmente deveria admitir que nem mesmo me lembrava de tê-la tirado, não era meu melhor trabalho profissionalmente falando, ela não tinha nada de especial, ela estava fora de foco e um tanto tremida, mas ela foi capaz de fazer meu coração falhar a batida como nenhuma outra, e como fotografias são memórias congeladas no tempo, fui transportado de volta para aquela velha memória.
Eu devia ter 16 anos, cachos a perder de vista, um sorriso infantil e covinhas, meus olhos um pouco fechado pelo brilho do flash e Louis olhava para mim, ele sorria tanto que seus olhos praticamente sumiram, as ruguinhas que quis beijar tantas vezes apareciam, seus cabelos lisos jogados para os lados numa tentativa de parecer moderno.
"Vamos Hazz, não terá graça se só tiver fotos minhas"
A voz tão conhecida ressoa pelas paredes da minha memória, lembro-me de esticar um pouco o braço e apertar o botão sem ao menos tentar ajustar o ângulo, Louis a tirou da câmera antes que eu o fizesse, balançou os braços para que ela esfriasse, logo aparecemos naquela memória congelada pela minha máquina do tempo.
Louis Tomlinson, meu melhor amigo do ensino médio, meu amor há muito perdido, depois daquela fotografia tirada na sua cerimônia de formatura, eu nunca mais o vi, eu continuei no colégio e ele partiu para Londres para fazer faculdade de música, por onde anda Louis Tomlinson e seu sorriso contagiante e a voz que fazia todas as terminações nervosas do meu corpo vibrarem?
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All my frozen memories
FanfictionDe todas as memorias congeladas de Harry, Louis foi a única que nunca o pertenceu.