001 · mc nego da Marcone

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[Harry styles point of view.]

Depois que eu caí no esquecimento e toda a minha glória foi decaindo, me encontrei afogado em dividas

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Depois que eu caí no esquecimento e toda a minha glória foi decaindo, me encontrei afogado em dividas.

Oque é mais fácil que trabalhar? Virar bandido, e é exatamente isso oque vou fazer.

Minha carreira já não existe e ninguém quer me contratar, nem como gari ou faxineiro.

Então estou indo encontrar Fausto Silva, no complexo da Penha.

- então, Harry, soube que gosta de açúcar de melancia. - Fausto engere um pouco de seu cigarro.

- melancias são deliciosas. - o encaro.

- olokinho meu. - ouço a voz de uma criança vindo atrás de mim.

- faustinho, vai para o seu quarto. - Fausto diz batendo na mesa.

- tem alguma coisa de baixo da minha cama. - vejo uma criança abraçar Fausto, provavelmente o seu filho.

- estou ocupado agora faustinho, se vira nos 30. - ele solta a criança que sai correndo.

- seu filho? - pergunto tentando fazer cara de mal.

- tanto no pessoal quanto no profissional... - ele ingere mais cigarro.

- quero entrar para a facção. - tento não esboçar alguma reação.

- e por que eu deveria aceitar você? - ele agora bebe um shot de sua tequila.

- por que eu preciso de grana, e sei segurar uma arma. - semiserro meus olhos.

- quem sabe faz ao vivo. - ele se inclina e eu assinto.

- me de uma arma. - me levanto e Fausto abre uma de suas gavetas.

- está carregada. - ele joga a arma para mim mas eu acabo deixando a cair no chão.

Pego ela rapidamente para não mostrar a minha incapacidade de pensar rápido e a posiciono em minha mão.

- acerte ali. - Fausto aponta para uma latinha de coca cola e eu assinto.

Engatilho a arma e aperto e puxo o gatilho, mas a bala acaba indo bem mais longe do que deveria e acerto um moço, que estava nos vigiando.

- erroooou. - ele grita em meu ouvido. - olha oque essa anta fez.

Miro novamente e dessa vez, acabo acertando a garrafa.

- que que é isso, bicho! - ele diz e eu sorrio.

- estou dentro? - me viro para ele.

- e partir desse momento, você vai curtir... - ele sorri para mim.

***

Eu estava no meu carro, sentado e observando os adolescentes dançando e cantando na rua.

"Tu já sabe o que eu faço lá no meu barraco Já sabe o que eu faço lá no meu barraco Boto o colchão no chão
E te taco, taco o saco..."

Essa música era envolvente, me fez ter sair do carro e começar a me movimentar com eles.

lado, lado, lado, frente, lado. Estavam todos em sintonia enquanto a música tocava.

Ninguém me reconhecia ou sabia quem eu era... Isso me mostrava que eu realmente estava no fundo do poço.

- ei, moço do cabelo bonito? - cabelo bonito é definitivamente eu. Me viro para trás e vejo uma moça do lado de um homem não muito formal.

- sou o mc nego da Marcone. - ele fala cheio de marra. - e oque está fazendo no meu pedaço? Você não foi convidado para está resenha. - ele cruza os braços.

- sou o Harry. - semiserro meus olhos para ele. - e eu sou do comando vermelho. - vejo todos dali me encarando.

- então você é um cria de verdade. - ele sorri ladino para mim. - pode ficar. - ele volta a cantar a música que estava cantando.

"Barraco balançando e as piranha sentando"

Decido sair dali, estava sendo demais para mim. Agora que eu sou um criminoso, não posso ficar moscando por aí.

Entro no meu carro e volto a dirigir. A cada esquina tinha um beco diferente onde habitavam os viciados.

Chego ao meu hotel, deixo o meu carro no estacionamento e subo.

Abro a barra de pesquisa do twitter e procuro por "Harry styles", mas não deu em muita coisa já que só tinha gente pergunta quem era esse.

Também entro no meu Instagram e o meu engajamento é o mesmo.
Doze curtidas, três comentários e um reply.

Dois deles eram de uma tia minha e o outro era de um tal de Lflorzinha06.

Eu fui esquecido pelos fãs de música.

"Número desconhecido", alguém estava me ligando.

O DDD é 11 oque significa que eu deveria ignorar, uma ligação vindo de São Paulo com certeza é cobrança.

Mas o número insistia, me ligou umas quinze vezes e então atendi.

- alô? - coço a garganta.

- quem quer dinheiroooo? - a pessoa grita ao microfone.

- eu quero dinheiro. - respondo sem muita enrolação.

- sou o silvio Santos e vi que você está precisando de ajudas financeiras.

- é. - respondo curto e grosso.

- poderia me encontrar amanhã, no beco mais próximo ao seu hotel?

- no beco? Me parece perigoso... - penso. - as duas da madrugada, estarei lá. - digo e desligo o celular.

Agora eu sou do comando vermelho, não tenho que me preocupar com o perigo.

Vou até a minha sacada e acendo um cigarro, o clima estava muito frio, mas não tanto quanto eu.

COMPLEXO DA PENHA - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora