VICENTE BRAGANÇA.
Após aquela aula catastrófica de como ser bons pais de algum jeito me ajudou, já que as coisas entre eu e a Bárbara estava fluindo ainda mais e bem melhores. Apesar de não tocarmos naquele assunto e eu também não insistir por enquanto, as coisas entre nós estava muito bem, a companhia dela para mim já bastava.
Conversávamos sobre tudo referente a gravidez, até nomes já discutímos e estávamos ansiosos para a chegada das nossas filhas, eu ainda mais já que eu não via a hora de ter as minhas filhas em meus braços. Mas em meio a tantas coisas boas, algo sempre vem e nos atinge mostrando que não somos totalmente fortes, completos e sempre felizes...
Mas o golpe que levei dessa vez foi mais cruel, doloroso...dificilmente vai passar tão cedo...
Na noite passada eu acordei de madrugada com uma ligação, achei que seria a Bárbara ligando pedindo algo ou ajuda já que tínhamos combinado dela sempre me ligar quando alguma coisa estivesse acontecendo, ou alguém somente me pertubando, mas não era, era o meu pai e o que saiu da boca dele me destruiu completamente. Minha mãe lutou, lutou o máximo que conseguiu e aguentou, mas infelizmente a pneumonia e as infecções que surgiram a levou, era exatamente 00:50 quando a minha mãe nos deixou.
Ouvir o meu pai falar, a dor em sua voz, o choro, fez o meu coração já ferido se destruir um pouco mais, chorei por longos minutos só deixando a dor atravessar o meu corpo e sair, eu tinha esperanças de ve-la bem, mas infelizmente nem tudo acontece como queremos. Tive que acordar e dizer aos meus irmãos a triste noticia, suportei suas dores junto com a minha, tive que tentar explicar a Valentina o que estava acontecendo foi ainda mais difícil ve-la chorando e pedindo pela avó só fez tudo se tornar pior, mais sofrido. Uma família risonha e feliz, agora estava de luto.
Meu pai não quis ajuda no velório, ele próprio organizou tudo até os mínimos detalhes, quando retornou para casa naquela noite ele não disse nada só se trancou no escritório e ficou até o dia velório. Agora estamos aqui, próximo ao caixão, vestindo preto, sendo amparados por pessoas que pouco se importa conosco mas tiveram o mínimo de compaixão de aparecer, os que realmente se importam conosco estava desde o horário da morte até agora nos dando forças, ajudando a passar por esse momento difícil.
Já não sei há quanto tempo estou de pé aqui próximo ao meu pai, William foi o primeiro de nós que foi embora mas que voltaria para o enterro mais tarde, ele levou a Valentina e o Renan seu filho para casa, ambos estavam dormindo de tão exausto já que viraram a noite aqui, conosco. Algumas pessoas se aproximam e nos dão condolências, eu aceno com a cabeça sem falar nada, não sinto a mínima vontade de falar, sorrir ou ser gentil nesse momento, eu estava oco por dentro, vazio, eu era somente a casca do homem que eu costumo ser.
- Pai, vamos nos sentar um pouco, o senhor está em pé a noite toda. - sugiro preocupado com ele.
Desde que o corpo da minha mãe chegou a capela ele permaneceu ao lado do caixão, segurando a mão dela. Ele não abriu a boca uma vez sequer, não esboçou nenhuma reação, igual a mim ele só ficou ali olhando para o seu rosto e chorando silenciosamente.
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UMA APOSTA...UM AMOR (CONCLUÍDO).
RomansaBárbara Brandão pode ser descrita como a mulher dos sonhos de todos os homens, tem uma beleza arrebatadora, um olhar hipnotizante e um corpo de levar qualquer homem á loucura. Mas também é uma mulher forte, persiste, corajosa e batalhadora, lutou de...