13. Tive uma surpresa

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Olhei pra mim e depois fui até o espelho. Vesti um shorts jeans curto que eu amava e uma regata, colocando um cinto.

- Por que? Tá feio?

- Não, tá lindo. Mas é que...

- É que?

- Nada, vamos comer.

- O que tem de errado, Luan? - Disse sentando na mesa.

- Não gosto que você ande de roupas assim. - Ele disse como se mal estivesse se importando, pegando um pão.

Comecei a rir e ele parou me olhando bravo.

- Qual o problema? - Ele perguntou impaciente.

- Na boa, qual o seu problema? Por que não gosta?

- Porque se alguém mexer, você não vai conseguir se defender sozinha.

- Luan, calma, não vou sair sozinha. E além do mais, sempre quando saio assim, estou de carro. E hoje, vou com o Giovanni. Obrigada pela... "preocupação"?! Mas é só uma roupa.

No começo, Luan continuou sério, mas depois foi soltando um sorriso devagar.

Continuamos a comer conversando, em nenhum momento tocamos na noite anterior. Logo terminamos e ele teve que sair, me deixando sozinha deitada na cama. Uns cinco minutos depois, bateram na porta.

- Quem é? - Me levantei.

- Giovanni. - Corri até a porta e abri, pulando no colo dele, que me segurou.

- Calma, sua louca. - Abraçava ele e ríamos.

Ele entrou no quarto e me colocou no chão. Fechei a porta.

- Onde está Luan? - Ele perguntou.

- Acabou de sair.

- E essa cara de apaixonada?

- Pois é, olha o que ele faz comigo. - Rimos.

Puxei ele e sentamos na cama.

- Ele está te tratando bem?

- Melhor impossível. - Sorri. - Mas você sabe, eu sou insegura.

- Eu sei. Mas está insegura?

- Estou, um pouco. Ontem eu fiz coisas muito feias com ele. - Fiz uma careta.

- Ai, Jordana, me conta. - Ele olhou com cara de quem sabia que teria que me dar um bronca.

Contei o episódio da noite passada pra ele, enquanto ele ouvia atento e pasmo com o que eu falava. Giovanni era o tipo irmão. Ele quem me aconselhava quando eu mais precisava, além de Nana e Jenifer. Ele me dava broncas e dizia que aquilo estava errado. Eu sentia muita falta dele na minha vida. Eu era um pouco distante dos meus pais, eles pegavam demais no meu pé, sempre querendo que fizesse as coisas do jeito deles. Mas eu os amava, e sabia que um dia sentiria falta da aproximação maior com eles, e melhorar nosso relacionamento estava nos meus planos pra quando me mudasse pro Rio. Na verdade, eles não se importavam muito. Meus pais haviam me criado pro mundo, diferente de muitos pais da idade deles. Eles queriam que eu soubesse viver sem eles. Sempre diziam que eu teria que fazer minha vida, e que um dia não poderiam me ajudar. Mas eu queria me aproximar deles.

- Eu não acredito, Jordana! Quer perder ele?

- Não, claro que não. - Disse sem graça.

- Pediu desculpas depois? Olhando nos olhos, como ele pediu?

- Não. Hoje não falamos nisso.

- Você vai pedir desculpas, está me ouvindo?

- Eu sei, eu vou pedir.

As lembranças vão na mala (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora